27 janeiro 2016

Para estudar Teologia




Irmãos, há muito eu sempre quis estudar teologia numa faculdade católica. Mas não tive nenhuma oportunidade ainda. Desde então, nestes já 23 anos de caminhada me dediquei bastante à leitura e conhecimento da nossa fé na Igreja.

Neste ano específico senti um chamado a voltar a me dedicar mais intensivamente à leitura, estudo e interioridade. Por isso quis retomar minhas leituras espirituais, mas quis organizá-las para não me perder no caminho.

Fiz uma análise de várias ementas das disciplinas de Teologia em várias faculdades católicas do Brasil. Baseado nisso elaborei esta lista abaixo onde organizo quase todos os itens de estudo. Se alguém se interessa em iniciar um estudo sistemático de nossa fé, é muito importante analisar este "mapa" abaixo para que cada um possa se situar em quais matérias necessita conhecer ou aprofundar e planejar seus estudos de forma mais organizada.

Deu um trabalhinho, mas valeu à pena. Guarde esta lista e planeje suas leituras e estudos. O mundo de hoje necessita cada vez mais de pregadores e cristãos que detenham um conhecimento mínimo a respeito daquilo que creem.

Coloquei também algumas sugestões de quais materiais você pode estar adquirindo para o estudo. Nada muito profundo, mas que vai te direcionar bem numa introdução aos conhecimentos do nosso precioso depósito da fé.

(Atualização: Depois desta lista ter muito sucesso e repercussão, criamos o projeto "Quero Estudar Teologia - QET". Se quiser saber mais clique aqui.)

Segue abaixo:


Estudo das Sagradas Escrituras

Introdução às Sagradas Escrituras

História do Antigo Testamento

Pentateuco

Livros históricos

Livros proféticos

Livros sapienciais

História do Novo Testamento

Evangelho

Atos dos apóstolos

Cartas Paulinas

Cartas católicas

Apocalipse

Para estudar as Sagradas Escrituras sugiro os seguintes materiais:


História

=> Das origens até Cristo

=> História da Igreja

  • Idade antiga
  • Idade média
  • Idade moderna e contemporânea


=> América Latina e Brasil


Para estudar história recomendo: 




Teologia Sistemática

Introdução à Teologia

Teologia fundamental

Antropologia Teológica

Trindade

Cristologia

Pneumatologia

Eclesiologia (Sagr.Magistério)

Angeologia

Mariologia

Escatologia

Graça

Teologia dos Sacramentos (Liturgia)

Missiologia e Pastoral

Direito Canônico


Para vários temas acima recomendo:



Teologia Moral

Os 10 mandamentos

Introdução a Moral

Teologia do Corpo

Doutrina Social da Igreja


Para aprofundamento das questões morais propostas aqui recomendo:




Hagiografia

Patrística

Beneditinos

Carmelitas

Franciscanos

Recomendo aqui:




Espiritualidade

Teologia ascética e mística

Latim


Para aprofundar a espiritualidade e vida de oração recomendo:
  • Estudo da parte 4 do Catecismo da Igreja Católica a respeito do Pai nosso e a vida de oração do cristão. 


É claro que há muitos mais fontes de pesquisa e estudo a se citar aqui. Uma lista sem fim. Mas o objetivo principal desta postagem não é bibliográfica, mas apenas apresentar um mapa para pessoas que desconhecem as matérias no estudo da Teologia.

Depois seria interessante estudar Filosofia. Mas aí é outra postagem no futuro.


23 janeiro 2016

Tempos difíceis exigem almas fortes



Irmãos, gostaria de indicar aqui o excelente o podcasts “Fala aí”, do pessoal da Canção Nova. E quero focar aqui no excelente episódio número 33 da segunda temporada com o tema: “Maranatha, o Rei está vindo”. Indico muito que você escute. Clique aqui para baixá-lo ou ouvi-lo.

Este episódio foi gravado durante o advento de 2015 onde aborda discussões relacionadas a Parusia, a escatologia universal, isto é, sobre a volta de Jesus.

Recomendo a escuta deste excelente episódio. Eles falam do termo Maranatha, uma saudação dos judeus cristãos entre si que significa “o Senhor voltará” ou “Vem, Senhor”: uma afirmação ou pedido. Falam também sobre a nova era e os males da sociedade moderna.

