31 janeiro 2011

BENTO XVI: A IGREJA NÃO TEME PERSEGUIÇÕES; MUNDO SE ABRA AOS VALORES DAS BEM-AVENTURANÇAS


◊   Cidade do Vaticano, 30 jan (Rádio Vaticano) - Ao meio-dia deste domingo, Bento XVI assomou à janela de seus aposentos que dá para a Praça São Pedro, para rezar a oração do Angelus com milhares de fiéis e peregrinos reunidos na praça.

A Igreja não teme a perseguição exercida contra ela por uma sociedade por demais voltada para o bem-estar e pouco propensa aos valores do espírito. Foi o que afirmou o Santo Padre na alocução que precedeu a oração mariana, comentando o Evangelho das Bem-aventuranças, proposto pela liturgia deste domingo.

Ao término da oração dominical, o Papa recordou o Dia mundial de luta contra a hanseníase e o "Dia internacional de intercessão pela paz na Terra Santa". O Pontífice, tendo consigo dois adolescentes da Ação Católica Italiana da Diocese de Roma, concluiu – da janela de seus aposentos – soltando duas pombas.

O dia em que Jesus transformou a montanha numa "cátedra" não o fez para lançar uma nova ideologia, mas para ensinar à humanidade que os bens do céu saciam realmente a fome e enxugam totalmente as lágrimas de quem sofre, muito mais do que as riquezas e as consolações terrenas.

Foi o ensinamento extraído por Bento XVI, que se deteve numa breve reflexão sobre o "grande discurso" das Bem-aventuranças – como o definiu – quase um Evangelho no Evangelho. A mensagem que Cristo lança da montanha, proclamando "Bem-aventurados" os rejeitados, "é dirigido ao mundo inteiro no presente e no futuro – afirmou o Pontífice – e pode ser compreendido e vivido somente seguindo Jesus":

"Não se trata de uma nova ideologia, mas de um ensinamento que vem do alto e toca a condição humana, justamente aquela que o Senhor, encarnando-se, quis assumir para salvá-la (...) As Bem-aventuranças são um novo programa de vida, para libertar-se dos falsos valores do mundo e abrir-se aos verdadeiros bens, presentes e futuros. De fato, quando Deus consola, sacia a fome de justiça, enxuga as lágrimas dos aflitos, significa que, além de recompensar cada um de modo sensível, abre o Reino dos Céus."

O Santo Padre observou que "as Bem-aventuranças são a transposição da cruz e da ressurreição na existência dos discípulos". Eles – acrescentou – "refletem a vida do Filho de Deus que se deixa perseguir, desprezar até a morte, a fim de que a salvação seja concedida aos homens". Uma atitude que incidiu profundamente nos dois mil anos de história da Igreja:

"O Evangelho das Bem-aventuranças se comenta com a própria história da Igreja, a história da santidade cristã, porque – como escreve São Paulo – "o que é fraqueza no mundo, Deus o escolheu para confundir o que é forte; o que é vil e desprezado para o mundo, o que não é, Deus escolheu para reduzir a nada o que é" (1 Cor 1,27-28). Por isso a Igreja não teme a pobreza, o desprezo, a perseguição numa sociedade muitas vezes atraída pelo bem-estar material e pelo poder mundano."

Após o Angelus, o Papa entrou em diálogo direto com os milhares de jovens e adolescentes da Ação Católica Italiana da Diocese de Roma, cerca de cinco mil, presentes na Praça São Pedro.

Tendo partido da Praça Navona – centro de Roma – percorreram as ruas do centro na tradicional "Caravana da paz", até chegarem à Praça São Pedro, conduzidos pelo Vigário do Papa para a Diocese de Roma, Cardeal Agostino Vallini.

Bento XVI os ouviu com atenção e depois cedeu o microfone a um deles, que citou alguns projetos de solidariedade promovidos pela Ação Católica de Jovens, lançando em seguida um apelo em favor da paz. Disse o adolescente:

"Ouvimos ultimamente muitas notícias ruins. Muitas pessoas decidem usar a violência para impor suas idéias políticas e religiosas. Todas as vezes que brigamos com os companheiros, os adultos sempre nos dizem que devemos fazer as pazes, que devemos conversar e caminhar concordes. E nós hoje queremos dizer a mesma coisa a todos: devemos nos querer bem como irmãos, independentemente da religião ou cultura à qual pertencemos!"

Pouco antes, o Pontífice se detivera sobre o Dia mundial de combate à hanseníase, saudando a Associação Italiana Amigos de Raul Follereau – que este ano completa 50 anos de atividades, e acrescentando uma oração em favor de quem ainda hoje é vítima da lepra:

"A lepra, embora em diminuição, infelizmente ainda atinge muitas pessoas em condições de grave miséria. Asseguro a todos os doentes uma oração especial, que estendo àqueles que os assistem e, de diferentes modos, se prodigalizam para debelar o morbo de Hansen."

O Pontífice fez votos de "serenidade e prosperidade" aos países do Extremo Oriente que nos próximos dias celebrarão o final do ano lunar. Falando aos fiéis e peregrinos de língua francesa, convidou os jovens francófonos a participarem, numerosos, da próxima Jornada Mundial de Juventude, que este ano terá lugar em Madri, na Espanha.

O Santo Padre concedeu a todos a sua Bênção Apostólica. (RL)

DOZE CONSELHOS PARA TER UM INFARTO FELIZ

DOZE CONSELHOS
PARA TER UM INFARTO FELIZ !!!
Dr. Ernesto Artur - Cardiologista

Quando publiquei estes conselhos 'amigos-da-onça' em meu site, recebi uma enxurrada de e-mails, até mesmo do exterior, dizendo que isto lhes serviu de alerta, pois muitos estavam adotando esse tipo de vida inconscientemente.
1. Cuide de seu trabalho antes de tudo.  As necessidades pessoais e familiares são secundárias.
2 Trabalhe aos sábados o dia inteiro e, se puder também aos domingos.
3. Se não puder permanecer no escritório à noite, leve trabalho para casa e trabalhe até tarde.

4. Ao invés de dizer não, diga sempre sim a tudo que lhe solicitarem.
5. Procure fazer parte de todas as comissões, comitês, diretorias, conselhos e aceite todos os convites para conferências, seminários, encontros, reuniões, simpósios etc.
6. Não se dê ao luxo de um café da manhã ou uma refeição tranqüila. Pelo contrário, não perca tempo e aproveite o horário das refeições para fechar negócios ou fazer reuniões importantes..
7. Não perca tempo fazendo ginástica, nadando, pescando, jogando bola ou tênis. Afinal, tempo é dinheiro.

8. Nunca tire férias, você não precisa disso. Lembre-se que você é de ferro. (e ferro , enferruja!!. .rs)
9. Centralize todo o trabalho em você, controle e examine tudo para ver se nada está errado.. Delegar é pura bobagem; é tudo com você mesmo.
10. Se sentir que está perdendo o ritmo, o fôlego e pintar aquela dor de estômago, tome logo estimulantes, energéticos e anti-ácidos. Eles vão te deixar tinindo.
11. Se tiver dificuldades em dormir não perca tempo: tome calmantes e sedativos de todos os tipos. Agem rápido e são baratos.

12. E por último, o mais importante: não se permita ter momentos de oração, meditação, audição de uma boa música e reflexão sobre sua vida. Isto é para crédulos e tolos sensíveis.
Repita para si: Eu não perco tempo com bobagens.
Duvido que voce não tenha um belo infarto se seguir os conselhos acima!!!

 

IMPORTANTE:

OS ATAQUES DE CORAÇÃO
Uma nota importante sobre os ataques cardíacos..
Há outros sintomas de ataques cardíacos, além da dor no braço esquerdo(direito). Há também, como sintomas vulgares, uma dor intensa no queixo, assim como náuseas e suores abundantes.

Pode-se não sentir nunca uma primeira dor no peito, durante um ataque cardíaco. 60% das pessoas que tiveram um ataque cardíaco enquanto dormiam, não se levantaram... Mas a dor no peito, pode acordá-lo dum sono profundo.
Se assim for, dissolva imediatamente duas Aspirinas na boca e engula-as com um bocadinho de água. Ligue para Emergência (193 ou 190) e diga ''ataque cardíaco'' e que tomou 2 Aspirinas. Sente-se  numa cadeira ou sofá e force uma tosse, sim forçar a tosse pois ela fará o coração pegar no tranco; tussa de dois em dois segundos, até chegar o socorro.. NÃO SE DEITE !!!!
Um cardiologista disse que, se cada pessoa que receber este e-mail, o enviar a 10 pessoas, pode ter a certeza de que se salvará pelo menos uma vida !