Gostaria de partilhar aqui as reflexões que tive ao escutar este excelente podcast:
O Catecismo da Igreja Católica nos diz: “A partir da Ascensão, o advento de Cristo na glória é iminente, embora não nos "caiba conhecer os tempos e os momentos que o Pai fixou com sua própria autoridade" (At1,7). Este acontecimento escatológico pode ocorrer a qualquer momento, ainda que estejam "retidos" tanto ele como a provação final que há de precedê-lo.” (673)

Devemos nos preparar para a volta de Jesus, esta é uma verdade de fé cristã desde os inícios e a Igreja sempre confirmou esta crença. O carisma da Canção Nova é preparar o povo para receber Jesus. Faz parte da missão da Canção Nova esta expectativa da volta de Jesus.

Temos que ter cuidado para não cair na grande tentação do messianismo em que os judeus caíram. Os judeus esperavam um messias político, um rei secular que resolveria todos os problemas do mundo e restauraria um período de paz. Às vezes caímos nesta tentação quando queremos que Jesus volte logo para resolver os problemas da humanidade que todos nós produzimos e que muitas vezes, ao invés de procurar participar para melhoria do mundo, cruzamos os braços e queremos e julgamos e exigimos que os outros resolvam por nós. E ainda queremos exigir que Deus volte logo para limpar a bagunça toda.

Deus, às vezes tarda, porque Ele tem o tempo dele, dentro dos mistérios de sua ação e vontade que não cabe a nós cobrar. Quando Ele tarda ele busca salvar mais almas. Por isso nosso papel deve ser extremamente focado em “preparar o caminho do Senhor”. Temos que nos dedicar todos na evangelização. Isso é uma exigência cristã de todo batizado! Infelizmente a maioria dos batizados não contribuem em nada na evangelização. E às vezes atrapalham...

É preciso estarmos atentos para o perigo de tirar Jesus da evangelização com a desculpa de poder atingir mais pessoas com uma mensagem benéfica que esvaziada do personagem principal, o Filho de Deus, deixa de ser evangelização. Ocultar verdades essenciais cristãs é um roubo da verdadeira mensagem de Jesus, da missão e da vida cristã.

Assim o conhecimento das verdades de Cristo, da fé está cada vez mais se tornando superficial. Essa superficialidade, fruto do relativismo acaba se tornando cultural e alguns deturpam tanto que chegam a dizer que esta ignorância e superficialidade das verdades teológicas é um aspecto de uma pretensa “humildade” ...

Os cristãos mais cultos e que buscam viver a raiz (radical) do evangelho são tachados de ‘falsos cristãos’, que não refletem a mensagem extremamente caridosa do ‘novo jesus’ desta sociedade secularizada.

Muitos cristãos estão caindo nesta artimanha do inimigo para esvaziar todo o poder da Palavra de Deus, das verdades de Cristo e do Evangelho. Se o demônio consegue retirar o senso de pecado da pessoa, ela não tem do que se arrepender, não pede perdão e aí está com sua salvação gravemente comprometida. Pronto! O diabo conseguiu o que queria de forma sorrateira, sem alarde, sem grandes tentações, sem lutas, sem vexações, simplesmente invertendo o sentido das coisas.

O nome disso é heresia. E hoje o politicamente correto tem defendido os hereges contra uma inventada “igreja assassina” baseada em mentiras montadas do período da inquisição ou dos templários.

Outra grave ação é a manipulação da imagem do Papa. Empolgados, os modernistas esperavam que o Papa fosse aprovar todos os absurdos que a sociedade depravada atual gostaria que fosse liberado. Como não conseguiram e viram que o Papa busca ser fiel à doutrina católica de sempre, como todos os outros papas anteriores, eles estão fazendo uma abordagem diferente. Está-se criando midiaticamente a imagem de um outro Papa, diferente do atual. Estão constantemente deturpando as palavras do Papa, aumentando demais certas expressões e diminuindo ou ocultando outras. Quando não espalham em redes sociais textos falsos dizendo ser de autoria do Papa. Mostrando um Papa bonzinho, mansinho que ama tudo e aceita tudo...

Tudo com objetivo de manipular a fé católica que é o maior empecilho para o avanço da nova era e dos projetos ardis da revolução marxista, entre outros.
Estamos vivendo numa sociedade sentimentalista, um povo exageradamente sentimental. 