29 janeiro 2011

Nunca se esqueça de Deus


1 - 
'Deus não escolhe 
pessoas capacitadas, Ele capacita os escolhidos.'

2 -
'Um com Deus é 
maioria.' 

3 - 
'Devemos orar 
sempre, não até Deus nos ouvir, mas até que  possamos ouvir a Deus.' 

4 -
'Nada está fora 
do alcance da oração, exceto o que está fora 
da vontade de Deus.' 

5 -
'O mais importante 
não é encontrar a pessoa certa, e sim ser 
a pessoa certa.' 

6 - 
'Moisés gastou: 
40 anos pensando que era alguém; 40 anos 
aprendendo que não era ninguém e 40 anos descobrindo o que Deus 
pode fazer com um NINGUÉM.' 

7 -
'A fé ri das impossibilidades.' 

8 - 
'Não confunda 
a vontade de DEUS, com a permissão de DEUS. 

- 
'Não diga a DEUS 
que você tem um grande problema. Mas diga ao problema que você tem um grande DEUS.' 

27 janeiro 2011

Papa incentiva o uso das redes sociais e fala sobre o mundo virtual!

ZP11012402 - 24-01-2011
Permalink: http://www.zenit.org/article-27066?l=portuguese

MENSAGEM PARA O DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS


Internet deve estar a serviço da pessoa

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 24 de janeiro de 2011 (ZENIT.org) – Apresentamos a mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, divulgada hoje pelo Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais, por ocasião da festa de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas católicos.
* * *
Verdade, anúncio e autenticidade de vida, na era digital
Queridos irmãos e irmãs!
Por ocasião do XLV Dia Mundial das Comunicações Sociais, desejo partilhar algumas reflexões, motivadas por um fenómeno característico do nosso tempo: a difusão da comunicação através da rede internet. Vai-se tornando cada vez mais comum a convicção de que, tal como a revolução industrial produziu uma mudança profunda na sociedade através das novidades inseridas no ciclo de produção e na vida dos trabalhadores, também hoje a profunda transformação operada no campo das comunicações guia o fluxo de grandes mudanças culturais e sociais. As novas tecnologias estão a mudar não só o modo de comunicar, mas a própria comunicação em si mesma, podendo-se afirmar que estamos perante uma ampla transformação cultural. Com este modo de difundir informações e conhecimentos, está a nascer uma nova maneira de aprender e pensar, com oportunidades inéditas de estabelecer relações e de construir comunhão.
Aparecem em perspectiva metas até há pouco tempo impensáveis, que nos deixam maravilhados com as possibilidades oferecidas pelos novos meios e, ao mesmo tempo, impõem de modo cada vez mais premente uma reflexão séria acerca do sentido da comunicação na era digital. Isto é particularmente evidente quando nos confrontamos com as extraordinárias potencialidades da rede internet e a complexidade das suas aplicações. Como qualquer outro fruto do engenho humano, as novas tecnologias da comunicação pedem para ser postas ao serviço do bem integral da pessoa e da humanidade inteira. Usadas sabiamente, podem contribuir para satisfazer o desejo de sentido, verdade e unidade que permanece a aspiração mais profunda do ser humano.
No mundo digital, transmitir informações significa com frequência sempre maior inseri-las numa rede social, onde o conhecimento é partilhado no âmbito de intercâmbios pessoais. A distinção clara entre o produtor e o consumidor da informação aparece relativizada, pretendendo a comunicação ser não só uma troca de dados, mas também e cada vez mais uma partilha. Esta dinâmica contribuiu para uma renovada avaliação da comunicação, considerada primariamente como diálogo, intercâmbio, solidariedade e criação de relações positivas. Por outro lado, isto colide com alguns limites típicos da comunicação digital: a parcialidade da interacção, a tendência a comunicar só algumas partes do próprio mundo interior, o risco de cair numa espécie de construção da auto-imagem que pode favorecer o narcisismo.
Sobretudo os jovens estão a viver esta mudança da comunicação, com todas as ansiedades, as contradições e a criatividade própria de quantos se abrem com entusiasmo e curiosidade às novas experiências da vida. O envolvimento cada vez maior no público areópago digital dos chamados social network, leva a estabelecer novas formas de relação interpessoal, influi sobre a percepção de si próprio e por conseguinte, inevitavelmente, coloca a questão não só da justeza do próprio agir, mas também da autenticidade do próprio ser. A presença nestes espaços virtuais pode ser o sinal de uma busca autêntica de encontro pessoal com o outro, se se estiver atento para evitar os seus perigos, como refugiar-se numa espécie de mundo paralelo ou expor-se excessivamente ao mundo virtual. Na busca de partilha, de «amizades», confrontamo-nos com o desafio de ser autênticos, fiéis a si mesmos, sem ceder à ilusão de construir artificialmente o próprio «perfil» público.
As novas tecnologias permitem que as pessoas se encontrem para além dos confins do espaço e das próprias culturas, inaugurando deste modo todo um novo mundo de potenciais amizades. Esta é uma grande oportunidade, mas exige também uma maior atenção e uma tomada de consciência quanto aos possíveis riscos. Quem é o meu «próximo» neste novo mundo? Existe o perigo de estar menos presente a quantos encontramos na nossa vida diária? Existe o risco de estarmos mais distraídos, porque a nossa atenção é fragmentada e absorvida por um mundo «diferente» daquele onde vivemos? Temos tempo para reflectir criticamente sobre as nossas opções e alimentar relações humanas que sejam verdadeiramente profundas e duradouras? É importante nunca esquecer que o contacto virtual não pode nem deve substituir o contacto humano directo com as pessoas, em todos os níveis da nossa vida.
Também na era digital, cada um vê-se confrontado com a necessidade de ser pessoa autêntica e reflexiva. Aliás, as dinâmicas próprias dos social network mostram que uma pessoa acaba sempre envolvida naquilo que comunica. Quando as pessoas trocam informações, estão já a partilhar-se a si mesmas, a sua visão do mundo, as suas esperanças, os seus ideais. Segue-se daqui que existe um estilo cristão de presença também no mundo digital: traduz-se numa forma de comunicação honesta e aberta, responsável e respeitadora do outro. Comunicar o Evangelho através dos novos midiasignifica não só inserir conteúdos declaradamente religiosos nas plataformas dos diversos meios, mas também testemunhar com coerência, no próprio perfil digital e no modo de comunicar, escolhas, preferências, juízos que sejam profundamente coerentes com o Evangelho, mesmo quando não se fala explicitamente dele. Aliás, também no mundo digital, não pode haver anúncio de uma mensagem sem um testemunho coerente por parte de quem anuncia. Nos novos contextos e com as novas formas de expressão, o cristão é chamado de novo a dar resposta a todo aquele que lhe perguntar a razão da esperança que está nele (cf. 1 Pd 3, 15).
O compromisso por um testemunho do Evangelho na era digital exige que todos estejam particularmente atentos aos aspectos desta mensagem que possam desafiar algumas das lógicas típicas daweb. Antes de tudo, devemos estar cientes de que a verdade que procuramos partilhar não extrai o seu valor da sua «popularidade» ou da quantidade de atenção que lhe é dada. Devemos esforçar-nos mais em dá-la conhecer na sua integridade do que em torná-la aceitável, talvez «mitigando-a». Deve tornar-se alimento quotidiano e não atracção de um momento. A verdade do Evangelho não é algo que possa ser objecto de consumo ou de fruição superficial, mas dom que requer uma resposta livre. Mesmo se proclamada no espaço virtual da rede, aquela sempre exige ser encarnada no mundo real e dirigida aos rostos concretos dos irmãos e irmãs com quem partilhamos a vida diária. Por isso permanecem fundamentais as relações humanas directas na transmissão da fé!
Em todo o caso, quero convidar os cristãos a unirem-se confiadamente e com criatividade consciente e responsável na rede de relações que a era digital tornou possível; e não simplesmente para satisfazer o desejo de estar presente, mas porque esta rede tornou-se parte integrante da vida humana. A web está a contribuir para o desenvolvimento de formas novas e mais complexas de consciência intelectual e espiritual, de certeza compartilhada. Somos chamados a anunciar, neste campo também, a nossa fé: que Cristo é Deus, o Salvador do homem e da história, Aquele em quem todas as coisas alcançam a sua perfeição (cf. Ef 1, 10). A proclamação do Evangelho requer uma forma respeitosa e discreta de comunicação, que estimula o coração e move a consciência; uma forma que recorda o estilo de Jesus ressuscitado quando Se fez companheiro no caminho dos discípulos de Emaús (cf. Lc 24, 13-35), que foram gradualmente conduzidos à compreensão do mistério mediante a sua companhia, o diálogo com eles, o fazer vir ao de cima com delicadeza o que havia no coração deles.
Em última análise, a verdade que é Cristo constitui a resposta plena e autêntica àquele desejo humano de relação, comunhão e sentido que sobressai inclusivamente na participação maciça nos váriossocial network. Os crentes, testemunhando as suas convicções mais profundas, prestam uma preciosa contribuição para que a web não se torne um instrumento que reduza as pessoas a categorias, que procure manipulá-las emotivamente ou que permita aos poderosos monopolizar a opinião alheia. Pelo contrário, os crentes encorajam todos a manterem vivas as eternas questões do homem, que testemunham o seu desejo de transcendência e o anseio por formas de vida autêntica, digna de ser vivida. Precisamente esta tensão espiritual própria do ser humano é que está por detrás da nossa sede de verdade e comunhão e nos estimula a comunicar com integridade e honestidade.
Convido sobretudo os jovens a fazerem bom uso da sua presença no areópago digital. Renovo-lhes o convite para o encontro comigo na próxima Jornada Mundial da Juventude em Madrid, cuja preparação muito deve às vantagens das novas tecnologias. Para os agentes da comunicação, invoco de Deus, por intercessão do Patrono São Francisco de Sales, a capacidade de sempre desempenharem o seu trabalho com grande consciência e escrupulosa profissionalidade, enquanto a todos envio a minha Bênção Apostólica.
Vaticano, Festa de São Francisco de Sales, 24 de Janeiro de 2011.
BENEDICTUS PP. XVI
Na próxima vez que você pensar que  Deus não pode usá-lo, lembre-se:
ABRAÃO - Era velho demais (Gênesis 21:5)
ISAQUE - Era medroso (Gênesis 26:7)
JACÓ - Era trapaceiro (Gênesis 27)
JOSÉ - Foi injustiçado (Gênesis 37 e 39)
MOISÉS - Era incapaz de falar em público(Êx.4:10)
GIDEÃO - Teve dúvidas que Deus, realmente o teria escolhido (Juízes 6:36-40)
RAABE - Era uma prostituta (Josué 6:22,23)
JEREMIAS - Era jovem demais (Jeremias 1:6,7)
DAVI - Cometeu um adultério e um assassinato (2 Samuel 11 e 12)
ELIAS - Tinha tendências depressivas (1 Reis 19)
JONAS - Fugiu de Deus,Jonas 1:1-3)
NOEMI - Era uma viúva desamparada (Rute 1:1-5)
JÓ - Faliu e perdeu a saúde - bem como muitos 'amigos'... 
(Jó 2)
JOÃO BATISTA - Era uma figura excêntrica e até comia insetos (Mateus 3:1-4)
PEDRO - Negou a Cristo (Lucas 22:54-62)
MARTA - Era agitadísima e invertia as prioridades (Lucas 10:38-42)
MARIA MADALENA - Tinha sido possuída por 7 demônios (Marcos 16:9)
A MULHER SAMARITANA - Tinha se divorciado...mais de uma vez (João 14:1-30)
ZAQUEU - Era pequeno demais (Lucas 19:2,3)
TIMÓTEO - Tinha provavelmente uma úlcera crônica (1 Timóteo 5:23)
E LÁZARO - Estava morto! (João 11)
Cada uma dessas pessoas tinha razões de sobra para achar que suas limitações as tornavam incapazes de serem usadas por Deus. Mas  Deus foi ao encontro delas, supriu suas deficiências e hoje fazem parte da história de nossa fé.
O que nos faz pensar que Deus não fará o mesmo conosco?
"Para todas as coisas tenha força em virtude daquele que me confere poder." (Filipenses 4:13)