Abandonaram a razão. Vale tudo se tiver prazer, alegria ou algum sentimento bom. Outra coisa é o imediatismo. Tudo vale se for hoje, não importa o futuro. O amanhã não existe. Só existe o hoje. Claro que isso não deixa de ter um fundo de verdade. O problema é que levam isso para o campo moral onde o prazer é tratado como algo muito mais superior do que os valores. Caçoam das verdades eternas do julgamento, do céu, inferno e purgatório. E se por acaso existir um Deus, ele é bom demais para nos castigar...

Assim justificam tudo e não há mais a adesão de uma alma às verdades cristãs, mas uma salada de crenças selecionadas pela pessoa que escolhe a seu bel prazer. Uma religião do self-service, onde o “criador” está a serviço da criatura e não o contrário.

A depressão é a doença do século. O ser humano, na enxurrada de idolatria do sentimento não está sabendo lhe dar consigo mesmo. A partir do momento que a emoção predomina a razão, a loucura se estabelece. O sentimento não pode sobreviver sadiamente sem a razão. Deve-se haver um equilíbrio entre os dois, com a razão sempre predominando: isto é o que nos diferencia dos animais.
A exigência da acentuada carga emotiva na sociedade atual é tão grande que estamos vendo pessoas que não se contentam mais com as mais elementares satisfações, até então num passado recente tão bem aproveitadas.

Não se detém a admirar mais uma bela paisagem, um boa música, um bom texto, uma reflexão profunda. Só se procura entretenimento barato, fácil e inútil. Uma piada é muito mais valorizada do que um pensamento profundo. Um “batidão” vende mais do que uma música que tem melodia, ritmo e letra trabalhada, harmoniosa e complexa. A produção bem trabalhada dá mais trabalho para ser percebida e contemplada e nem sempre serve para fins promíscuos, afinal a promiscuidade é a nova deusa da sociedade moderna que exige ser adorada...

Graças a Deus há um movimento bem contrário a essa maré de lixo começando a se levantar. Há cérebros que não estão se sujeitando a serem gado de abate... E esse movimento vem de todas as partes, independentemente do local, religião ou partido. Isso é uma grande alegria e tudo que pudermos fazer para levantar, divulgar e enaltecer o valor desta linha de pensamento de valorização do belo, do inteligente e do que é arte bem trabalhada é muito louvável. A verdade e o bem deve prevalecer sobre a máscara e a manipulação.

Ajude a levantar uma nova geração que faz mais por si e pelo mundo ao redor. Não se rebaixe aos ditames do politicamente correto ou de uma moda ridícula. Critique e mexa-se. Não basta só assistir. Participe. Não se limite a apenas orar. Isso é importantíssimo, é até o mais importante. Mas se não houver a parte da ação, seria como uma fé sem obras: morta. Ore mas aja! Ora+ação.

Como agir? Pergunte, critique, se informe, expresse sua opinião. Se errar conserte, volte atrás e faça certo. Mas participe. Não cruze os braços. Não ignore os assuntos que impactam diretamente a vida de todos, principalmente a política e a Igreja.

Fazendo assim você estará participando e contribuindo com sua parte, mesmo que pequena, mas altamente necessária aos olhos de Deus, para a construção do Reino, para que “...seja feita Vossa vontade assim na terra como é nos céus...”.

Por isso há esperança de lutarmos por um mundo melhor. Para isso precisamos de almas fortes que permanecem na rocha e não se abalam por qualquer vento de doutrina ou moda corrompedora. A expectativa da volta de Jesus precisa ser uma espera de alegria, pois nosso Deus nos trará libertação. Devemos manter acesa sempre a esperança. Nunca se desesperançar seja qual for a tribulação. Deus é nossa força e ele nunca nos abandona. Se a cruz está pesada olhe para o Cristo e retome as esperanças e lute com fé.

Vamos juntos lutar por uma sociedade santa, uma “Civilização do Amor”, como disse São João Paulo II.