Testemunho de um jornalista ateu sobre João Paulo II

Fonte: http://www.comshalom.org/blog/carmadelio/20776-testemunho-de-um-jornalista-ateu-sobre-joao-paulo-ii

Eu não gostava do Papa João Paulo II
Publicado no Jornal “O Estado de São Paulo” de 05/04/2005, terça feira
Escrevo enquanto vejo a morte do Papa na TV. E me espanto com a imensa emoção mundial. Espanto-me também comigo mesmo: “Como eu estou sozinho!” — pensei.
Percebi que tinha de saber mais sobre mim, eu, sozinho, sem fé alguma, no meio desse oceano de pessoas rezando no Ocidente e Oriente.Meu pai, engenheiro e militar, me passou dois ensinamentos: ele era ateu e torcia pelo América Futebol Clube. Claro que segui seus passos. Fui América até os 12 anos, quando “virei casaca” para o Flamengo (mas até hoje tenho saudade da camisa vermelha, garibaldina, do time de João Cabral e Lamartine Babo) e parei de acreditar em  Deus.
Sei que “de mortuis nihil nisi bonum” (“não se fala mal de morto”), mas devo confessar que nunca gostei desse Papa. Por quê? Não sei. É que sempre achei, nos meus traumas juvenis, que Papa era uma coisa meio inútil, pois só dava opiniões genéricas sobre a insânia do mundo, condenando a “maldade” e pedindo uma “paz” impossível, no meio
da sujeira política.
Quando João Paulo entrou, eu era jovem e implicava com tudo. Eu achava vigarice aquele negócio de fingir que ele falava todas as línguas. Que papo era esse do Papa? Lendo frases escritas em partituras fonéticas… Quando ele começou a beijar o chão dos países
visitados, impliquei mais ainda. Que demagogia! — reinando na corte do Vaticano e bancando o humilde…
Um dia, o Papa foi alvejado no meio da Praça de São Pedro, por aquele maluco islâmico, prenúncio dos tempos atuais. Eu tenho a teoria de que aquele tiro, aquela bala terrorista despertou-o para a realidade do mundo. E o Papa sentiu no corpo a desgraça política do tempo. Acho que a bala mudou o Papa. Mas fiquei irritadíssimo quando ele, depois de curado, foi à prisão “perdoar” o cara que quis matá-lo. Não gostei de sua “infinita bondade” com um canalha boçal. Achei falso seu perdão que, na verdade, humilhava o terrorista babaca, como uma vingança doce.
E fui por aí, observando esse Papa sem muita atenção. É tão fácil desprezar alguém, ideologicamente… Quando vi que ele era “reacionário” em questões como camisinha, pílula e contra os arroubos da Igreja da Libertação, aí não pensei mais nele…Tive apenas uma admiração passageira por sua adesão ao Solidariedade do Walesa mas, como bom “materialista”, desvalorizei o movimento polonês  como “idealista”, com um Walesa meio “pelego”. E o tempo passou.
Depois da euforia inicial dos anos 90, vi que aquela esperança de entendimento político no mundo, capitaneado pelo Gorbatchev, fracassaria. Entendi isso quando vi o papai Bush falando no Kremlin, humilhando o Gorba, considerando-se “vitorioso”, prenunciando as  nuvens negras de hoje com seu filhinho no poder. Senti que o sonho de  entendimento socialismo-capitalismo ia ser apenas o triunfo triste dos neo-conservadores. O mundo foi piorando e o Papa viajando, beijando pés, cantando com Roberto Carlos no Rio. Uma vez, ele declarou: “A Igreja Católica não é uma democracia”. Fiquei horrorizado naquela época liberalizante e não liguei mais para o Papa “de direita”.
Depois, o Papa ficou doente, há dez anos. E eu olhava cruelmente seus tremores, sua corcova crescente e, sem compaixão alguma, pensava que o Pontífice não queria “largar o osso” e ria, como um anticristo.
Até que, nos últimos dias, João Paulo II chegou à janela do Vaticano, tentou falar… e num esgar dolorido, trágico, foi fotografado em close, com a boca aberta, desesperado.
Essa foto é um marco, um símbolo forte, quase como as torres caindo em NY. Parece um prenúncio do Juízo final, um rosto do Apocalipse, a cara de nossa época. É aterrorizante ver o desespero do homem de Deus, do Infalível, do embaixador de Cristo. Naquele momento, Deus virou homem. E, subitamente, entendi alguma coisa maior que sempre me escapara: aquele rosto retorcido era o choro de uma criança, um rosto
infantil em prantos! O Papa tinha voltado a seu nascimento e sua vida se fechava. Ali estava o menino pobre , ex-ator, ex-operário, ali estavam as vítimas da guerra, os atacados pelo terror, ali estava sua imensa solidão igual à nossa. Então, ele morreu. E ontem, vendo os milhões chorando pelo mundo, vendo a praça cheia, entendi de repente sua obra, sua imensa importância. Vendo a cobertura da Globo, montando sua vida inteira, seus milhões de quilômetros viajados, da África às favelas do Nordeste, entendi o Papa. Emocionado, senti minha intensíssima solidão de ateu. Eu estava fora daquelas multidões imensas, eu não tinha nem a velha ideologia esfacelada, nem uma religião para crer, eu era um filho abandonado do racionalismo francês, eu era um órfão de pai e mãe. Aí, quem tremeu fui eu, com olhos cheios d’água. E vi que Karol Wojtyla, tachado superficialmente de “conservador”, tinha sido muito mais que isso. Ele tinha batido em dois cravos: satisfez a reacionaríssima Cúria Romana implacável e cortesã e, além disso, botou o pé no mundo, fazendo o que italiano algum faria: rezar missa para negões na África e no Nordeste, levando seu corpo vivo como símbolo de uma espiritualidade perdida. O conjunto de sua obra foi muito além de ser contra ou a favor da camisinha. Papa não é para ficar discutindo questões episódicas. É muito mais que isso. Visitou o Chile de Pinochet e o Iraque de Saddam e, ao contrário de ser uma “adesão alienada”, foi uma crítica muito mais alta, mostrando-se acima de sórdidas políticas seculares, levando consigo o Espírito, a ideia de Transcendência acima do mercantilismo e ditaduras. E foi tão “moderno” que usou a “mídia” sim, muito bem, como Madonna ou Pelé.
E nisso, criticou a Cúria por tabela, pois nenhum cardeal sairia do conforto dos palácios para beijar pé de mendigo na América Latina. João Paulo cumpriu seu destino de filósofo acima do mundo, que tanto precisa de grandeza e solidariedade.
Sou ateu, sozinho, condenado a não ter fé, mas vi que se há alguma coisa de que precisamos hoje é de uma nova ética, de um pensamento transcendental, de uma espiritualidade perdida. João Paulo na verdade deu um show de bola.
Arnaldo Jabor

26 janeiro 2011

O cristão Ratzinger e o ateu Flores D’Arcais

De:  http://gaudiumdeveritate.wordpress.com/2011/01/18/o-cristao-ratzinger-e-o-ateu-flores-darcais/

Sobre o livro: RATZINGER, Joseph; D’ARCAIS, Paolo Flores. Deus existe? São Paulo: Planeta, 2009.
De um lado, temos Joseph Ratzinger; de outro, Paolo Flores d’Arcais. São duas posições distintas sobre a natureza e o papel do Cristianismo e também sobre a natureza e o papel da razão humana. Os dois até chegam a admitir que possa e mesmo deva existir uma colaboração, no que diz respeito aos valores humanos mais básicos, entre cristão e não cristão, entre crente e não crente. Admitem, assim, um campo de valores comuns a todos os homens. O simples fato de sermos homens coloca-nos a todos no âmbito comum de uma ampla gama de valores humanos, como a justiça, a honestidade, a solidariedade, a sinceridade, etc.
Entretanto, esse acordo de primeiro nível entre Ratzinger e Flores d’Arcais, embora importantíssimo para a convivência e a construção de uma sociedade digna do homem, é, a meu ver, muito frágil, pois um pensador está a quilômetros de distância de outro no que diz respeito à fundamentação de seu discurso. A fundamentação que Ratzinger dá aos valores fundamentais da convivência humana é transcendente, isto é, está para além de uma mera decisão humana; não se reduz a uma questão apenas pragmática e de organização da vida social. Ratzinger está convicto de que a ordem das coisas mesmas apresenta uma orientação moral. O Logos, por assim dizer, manifesta-se no mundo e no homem, e este, ao reconhecer a luz da verdade, é capaz de se deixar guiar por um sentido que não é simplesmente uma construção sua. Deus, que é a Razão universal, imprimiu na criação a sua marca, de modo que não nos encontramos à deriva no mar da vida. A criação fala de Deus e do sentido da vida, sentido que tem em Deus sua fonte e sua base derradeira.
Já Flores d’Arcais não vê nenhuma orientação moral ou sentido para a vida humana que não seja fruto do homem mesmo, de sua própria capacidade de pensar e organizar o mundo. “A norma, o dever-ser (Sollen) não existe na natureza”[1], diz. E ainda: “O homem é, pois, o senhor e o criador da norma”[2]. Flores d’Arcais é partidário da teoria da evolução, e vê no homem, à semelhança de Monod, um resultado ou ponto de chegada do dinamismo do próprio mundo, cujas novidades advêm do acaso e da necessidade: “Sucessivos erros na duplicação do DNA de um símio, repetidos por acaso várias vezes sem resultados ‘fatídicos’, finalmente deram vida à sobrevivência de um cérebro anômalo, capaz de estar no mundo e fazer-se perguntas [...]”[3]. Para o filósofo ateu, as normas são revestidas pelo homem de um valor transcendente porque este sente que não pode suportar o peso de ser o único criador de si mesmo.
Estamos, portanto, diante de duas posições fundamentalmente incompatíveis. Trata-se, na verdade, de um dilema: Ou Deus é a medida de todas as coisas, inclusive do homem; ou o homem é que é a medida de todas as coisas, inclusive de Deus. Na Antiguidade, o grande Platão enfrentou o mesmo dilema, decidindo-se pela medida transcendente, contra o relativismo universal de Protágoras. A ideia transcendente e divina é a medida, reconhecia Platão, não o homem, que não cria a verdade, mas a recebe. Platão combateu vigorosamente o relativismo, que tudo faz depender do homem e das suas mutáveis disposições. O mesmo dilema – medida transcendente ou imanente? – foi poderosamente sintetizado, no século passado, pelas palavras de Claude-Lévi Strauss: “Ou o homem está no sentido ou o sentido está no homem. No primeiro caso, a interpretação religiosa. No segundo, a interpretação materialista”.
Flores d’Arcais invoca a tradição cética e ateia, que se desdobra a partir do Iluminismo, na qual se inclui, para sustentar que as grandes questões levantadas contra o teísmo de modo geral e o cristianismo de modo particular ainda não foram suficientemente consideradas pelos teístas e cristãos nem muito menos respondidas. Os grandes nomes, frequentemente invocados, que, segundo Flores d’Arcais, representam a tradição cética são Hume, Freud, Monod. Kant também é mencionado, na medida em que defende a incapacidade metafísica da razão. Para Flores d’Arcais, a razão é impotente para além do domínio empírico. As suas pretensas construções metafísicas são quimeras, consoante Hume e Kant. O mal é um escândalo e depõe poderosamente contra a existência de um Deus bondoso e onipotente. O mundo, como mostra Monod, é o resultado do acaso e da necessidade. O sentido da vida não existe independentemente do homem. Entretanto, pondera Flores d’Arcais, a rejeição da ilusão de Deus não acarreta que estejamos obrigados a abraçar o nada ou a cair no vazio. A alternativa a Deus não é o nada, mas o ente finito, a existência limitada. Devemos reconhecer-nos em nossa situação real: seres finitos entre seres finitos. Lidar com a finitude, saber lidar com ela, sem criar fantasias que tirem o valor do finito, a única realidade: eis nosso desafio.
Flores d’Arcais, na verdade, insere-se na fileira daqueles pensadores que limitam a competência da razão ao finito. O protótipo de racionalidade, para Flores, é a racionalidade científica. A verdade científica paira sobre as ilusões e os pios desejos (whisful thinking) da metafísica (que seria uma espécie de arte para aqueles que não têm dons artísticos). Ainda que Flores não tenha uma visão dogmática sobre a verdade – define a verdade como “a mais certa das práticas humanas ou a menos incerta” -, fica claro que para ele não há verdade fora do âmbito do que podemos experimentar. O “mais certo” ou “o menos incerto” está no âmbito da experiência empírica, fora do qual só há pios desejos e antinomias insolúveis.
A grande recriminação que Flores lança à religião em geral e ao cristianismo em particular é que a religião e o Cristianismo tem privilegiado o diálogo com filosofias que não colocam a questão decisiva da verdade. A religião, assim, abstendo-se de enfrentar a questão da verdade de seus ensinamentos, torna-se apenas um consolo para a alma. As filosofias hermenêuticas, com as quais a religião tem dialogado, não colocam a questão da verdade, o que acaba por reduzir a religião a uma função apenas: dar sentido à vida. Mas e a verdade da religião? “Uma religião do sentido (e não da verdade) é uma religião que já não é de pessoas, e sim de meros ‘consumidores’ (de sentido)”[4].
A posição de Joseph Ratzinger sobre a competência da razão e a natureza do Cristianismo é bem outra. Na verdade, o teólogo alemão vê o Cristianismo como a religião, não só da fé, mas também da razão. Nesse sentido, Ratzinger não se contenta com um diálogo entre Cristianismo e filosofia que considere apenas a funcionalidade da religião. Ele, com efeito, está interessado, na verdade do Cristianismo. Nesse sentido, não se enquadra na recriminação de Flores d’Arcais. Flores certamente não concorda com dizer que o Cristianismo seja também a religião da razão, mas não pode dizer que Ratzinger não enfrenta a questão realmente decisiva, a da verdade do Cristianismo.
Ratzinger sustenta que, desde seus primórdios, o Cristianismo apresentou-se com uma grande pretensão: a de ser a síntese entre fé e razão. Na Antiguidade grega, fé e razão andavam separadas. De um lado, a religião resolvia-se ou nos mitos, cujo conteúdo aos poucos foi sendo cada vez mais ridicularizado (theologia mythica sive poëtica), ou na utilidade pública, pois o Estado valia-se da fé para garantir a coesão social (theologia civilis). A verdade simplesmente não interessava à religião. De outro lado, a busca pela verdadeira natureza de Deus (theologia physica) não estava marcada por uma atitude autenticamente religiosa. Os filósofos, com efeito, buscavam a verdade sobre o divino, mas o Deus encontrado por eles era o apenas o Princípio explicativo do mundo. A tal Princípio não se podia rezar. Ratzinger vê, desse modo, na Antiguidade, uma dramática separação entre atitude religiosa e interesse pela verdade.