Termino com um texto do Catecismo da Igreja Católica sobre o Fim dos Tempos (675 a 677):
“Antes do advento de Cristo, a Igreja deve passar por uma provação final que abalar a fé de muitos crentes. A perseguição que acompanha a peregrinação dela na terra" desvendará o "mistério de iniquidade" sob a forma de uma impostura religiosa que há de trazer aos homens uma solução aparente a seus problemas, à custa da apostasia da verdade. A impostura religiosa suprema é a do Anticristo, isto é, a de um pseudo-messianismo em que o homem glorifica a si mesmo em lugar de Deus e de seu Messias que veio na carne.
Esta impostura anticrística já se esboça no mundo toda vez que se pretende realizar na história a esperança messiânica que só pode realiza-se para além dela, por meio do juízo escatológico: mesmo em sua forma mitigada, a Igreja rejeitou esta falsificação do Reino vindouro sob o nome de milenarismo, sobretudo sob a forma política de um messianismo secularizado, "intrinsecamente perverso”.
A Igreja só entrará na glória do Reino por meio desta derradeira Páscoa, em que seguirá seu Senhor em sua Morte e Ressurreição. Portanto, o Reino não se realizará por um triunfo histórico da Igreja segundo um progresso ascendente, mas por uma vitória de Deus sobre o desencadeamento último do mal, que fará sua Esposa descer do Céu. O triunfo de Deus sobre a revolta do mal assumirá a forma do Juízo Final depois do derradeiro abalo cósmico deste mundo que passa.”




19 janeiro 2016

Resumo do livro "A Vida Intelectual"



Irmãos, já falei aqui a respeito do livro do Padre Antonin Dalmace Sertillanges onde pude trazer o capítulo 1 em duas postagens que você pode ler aqui e aqui.

Gostaria de relatar algo: eu tive acesso a este livro gratuitamente via pdf (eu coloquei o link para baixar na primeira postagem) e procurei ler devido a indicação de algumas pessoas e ter ouvido sobre ele ter mudado a vida de muitas pessoas. Ao começar a ler em pdf eu fiquei vislumbrado pela santidade das palavras e como eram profundas! Tive a certeza de que estava diante de um clássico (como um "imitação de Cristo" para estudiosos)! Desde então procurei imediatamente comprar um livro físico pois sei que seria importantíssimo este livro para mim.

Gostaria aqui de fazer um resumo dos tesouros que encontrei neste livro. Um livro de grande envergadura. Grandioso por tudo que diz. Tem uma linguagem que exige muita atenção, mas valeu à pena ler bem devagar, degustando, mastigando cada palavra, cada ensinamento, cada lição. E que lições!!! Como aprendi e como Deus falou ao meu coração e também como me tocou os sábios e ensinamentos da sabedoria. Recomendo a todos que amam a leitura que leiam este livro. Ele é essencial para todos os que estudam, lêem e buscam o conhecimento, a sabedoria.

A introdução do livro é surpreendente. Gostaria de digitar aqui algum dia.

O capítulo primeiro fala sobre a vocação do intelectual, como ele é um consagrado. Nossa! Pra mim isto foi uma revelação! Sempre tive uma sede muito grande de conhecimento, sempre falo que sou um viciado pelo saber, uma curiosidade sem fim, um desejo contínuo de aprender. E neste livro eu tive certeza de que isso se trata de um chamado de Deus, que faz parte de uma missão, um desejo do Grande Autor da Vida de que eu fizesse algo neste sentido nesta vida breve que passa. Como isto foi algo que me impactou, pois sempre fui corrigido por irmãos desinformados de que eu não devia buscar tanto conhecimento assim, de que isto não agradaria a Deus, de que Deus é simples, etc. Vários jargões que falam erroneamente de que humildade é sinônimo de ignorância atribuindo tudo a uma ação milagrosa de Deus, como se Deus só pudesse agir através da nossa ignorância.

Este livro reacendeu em mim o desejo pelo conhecimento, tudo aquilo que aprendi na Sagrada Escritura pelos livros sapienciais, e em alguns textos fenomenais como a carta do Papa S.João Paulo II, "A razão e a fé". Nas duas postagens que citei acima eu trago um resumo com uma seleção dos textos tirados diretamente do primeiro capítulo do livro. Vale muito a pena ler.

No capítulo dois ele nos fala das virtudes de um intelectual cristão. Como que precisamos cuidar de trabalhar nossas virtudes e combater os defeitos e vícios. E como que se não cuidarmos bem destas coisas estaremos atrofiando o desenvolvimento saudável da nossa vida intelectual. Um intelectual que não trabalha suas virtudes e não combate os vícios é um mal intectual, ou melhor não pode ser chamado de intelectual pois "a ciência depende de nossas tendências passionais e morais", ele diz ainda: "a verdade e o bem não só estão interligados como são idênticos".

No capítulo três, intitulado de "A organização da vida", ele nos fala com maestria de como devemos viver esta vida de estudos e leitura com dedicação máxima mas sem descuidar das pessoas que amamos, dos amigos, da família e das nossas obrigações gerais. Como devemos nos portar. O que devemos realmente evitar, abandonar e valorizar o que é necessário. A importância da solidão, do silêncio mas também o valor de se estar com as pessoas e com cumprir fielmente nossas ações e atividades de nossa obrigação.

No capítulo quatro ele nos fala do tempo dedicado ao trabalho da intelectualidade. Em todo tempo ele chama de 'trabalho' a busca por conhecimento e a transmissão do mesmo (se posso resumir assim, pois é muito mais que isso). Ele fala da importância da oração e de como ela tem muita similaridade pela busca da sabedoria. E de como devemos dedicar todo o tempo à busca pela sabedoria, pela vida intelectual, como um bom cristão deve ser fiel à sua vocação. Ele fala da importância de certa dedicação pela manhã e pela noite. Ele fala também de como devemos estar atentos durante todo o tempo e de que todas as realidades que nos cercam são fonte de reflexão, de conhecimento, de aprendizado e de como Deus fala de formas diversas buscando nos formar, nos fazer crescer no aprendizado.

No capítulo cinco ele vai tratar do campo do trabalho intelectual. De que todas as ciências estão interligadas. Nenhuma sobrevive sozinha. De que necessitamos estudar um pouco de todas as ciências e não apenas nos especializarmos numa só específica. Mas não exagerar nisso, é apenas um breve conhecimento necessário. Mas nas temáticas de que precisamos aprender, devemos aprender corretamente. Ele fala da importância maior das ciências da filosofia e da teologia. E neste campo ele recomenda enormemente o estudo da vida e dos escritos de São Tomás de Aquino. Ele fala que nossos campos de estudo escolhidos exigem-se o sacrifício de abandonar todo o universo dos outros campos. Que é preciso ter os pés no chão para saber que não se pode saber tudo. Que se deve saber o necessário daquilo que nos propomos a buscar e não sabê-los pela metade. Não ter pressa, mas buscar profundidade fazendo seu melhor em cada tempo e campo específico.

No capítulo seis ele nos diz sobre o espírito do trabalho intelectual. A submissão e humildade que devemos ter à verdade. A dedicação que devemos ter à pesquisa, a concentração que devemos nos aplicar com fidelidade máxima. Ele cita São Tomás: "Ninguém, por mais sábio que seja, deve rejeitar a doutrina de um outro, por pequeno que ele seja". O alargamento dos temas estudados abrange muito mais do que podemos propor. Devemos contemplar a grandeza e conexão das verdades e buscar a profundidade, largura e altura dos mistérios aprendidos. Ele diz: "A letra mata: que a leitura e o estudo sejam espírito e vida".

No capítulo sete ele discursa sobre a preparação do trabalho intelectual. Ele aprofunda os três grandes e importantes passos: 1) A leitura; 2) A organização da memória; 3) As anotações. Fala, entre muitas coisas, sobre ler com qualidade. Não adianta ler com excesso se não puder dar tempo para absorver o conhecimento e fazer dele uma produção positiva para sua vida e dos demais. Escolher com cuidado o que ler, sem rejeitar facilmente livros de pessoas alheias ao seu meio. Fala de como São Tomás tirou dos filósofos antigos aprendizados que excedem tudo aquilo que estes disseram. Que não devemos rejeitar nada. Explica também as quatro espécies de leitura: a leitura de formação, a ocasional, a edificante e a de lazer. E como devemos conciliar todo o trabalho de leitura. Ele nos fala no segundo item sobre o que é preciso memorizar, a ordem e como fazer para isso. E no último subitem ele nos dá preciosas dicas sobre como fazer eficientes anotações durante o estudo e a leitura. A importância de fazer anotações claras e lúcidas, sem exageros e que resumem os melhores conceitos estudados. Que devemos fazer um resumo do livro (este é o motivo deste post) à medida que se avança tendo à memória toda a estrutura do tema estudado. Olhando um ponto específico sem perder de vista o todo, como enxergar toda a 'arvore' à vista do conhecimento para não se perder diante das coisas aprendidas. E pensar na utilidade prática para si e para os outros das anotações, dos trechos marcantes e do resumo.