O Cristianismo irrompeu nesse contexto com uma pretensão bem ousada, e tal pretensão convenceu, garantindo, humanamente falando, sua vitória sobre o mundo das religiões. Qual a pretensão com a qual o Cristianismo se apresentou? A pretensão de ser a religio vera, a de unir fé, adoração, devoção, de um lado; e, de outro, razão e verdade. Interessante notar que, na Antiguidade, o Cristianismo colocou-se ao lado da filosofia, não das religiões. A filosofia exerceu um papel crítico em relação às religiões, no sentido de purificá-las das ilusões sobre a divindade (lembremo-nos de Xenófanes, Sócrates, Platão). Esse “Iluminismo”, encetado pela filosofia no mundo grego, irrompeu a seu modo também em Israel. Enquanto na Grécia os filósofos criticavam a mentira dos mitos, em Israel os profetas criticavam o vazio dos falsos deuses. O Cristianismo, herdeiro da fé de Israel, insere-se assim no caminho da crítica ao mundo das religiões e já bem cedo tem consciência de que a filosofia, não as religiões, é, de algum modo, a sua aliada.
Devoção e razão, duas necessidades humanas, não estão mais separadas. O Cristianismo operou, assim, uma “suprassunção” entre as duas grandezas atingindo uma síntese nova e mais conforme ao espírito e às exigências humanas. Ratzinger enfatiza também que a ética do amor – caritas – foi outro importantíssimo elemento que o Cristianismo incorporou à sua síntese. O Deus cristão é um Deus vivo. É o Deus verdadeiro, mas também é o Deus de amor efetivo. “Simplificando, poderíamos dizer que o Cristianismo convenceu pela união da fé com a razão e pela orientação da atuação para a caritas, para a ajuda com amor aos que sofrem, aos pobres e aos fracos, acima de todo limite ou condição”[5].
Entretanto, agora cabe uma pergunta decisiva, pergunta lançada por Ratzinger mesmo: Por que essa poderosa síntese entre fé, razão e vida, operada pelo Cristianismo, síntese que no passado convenceu, hoje não convence mais? O que mudou? O Cristianismo? O homem? A razão?
Ratzinger não titubeia ao reconhecer que o que mudou foi a concepção de razão. O homem, encantado pelos resultados das ciências empiriológicas, fez da razão científica o modelo de racionalidade tout court. E as grandes questões que ultrapassam a possibilidade da resolução empírica foram relegadas a questões sem sentido, insolúveis ou inatingíveis. Assim, a verdade, no âmbito metafísico e religioso deixou de ser buscada. A convicção atual, que já se tinha feito presente num dos maiores representantes do neoplatonismo, Porfírio, é a de que omne verum latet – a verdade está oculta. Nesse sentido, todas as religiões seriam equivalentes, cada qual sendo uma expressão da busca do divino que não se deixa apreender totalmente por ninguém.
Ratzinger reconhece, portanto, que o Cristianismo está em crise. E a crise do Cristianismo está ligada à crise da verdade, pela qual passa o nosso tempo. Ratzinger, neste ínterim, aproxima-se das posições de Flores d’Arcais, uma vez que ambos constatam que o Cristianismo de nosso tempo não quer enfrentar o problema da verdade. Quer, muitas vezes, ser a religião das emoções e do sentimento. Mas uma religião das emoções passa ou muda de figura, tanto quanto as próprias emoções. Uma religião que está meramente a serviço do agradável ao homem, não serve para muita coisa.
As posições de Ratzinger e Flores d’Arcais se distanciam porque Flores acredita que a religião jamais poderia “provar” sua verdade, e, assim, se a religião se dispõe enfrentar a questão da verdade, ela mesma se excluiria do campo do verdadeiro para se refugiar no puro fideísmo – sola fide ou credo quia absurdum. O propósito de Flores é exatamente o de reduzir o Cristianismo ao mero campo da opinião privada. Ele deveria viver só da fé e deixar de se propor como culminância da razão. Deveria renunciar a qualquer atração mundana de poder e de honra para viver da fé pura, cujo conteúdo de modo algum valeria para o âmbito social. A fé deveria renunciar a exercer qualquer influência na sociedade. Nesse sentido, a ética cristã, que, por exemplo, milita contra o aborto e a eutanásia, não poderia se impor à sociedade como tal, por pertencer tão-somente a quem tem fé. O Cristianismo atual deveria aprender com o Cristianismo das origens, o qual, segundo Flores, não tinha pretensão alguma de apresentar-se coerente com as exigências racionais. Flores d’Arcais sustenta que para Paulo, representante exímio do cristianismo das origens, a fé seria escândalo para a razão.
Já Ratzinger, professando firmemente que o Cristianismo é a religião que vence o mundo das religiões justamente por pretender estar de acordo com a racionalidade, defende que a ética cristã, em boa medida, é a ética racional, à qual o homem deveria chegar raciocinando. Ser contrário ao aborto e à eutanásia é uma posição que vale para todos os homens, na medida em que usam a razão.   É claro que Ratzinger reconhece que existe um proprium cristão que ultrapassa as capacidades da razão humana, como o mistério da Encarnação do Verbo, a Trindade, a Cruz e a Ressurreição. São os mistérios da fé. Não podem ser provados pela razão. Todavia, Ratzinger defende que tais mistérios não são contrários à razão, mas, transcendendo-a, estão numa certa linha de continuidade racional. Não são irracionais, mas suprarracionais. O mistério da Cruz, por exemplo, não obedece à pura lógica racional, não pode ser deduzido, mas também não contradiz a razão. Ao contrário, o mistério da Cruz, fala do homem todo, que é razão e coração. A sede humana de um amor incondicional encontra na Cruz a resposta mais eloquente. E a razão, embora não possa deduzir o mistério da Cruz, vê nele aquilo por que ansiosamente esperava.
A meu ver, o debate entre Ratzinger e Paolo Flores tem seu epicentro na concepção de razão. Se a razão é apenas razão científica, ao modo das ciências modernas, o Cristianismo, de fato, não pode ser racional. Mas se a razão tem um alcance metafísico, aí sim, abre-se a possibilidade de o Cristianismo ser também a religião da razão, como quer Ratzinger.
O filósofo jesuíta brasileiro, Padre Vaz, autor que ultimamente tenho estudado com afinco, dedica brilhantes reflexões sobre a temática. Padre Vaz tornou-se, sobretudo em seus últimos escritos, um ardoroso defensor da metafísica e da sua possibilidade ainda hoje, apesar de todos os Hume, de todos os Kant, de todos os Freud, de todos os Monod… Isto é, apesar da tradição cética e ateia defendida por Paolo Flores. Se não há a metafísica, ensina Padre Vaz, a física torna-se a filosofia primeira, o que é uma grande pretensão. Não é a isso que hoje assistimos? A pretensão das diversas ciências particulares de dar a última palavra sobre o real? O alcance metafísico da razão hoje não é dogmaticamente negado? Mesmo quem nega a metafísica, acaba inconscientemente fazendo metafísica, ensina Padre Vaz.
Ratzinger também não vê como negar que o mundo seja a expressão do Logos universal que permeia todas as coisas. De duas, uma: Ou o Logos precede a tudo e em tudo imprime sua racionalidade, de modo que a razão humana seja uma expressão do Logos; ou o Caos precede a tudo, e a razão nasce do Caos. Mas só se pode explicar o Caos racionalmente. Só se pode reconhecer o Caos pela razão. Eis, pois, a contradição com a qual inevitavelmente se choca todo aquele que pretende tirar o Logos do princípio, substituindo-o pelo Caos. O Cristianismo opta pela prioridade do Logos – No princípio era o Logos. “Pode, pergunta Ratzinger, a razão renunciar à prioridade do racional sobre o irracional, à existência original do logos sem se destruir a si mesma? A razão não pode fazer outra coisa a não ser pensar também sobre o irracional a seu modo, isto é, de modo racional, estabelecendo, assim, implicitamente de novo a questionada primazia da razão”[6].
Padre Elílio