No capítulo oitavo a abordagem é sobre o trabalho criador. Fala sobre a importância de se escrever, de se produzir conteúdo. De que todo leitor e estudante precisa repassar o que aprende e que isso o dignifica mais e respalda também a razão do aprendizado. Que mesmo que a pessoa não tenha costume de escrever que se deva começar e que começar é o mais importante, o resto virá por si mesmo. Fala sobre o estilo da escrita que deve ser original próprio de cada um, que não devamos copiar dos outros, fala também de que se deve ser transparente e genuíno, nada de escrever aquilo que não vem do coração, do íntimo de si mesmo. Que não se deve escrever só pelo retorno financeiro nem para acariciar tendências de moda. Que o escritor deve estar inserido no mundo mas não se deixar dominar por ele. Estar nele, mas fora dele. Que se deve ter um olhar crítico sobre o próprio trabalho, ser coerente e sincero. Fala sobre a necessidade de três virtudes: constância em se focar no trabalho e não desistir, não se deixar distrair pelas várias coisas ao redor que costumam roubar nossa atenção; paciência, pois que o cérebro sempre nos prega peças, que passaremos por várias tribulações e dificuldades para prosseguir e terminar o trabalho, mas que isso não pode ser razão de preguiça ou desistência; e perseverança: terminar é importantíssimo; que não terminar é amigo íntimo do inimigo que combateu o trabalho o tempo todo. Por isso ele termina o capítulo explanando muito bem sobre a necessidade primordial de terminar o trabalho, custe o que custar e sobre o reconhecimento dos limites. Quem não se conhece e não conhece seus limites será inimigo de si mesmo.

No nono e último capítulo, cujo tema é o trabalhador e o homem', ele nos falará da necessidade do lazer, do descanso e que eles fazem parte de uma pausa muito necessária para melhor produção do intelectual. Ele também vai falar da grande riqueza da apreciação das artes como um meio para um relaxamento e ao mesmo tempo aprofundar-se em uma alta cultura. Fala da necessidade de um verdadeiro descanso físico e/ou mental e que muitas vezes pensamos que estamos descansando quando na verdade o tipo de lazer nos estressa ainda mais e não contribui para a verdadeira pausa necessária para retomar com frutos o trabalho. Fala também do truque da diversidade, pois muitas vezes quando diversificamos a atividade nós descansamos de outra atividade sem necessitar parar totalmente. Ele diz também que não devemos trabalhar com excesso e nem trabalhar pela metade, o mesmo também serve para o descanso: não descansar demais e não descansar pela metade. Para isso é preciso planejar bem o descanso: o tipo, o local, a duração, etc. Fala também das provações com que passará o intelectual e das perseguições, das quais, é louvável, que ele não retruque os ataques, mas busque a humildade, pois a verdade sempre vence no final e que quando Deus é por nós quem pode nos resistir? A verdade sempre prevalece no final. E o livro termina falando da necessidade de apreciar as alegrias, tirar prazer do que faz, fazer com amor e dedicação. Os frutos do trabalho virão, mesmo que não se veja claramente e que é preciso confiar no Senhor que faz a semente germinar no tempo certo e o fruto também. Nem sempre o que semeia é o que colhe.

Este é um livro extraordinário. Riquíssimo e profundo. Não é possível ler ele com pressa e proveito. Leia devagar, mastigando e meditando os ricos ensinamentos.
Que Deus o abençoe com esta excelente leitura!

Se você chegou até aqui lendo as três postagens sobre este importante livro e se sente chamado a essa vida intelectual, recomendo a leitura do meu post "Chamados à Vida Intelectual", onde eu falo sobre os desafios concretos, dou uma série de dicas e links e no final faço um chamado a nos reunirmos, nos juntarmos para uma ação mais eficaz.

18 janeiro 2016

CARTA ENCÍCLICA DIVINUM ILLUD MUNUS



1ª Encíclica ao Espírito Santo:

CARTA ENCÍCLICA

DIVINUM ILLUD MUNUS

DO SUMO PONTÍFICE LEÃO XIII

SOBRE A PRESENÇA E

VIRTUDE ADMIRÁVEL DO ESPÍRITO SANTO

INTRODUÇÃO
1. Aquela divina missão que, recebida do Pai em benefício do gênero humano, tão santamente desempenhou Jesus Cristo, tem como último fim fazer que os homens cheguem a participar de uma vida bem-aventurada na glória eterna; e, como fim imediato, que durante a vida mortal vivam a vida da graça divina, que ao final se abre florida na vida celestial.