[1] P. 103. [2] Ibid. [3] P. 106. [4] P. 109. [5] P. 16. [6] P. 20

25 janeiro 2011

Depressão, um mal que atinge a todos

Não há quem não tenha depressão, até entre os salmistas você encontra deprimidos. Até Jesus. Mas não podemos parar nela, senão vira enfermidade. Depressão significa "buraco". A pessoa cai no buraco - e todo mundo cai. Quem nunca ficou triste? Importante é não ficar nele. Com Deus nós saímos do buraco.

O Vaticano fez um congresso sobre esse tema [depressão], porque eles estão preocupados com esse mal. Eu li o resumo desse evento e vi que são 300 milhões de pessoas no mundo que sofrem com essa enfermidade. Precisamos tratar desse povo.
Depressão tem cura, e esta tem 3 caminhos:
- Procure um médico psiquiatra; ele pode dar remédio;
- É preciso um psicólogo para saber como se comportar diante das situações difíceis;
- O tratamento tem de ser físico e espiritual.
A medicina cuida do corpo e Deus cuida da alma. E a depressão é uma doença mais da alma que do corpo. E quem cuida da alma é o psicólogo e a religião. Não tenha medo de procurar os três tratamentos. Vá ao grupo de oração e peça oração, mas vá também ao médico. Se você puder buscar alguém que tenha experiência e maturidade para rezar por você, ótimo.
Essa doença é muito difícil de ser diagnosticada. Eu coloquei no meu livro uma relação de coisas que uma pessoa deprimida pode apresentar: doença crônica, problema afetivo, falta de sentido para a vida, excesso de trabalho. Essas são causas. Mas o que a pessoa sente? Muitos podem ser os sintomas da depressão como: cansaço, pensamento de culpa, tristeza, autoestima baixa, falta de apetite, falta de vontade de rezar, fadiga, memória fraca, insônia, dificuldade para decidir, pensamento de morte, quedas de cabelos.
Não adianta falar que a pessoa é fraca. Não importa por que ela está em depressão, você tem de tirá-la do buraco. Tem de juntar pai, mãe, irmãos, namorado. Rezar abraçado com a pessoa uma Ave-Maria, chamá-la para tomar um sol, sair, tomar um sorvete... Tem de tirar a pessoa do buraco com carinho e devagar. É um ato de amor e caridade - e a família é importantíssima nisso.
O deprimido tem de agir contra esse mal, ou seja, reagir, não pode se entregar à tristeza. Temos de cultivar a alegria. Não podemos ficar no buraco.
Como sair da depressão? Você tem de ver o valor que você tem. Só assim não ficará no buraco. Só fica nesse local quem não dá valor a si mesmo. Quem fica nesse lugar é lixo. E você é uma obra de Deus! Perceba o valor que você tem. Você é um ser, alguém muito importante para Deus. Pare de falar que você não tem valor, que você não presta! Você tem valor: isso é a primeira coisa que um deprimido tem de entender. Você é filho do Dono do mundo!
Você quer a prova de que Deus Pai o ama? Jesus disse que Ele pode ter 99 ovelhas, mas se tem uma perdida Ele deixa as 99 para buscar você. Se você é a ovelha deprimida, perdida, Ele larga as outras e vai buscá-lo.

Entenda o valor que você tem. Você é um filho amado de Deus, e não tem direito de "queimar" sua vida. A graça não dispensa a natureza. O Todo-poderoso está pronto para mover o céu para que seu milagre possa acontecer, mas Ele não move uma palha para fazer aquilo que você pode fazer.

(Artigo extraído de uma palestra do professor Felipe de setembro de 2006).
Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com
Prof. Felipe Aquino, casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias". Saiba mais em Blog do Professor Felipe Site do autor: www.cleofas.com.br

23 janeiro 2011

Para entender a Inquisição

Descrição Rápida

  A Inquisição é o tema mais usado para se acusar a Igreja Católica, mas poucos a conhecem com profundidade. É um tribunal que nunca se encerra porque rende dividendos aos que desejam atacar a Igreja, escondendo do público muitas outras terríveis “Inquisições”. Quase sempre ela é mal analisada e mal interpretada, julgada fora do contexto social, cultural e religioso em que se realizou. Nada mais errado em termos de se fazer História. Para os adversários da fé católica ela é a “marca” do obscurantismo dessa época cristã. Mas, analisado-a “dentro do contexto da época”, tudo muda de figura.

   Foi a Igreja quem construiu a Civilização Ocidental (Thomas Wood, 2005).

   Vários segmentos da humanidade montaram uma forte propaganda contra a Igreja, e isso atravessou os séculos. De modo especial os iluministas do século XVIII, anticlericais e inimigos da Igreja, com Voltaire a frente, fizeram da Inquisição a sua principal arma de ataque à Igreja com o propósito de destruí-la, como se isso fosse possível a uma força humana. E isso continua até hoje.

Nesse livro você poderá conhecer o que dizem os mais renomados historiadores modernos sobre esse polêmico assunto. A realidade é bem diferente do que se propaga em muitos círculos acadêmicos e literários.



Edição: 3
Número de páginas: 304
Formato: 16×23 cm

Blog "Gaudium de veritate"

Temos a alegria de anunciar a criação de um novo blog - Gaudium de veritate -,que terá por fim disponibilizar textos de relevância filosófica. O referido blog andará na contramão da tendência niilista da filosofia contemporânea, procurando evidenciar que a verdade é a grande meta do espírito humano. Sem a verdade, fica-se à mercê dos ídolos vazios. Aceitaremos artigos de colaboradores. Basta contactar-nos pelo e-mail: pelilio@yahoo.com.br.

Padre Elílio

Recomendamos...


 

16 janeiro 2011

TRAGÉDIA NO ESTADO DO RIO: DOM ORANI FALA À RÁDIO VATICANO SOBRE A SOLIDARIEDADE DA IGREJA CATÓLICA

◊   Rio de Janeiro, 15 jan (Rádio Vaticano) - Diante do momento preocupante que vive a Região Serrana do Rio de Janeiro, muitos têm se mobilizado para ajudar os desabrigados pelas enchentes e deslizamentos decorrentes das fortes chuvas que começaram no domingo, dia 9. Mais de 550 mortes já foram confirmadas, num balanço divulgado pelas prefeituras, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros, e que continua a crescer a cada hora que passa.