Por isso, o Redentor mesmo não cessa de convidar com suma doçura a todos os homens de toda nação e língua para que venham ao seio de sua Igreja: Venham todos a mim; Eu sou a vida; Eu sou o bom pastor. Mas, segundo seus altíssimos decretos, não quis Ele completar por si só incessantemente na terra tal missão, mas que, como Ele mesmo a tinha recebido do Pai, assim a entregou ao Espírito Santo para que a levasse a perfeito término. Apraz, com efeito, recordar as consoladoras frases que Cristo, pouco antes de abandonar o mundo, pronunciou diante dos Apóstolos:

“Convém a vós que eu vá! Porque, se eu não for, o Paráclito não virá a vós; mas se eu for, vo-lo enviarei”. (1)

E ao dizer assim, deu como razão principal de sua separação e de sua volta ao Pai o proveito que seus discípulos haveriam de receber com a vinda do Espírito Santo; ao mesmo tempo que mostrava com este era igualmente enviado por Ele e, portanto, que dEle procedia como do Pai; e que com advogado, como consolador e como mestre concluiria a obra por Ele iniciada durante sua vida mortal.

A perfeição de sua obra redentora estava providencialmente reservada à múltipla virtude desse Espírito, que na criação adornou os céus (2) e encheu a terra (3).

2. E Nós, que constantemente temos procurado, com o auxílio de Cristo Salvador, príncipe dos pastores e bispo de nossas almas, imitar seus exemplos, temos continuado religiosamente sua mesma missão, encomendada aos Apóstolos, principalmente a Pedro, cuja dignidade também se transmite a um herdeiro menos digno (4). Guiados por esta intenção, em todos os atos de nosso pontificado a duas coisas principalmente temos atendido e sem cessar atendemos. Primeiro, a restaurar a vida cristã tanto na sociedade pública como na familiar, tanto nos governantes como nos povos; porque somente de Cristo pode se derivar a vida para todos. Segundo, a fomentar a reconciliação com a Igreja daqueles que, por causa da fé ou por obediência, estão separados dela; pois a verdadeira vontade do mesmo Cristo é que haja só um rebanho sob um só Pastor. E agora, quando nos sentimos próximos do fim de nossa carreira mortal, apraz consagrar toda nossa obra, qualquer que tenha sido, ao Espírito Santo, que é vida e amor, para que a fecunde e a madure. Para cumprir melhor e mais eficazmente nosso desejo, em vésperas da solenidade de Pentecostes, queremos lhes falar da admirável presença e poder do mesmo Espírito; ou seja, sobre a ação que Ele exerce na Igreja e nas almas graças ao dom de suas graças e carismas celestiais. Resulte disso, como é nosso desejo ardente, que nas almas se reavive e se vigore a fé no augusto mistério da Trindade, e especialmente cresça a devoção ao divino Espírito, a quem de muito são devedores todos quanto seguem o caminho da verdade e da justiça; pois, como assinalou São Basílio, toda a economia divina ao redor do homem, se foi realizada por nosso Salvador e Deus, Jesus Cristo, tem sido levada a cumprimento pela graça do Espírito Santo (5).

O MISTÉRIO DA TRINDADE

14 janeiro 2016

Ler Gilbert Keith Chesterton



Irmãos, porque ler G.K.Chesterton? Quem é esse camarada?
Talvez você nunca tenha ouvido falar nele mas saiba que há a possibilidade de abertura de um processo de beatificação dele (veja mais aqui) e mais: esse sujeito foi um dos maiores escritores do século XX; cito abaixo alguns trechos do artigo de Dale Ahlquist:

Chesterton "foi o homem que escreveu a obra intitulada O Homem Eterno, que levaria um jovem ateu chamado C.S. Lewis a tornar se cristão. Foi ele quem escreveu um romance intitulado O Napoleão de Nothing Hill, que inspiraria Michael Collins a liderar o movimento pela independência da Irlanda. E foi também ele o autor de um artigo no Illustrated London News que inspiraria Mohandas Gandhi a liderar o movimento que pôs fim ao domínio colonial inglês na Índia".