Juntamente com a Caritas brasileira, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou, nesta quinta-feira, a campanha “SOS SUDESTE”, com o objetivo de arrecadar fundos que serão destinados às regiões atingidas pelas chuvas. O presidente da Caritas, Dom Demétrio Valentini, sugere que no dia 30 de janeiro, todas as dioceses façam uma coleta em favor das vítimas das chuvas.

Da mesma forma, o cardeal-arcebispo de São Paulo, Odilo Pedro Scherer, deu início à campanha “Apelo à solidariedade em favor das vítimas da catástrofe na Região Serrana do Rio de Janeiro”, através da Caritas-São Paulo. As ajudas serão encaminhadas às Caritas das dioceses de Petrópolis e Nova Friburgo, localizadas nas áreas atingidas pela tragédia.

O arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, salientou, na quinta-feira, que as dioceses de Petrópolis e Nova Friburgo, e também a Caritas Metropolitana estão-se mobilizando para atender as vítimas das chuvas. Através da Caritas arquidiocesana, a Arquidiocese do Rio já enviou R$ 20 mil para as dioceses de Nova Friburgo e Petrópolis, e uma tonelada de roupas para Teresópolis.

Silvonei José conversou, na manhã deste sábado, com o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta.  

A Cruz Vermelha do Rio está recebendo donativos para os desabrigados na sede da entidade, na Praça Cruz Vermelha, nº 10, no Centro do Rio. Os itens de maior necessidade são: água mineral, alimentos de pronto consumo (massas e sopas desidratadas, biscoitos e cereais), leite em pó, colchões, roupa de cama e de banho e cobertores. (SP)

Para doações em dinheiro:

Campanha “SOS Sudeste”(CNBB e Caritas Brasileira)
Caixa Econômica Federal (CEF) 
Agência 1041 – OP. 003
Conta Corrente 1490-8

ou

Banco do Brasil 
Agência 3475-4
Conta Corrente 32.000-5.
Caritas da arquidiocese de São Paulo

Banco Itaú
Agência 7657
Conta Corrente 10.834-1
Caritas da arquidiocese do Rio de Janeiro

Banco Bradesco
Agência 0814-1
Conta Corrente 48500-4
“SOS Serra” (Diocese de Petrópolis)

Banco Bradesco 
Agência 4014
Conta Corrente 11.4134-1

15 janeiro 2011

CNBB PUBLICA NOTA SOBRE A TRAGÉDIA CAUSADA PELAS CHUVAS NO SUDESTE DO PAÍS

◊   Brasília, 14 jan (RV) - A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou ontem, quinta-feira, uma nota lamentando as tragédias causadas pelas chuvas, especialmente, na região sudeste do país.

“Causa-nos tristeza profunda o crescente número de mortos, bem como dos desabrigados que perderam seus entes queridos e assistiram à destruição inclemente de suas casas e de seus bens”, diz um dos trechos da nota.

“Às vítimas desta dramática situação a CNBB vem manifestar sua solidariedade, ao mesmo tempo em que conclama a sociedade brasileira a intensificar suas doações, a fim de aliviar a dor e reavivar a esperança na certeza da superação de tamanha tragédia”, diz a nota CNBB.

Juntamente com a Caritas Brasileira, a CNBB lança a Campanha SOS SUDESTE, com o objetivo de arrecadar dinheiro que será doado às regiões atingidas pelas chuvas. O presidente da Caritas, Dom Demétrio Valentini sugere que, no dia 30 de janeiro, todas as dioceses façam uma coleta em favor das vítimas das chuvas. (SP)

13 janeiro 2011

Fé na vida eterna

AUDIÊNCIA GERAL: PAPA DEDICA CATEQUESE A SANTA CATARINA DE GÊNOVA


◊   Cidade do Vaticano, 12 jan (Rádio Vaticano) – Nesta quarta-feira, como faz tradicionalmente, o Papa acolheu milhares de fiéis e peregrinos, na Sala Paulo VI, para a Audiência Geral. Bento XVI dedicou sua catequese a Santa Catarina de Gênova (1440 a 1510), cujas principais características eram a comunhão íntima com o Senhor e o serviço aos mais necessitados.

Conforme o Pontífice explicou aos fiéis ali reunidos, Santa Catarina casou-se aos 16 anos e teve uma vida conjugal difícil. Em determinado momento de sua vida, passou por uma experiência espiritual particular, durante a qual viu, com clareza, o vazio interior que trazia, mas, ao mesmo tempo, abriu seus olhos à bondade de Deus. O Papa afirmou que a Santa é “um luminoso exemplo de caridade para todos”.

O Santo Padre fez um resumo da sua catequese em português, saudou os fiéis lusófonos presentes e concedeu a todos a sua benção apostólica. (ED)

Queridos irmãos e irmãs,

Os Santos, na sua experiência de união com Deus feita de amor e conhecimento, alcançam um saber tão profundo dos mistérios divinos, que servem de ajuda aos teólogos no seu esforço por entender os mistérios da fé. Um exemplo disto é Santa Catarina de Génova, conhecida sobretudo pela sua explicação do Purgatório. Esta explicação nasce, não de visões ou comunicações especiais do Além, mas da experiência que ela viveu na sua conversão a Deus, cujo início teve lugar em 1473. Catarina fala dos tormentos do Purgatório como um sofrimento interior da alma que, ciente do amor imenso de Deus, sofre por não lhe ter correspondido de forma perfeita e é precisamente o amor divino que a purifica das manchas de pecado que ainda a impedem de viver na presença da majestade de Deus.

Amados peregrinos de língua portuguesa, de quem me apraz salientar a presença do grupo de juristas do Brasil: para todos vai a minha saudação amiga de boas vindas, com o convite a aderirdes sempre mais a Jesus Cristo e a fazerdes do seu Evangelho o guia do vosso pensamento e da vossa vida. Então sereis, na sociedade, aquele fermento de vida nova que a humanidade precisa para construir um futuro mais justo e solidário, que sonhais e servis com a vossa atividade. Sobre vós e vossas famílias, desça a minha Bênção Apostólica.  

05 janeiro 2011

SOMOS REALMENTE LIVRES?




- Liberdade de... liberdade para...

Liberdade: palavra mágica, ideal e fascinação, destruição e força.
Meta a atingir e fardo para se levar.
Desafio cotidiano e tormento contínuo.
É difícil ser livre, saber autodeterminar-se,
conseguir projetar um estilo de vida
com responsabilidade e consciência.
É fácil, afinal, saber em que consiste
a tão decantada liberdade?
A resposta requer de nós uma busca febril,
feita de tentativas, de quedas, de ilusões e desfalecimentos.
Às vezes temos algum sucesso, mas muito passageiro para ser degustado em profundidade.

Somos realmente livres?

Temos um nome escolhido por outros, falamos uma língua que não escolhemos, não escolhemos também nossa família.
Temos um corpo que nos condiciona notavelmente: é imperfeito, fica doente e, às vezes, não responde do modo que queremos.
E nossa personalidade?
Alguns traços de nosso caráter são herdados de nossos pais. Sabemos, além disso, que influência têm os impulsos inconscientes, os instintos, os acontecimentos ocorridos na infância.
A sociedade, com seus inumeráveis condicionamentos econômicos e culturais, acaba de completar o quadro.
Mas, então, até que ponto é livre o nosso agir? Em que consiste, no fundo, a liberdade?
Trata-se apenas de uma liberdade negativa, isto é, não dependemos de estruturas, de imposições, de alienações; não estamos sujeitos a perseguições?
Ou, então, trata-se de uma liberdade no sentido positivo, isto é, somos livres para tomar uma atitude, uma decisão, para fazer um projeto que diz respeito a nós mesmos?

Saiba que:

A liberdade tem sua origem na essência do ser, no mais profundo do ser, onde se situa a dimensão espiritual.
Você está imerso nessa dimensão superior que, sem renegar, compreende e engloba a dimensão biológica, a psicológica e a sociológica, valorizando-as e atribuindo-lhes certa hierarquia.
É aí que se aprofundam as raízes inalienáveis de sua dignidade como ser humano.

Por isso, lembre-se:

Você pode sempre, e livremente, tomar uma atitude diante de qualquer situação com a qual tenha de se defrontar.
É justamente nessa tomada de posição que você exerce sua liberdade.
A liberdade está na escolha da atitude a ser tomada cada vez que nos defrontamos com uma situação que não pode ser mudada.
Viver a liberdade implica um dúplice movimento:
por um lado você é livre por não depender exclusivamente de seus instintos nem de suas determinações; por outro lado, você é livre enquanto ser responsável, possuidor de dimensão dinâmicas, significativas, prospectivas; enquanto ser fundamentalmente orientado para a realização e o cumprimento do real sentido da existência.

Um conselho

Não procure a liberdade. Somente em nível de estruturas, de condicionamentos sociais, de imposições vindas de cima.
Busque, antes, a liberdade de poder elaborar um projeto de si mesmo, que envolva os outros, a natureza, a sociedade, num crescendo harmônico e profundamente humano.

Saber usar a liberdade

Você é chamado, hoje, a decidir sobre seu ser moral, a dar uma resposta às interrogações que lhe são colocadas, com tragicidade e realismo, pela vida cotidiana.
Que uso você pode fazer de sua liberdade se o seu trabalho é automatizado, padronizado?
Você trabalha oito ou mais horas por dia, desempenhando sempre os mesmos papéis, digitando sempre no mesmo computador, manuseando sempre as mesmas máquinas, apertando sempre os mesmos parafusos.
Talvez você pense: “O trabalho é uma necessidade, um meio para ganhar dinheiro; uma iniciação à verdadeira vida.
Vou poder manifestar plenamente minha personalidade, minhas aspirações íntimas somente nas horas livres: essa é a ‘verdadeira vida’ ”.
Que uso você pode fazer, então, de sua liberdade, se o seu tempo “livre” lhe reserva aborrecimento, angústia, solidão?
Você sentia-se reduzido a frangalhos porque estava às voltas com um trabalho que não lhe permitia realizar o significado real de sua existência e lhe provocava uma pobreza interior que você queria e devia vencer a todo o custo.
Agora tem à disposição um “tempo livre forçado” e sente-se “condenado” ao divertimento.
Enfrenta, então, os engarrafamentos das estradas, às vezes sob um sol escaldante; ou entoca-se num cinema, numa danceteria ensurdecedora, num bar cheio de fumaça.

Lembre-se:

Como no trabalho automatizado e despersonalizante, também nos momentos de ócio absoluto jamais você poderá sentir-se u ser responsável, único, insubstituível.
Que uso você pode fazer de sua liberdade se, em circunstâncias contrárias, procura inutilmente um trabalho, por dias a fio, pois é uma das vítimas da recessão, da crise econômica?
Paradoxalmente, você tem muito tempo à disposição, mas a liberdade parece perdida na névoa da indefinição.
O vazio de seu tempo é o vazio de sua consciência.
Permanecer desocupado provoca um sentimento de inutilidade; talvez você até chegue a pensar que sua vida não tem mais sentido.
Enfim, que uso você pode fazer de sua liberdade se, tendo atingido um limite de idade, consideram-no um aposentado e, como tal, o dispensam do emprego, mandando-o para casa?
Os hábitos que, por anos, Sustentaram o seu dia desmoronam...
Você perde o ritmo de vida que modelou múltiplas e ricas atividades.
De repente privam-no de uma função que você desempenhou bem por tanto tempo.
Você já viveu bastante e, agora, com a aproximação da velhice, experimenta certo vazio interior e certo medo do amanhecer, quando tudo tem de recomeçar.
Medo de continuar a sorrir, de recomeçar a lutar.
Acaba até sentindo certa culpa de ainda estar vivo.
Corre o risco de sentir-se inútil, Abandonado, triste.
O que fazer, então?
Fugir de si mesmo?
Para onde?
Para a neurose, para a depressão?

Preste atenção!

Afugente as divagações que o afastam de si mesmo.
Estabeleça um espaço, um deserto onde você possa se reencontrar.
Mais do que a ausência de homens e de mulheres, o deserto é a presença de Deus.
A concentração e a meditação irão ajudá-lo a descobrir as tarefas que você foi chamado a realizar .
Essas ocasiões, essas possibilidades nunca mais voltarão, porque são específicos, individuais, concretas.
Compete a você decidir que influência terão. Somente atendendo aos apelos que chegam de pontos diversos, você poderá descobrir o sentido mais verdadeiro de sua existência.

A consciência como guia

Ser homem, ser mulher
significa ir além de si mesmo.
A essência da existência humana encontra-se na própria auto-superação.
Ser homem, ser mulher quer dizer
estar sempre voltado para alguma coisa ou para alguém, oferecer-se e dedicar-se plenamente a um trabalho, a uma pessoa amada, a um amigo a quem se quer bem, a Deus, com quem se deseja viver em comunhão.
A transcendência torna sua vida não-dividida, não-seccionada.
Você está em relação com o outro.
Sua existência é o testemunho mais autêntico de que a vida é relação. Eis as autênticas dimensões da liberdade.

site: comunidade católica shalon

Bons ventos no Ministério das Comunicações

Por Altamiro Borges

Tomou posse nesta segunda-feira (3) o ministro das Comunicações do governo Dilma Rousseff, o ex-sindicalista Paulo Bernardo. Bem diferente dos seus antecessores, que nunca trataram a pasta como estratégica no processo de democratização do país, ele deu sinais positivos neste rumo. Em seu rápido pronunciamento, afirmou que a sua prioridade será o fortalecimento do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), “que garanta o acesso da grande massa da população brasileira ao serviço”. Ele ainda enfatizou o desafio da reestruturação dos Correios. "A empresa é uma das mais admiradas do país e nós queremos garantir que isso continue".

Para desespero dos barões da mídia, Paulo Bernardo também defendeu a urgência de um novo marco regulatório para o setor. “Para o fortalecimento das comunicações, não posso omitir a necessidade do marco regulatório. Não se trata da revisão de direitos arduamente conquistados de liberdade de expressão... É uma garantia da pluralidade da informação", afirmou o ministro, que assumiu a pasta das Comunicações após deixar a do Planejamento, ocupada no governo Lula. É evidente que esta meta, que esbarra na raivosa resistência da ditadura midiática, demandará forte pressão dos movimentos sociais.

Alvarez desagrada as teles

Outro sinal positivo foi dado com a composição do Ministério. Paulo Bernardo indicou como seu secretário-executivo, segundo no posto de comando da pasta, o ativo Cezar Alvarez, ex-assessor especial do presidente Lula e coordenador do programa de inclusão digital do governo passado. Esta nomeação deve ter incomodado as poderosas operadoras de telefonia, as teles – na sua maioria, multinacionais –, conforme já registrou, num texto que visa estimular a cizânia, o sítio Convergência Digital:

“A decisão deverá desagradar as empresas de telefonia, que identificaram Alvarez como o principal adversário político a ser combatido no governo Dilma Rousseff, na tentativa de esvaziar o ímpeto da implantação do Plano Nacional de Banda Larga... Alvarez colheu dentro e fora do governo Lula inimigos poderosos, que não vão se acomodar diante do novo quadro político do Ministério das Comunicações”.

O destrutivo lobby das teles

Ainda segundo revela o sítio, “as teles não perdoam Cezar Alvarez pelo fato dele ter interferido diretamente na Anatel nos últimos meses e obrigado a agência reguladora a colocar a banda larga como serviço público, sob o regime privado, na revisão dos contratos de concessão... Nas últimas semanas Alvarez foi duramente combatido dentro do Palácio do Planalto por executivos das empresas de telefonia, na tentativa de evitar a nomeação dele para a Secretaria Executiva do Ministério das Comunicações”.

Como se observa, o ministro Paulo Bernardo terá muitas dores de cabeça. Se não se atolar no pragmatismo conciliador, ele terá que enfrentar os latifundiários da radiodifusão, que não aceitam qualquer tipo de marco regulatório, e as ambiciosas teles, que não toleram entraves aos seus lucros. Caso queira, de fato, encarar a comunicação como algo estratégico para o aprofundamento da democracia, Paulo Bernardo necessitará do respaldo da presidenta Dilma, de muita convicção e habilidade política e de forte pressão dos movimentos sociais. O jogo promete ser duro, mas parece que começou bem. 

Fonte: http://www.planetaosasco.com/oeste/index.php?/201101035308/Coluna-politica/bons-ventos-no-ministerio-das-comunicacoes.html

"Despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da Luz" Rm 13,12
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