"Chesterton discutiu com muitos dos mais célebres intelectuais do seu tempo: George Bernard Shaw, H.G. Wells, Bertrand Russell, Clarence Darrow. Segundo os relatos da época, costumava sair vencedor dessas disputas. O mundo, porém, imortalizou os seus oponentes e esqueceu Chesterton, de modo que hoje só nos dão a ouvir um dos lados da argumentação e nos obrigam a aturar as heranças do socialismo, do relativismo, do materialismo e do ceticismo. A ironia disso é que todos os seus oponentes tratavam Chesterton com a máxima consideração e estima; Shaw, por exemplo, chegou a dizer: O mundo não agradeceu o suficiente a Chesterton."

"Os seus escritos foram aplaudidos e elogiados por Ernest Hemingway, Graham Greene, Evelyn Waugh, Jorge Luis Borges, Gabriel García Márquez, Karel Capek, Marshall McLuhan, Paul Claudel, Dorothy L. Sayers, Agatha Christie, Sigrid Undset, Ronald Knox, Kingsley Amis, W.H. Auden, Anthony Burgess, E.F. Schumacher, Neil Gaiman e Orson Welles, para só citar alguns poucos. E T.S. Eliot afirmou que Chesterton merece o direito perpétuo à nossa lealdade."

(...)

"Chesterton debateu de forma eloquente todas as variadas ideologias surgidas no século XX: o materialismo, o determinismo científico, o relativismo moral e o agnosticismo invertebrado. Além disso, combateu tanto o socialismo quanto o capitalismo, mostrando porque ambos têm sido inimigos da liberdade e da justiça na sociedade moderna."

"Mas a que coisas ele era favorável? O que defendia? Defendia o homem comum e o bom senso. Defendia o pobre. Defendia a família. Defendia a beleza. E defendia a Cristandade e a Fé Católica. Temas que não andam muito em voga nas salas de aula, na mídia ou no debate público. E é provavelmente por isso que ele é desprezado. O mundo moderno prefere escritores que sejam esnobes, que tenham idéias exóticas e bizarras, que glorifiquem a decadência, que ridicularizem os católicos, que neguem a dignidade dos pobres e que digam que liberdade não implica nenhuma responsabilidade."

"Mas, mesmo que Chesterton já não seja ensinado nas escolas, você não pode considerar ser educado enquanto não ler o Chesterton completo. Além disso, ler todo o Chesterton é por si só uma educação quase completa. Chesterton é realmente um professor, e dos melhores. Ele não irá somente surpreendê lo. Não irá operar apenas o prodígio de fazer você pensar. Ele irá mais além: fará você rir."

Há muito, muito mais a se dizer sobre ele. Gostaria de reunir aqui uma lista para leitura sobre sua vida e outra lista de recomendação da leitura de alguns dos seus livros. Você não vai se arrepender! No final divulgo alguns sites dedicados exclusivamente à vida e obra de Chesterton e a oração pela beatificação dele.


Para ler sobre a vida de Gilbert Keith Chesterton:

4 dicas para começar a ler Chesterton

Artigo completo de Dale Ahlquist

Chesterton, da 'heterodoxia' à Ortodoxia

Biografia


Livros de Chesterton disponíveis em português para ler:

Principais:

Hereges (1905)

Ortodoxia (1908)

O Homem eterno (1925)

Série de ficção Padre Brow:

A Inocência do Padre Brow (1911)

A Sabedoria do Padre Brow (1914)

Biografias:

São Francisco de Assis

São Tomás de Aquino

Autobiografia

Outros:

O Homem que era quinta-feira (1908)

A Superstição do Divórcio

O Napoleão de Notting Hill

O Que Há de Errado Com o Mundo?

A Barbária de Berlim aqui e aqui

Tremendas trivialidades

O defensor

Considerando todas as coisas

Todos os caminhos levam a Roma

O sobrenatural é natural

Disparates do mundo

Como se escreve um romance policial

Alguns livros para baixar aqui.


Sites dedicados a Chesterton em português:

http://www.sociedadechestertonbrasil.org/

http://sociedadechestertonportugal.blogspot.com.br/

http://chestertonbrasil.blogspot.pt/

http://chestertonbrasil.blogspot.com.br/

http://chestertonbrasil2.blogspot.com.br/

http://www.chestertonlivros.com.br/

http://www.chestertonbrasil.org/





Oração pela beatificação de Chesterton
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Deus Nosso Pai,
Tu que enchestes a vida de teu Servo Gilbert Keith Chesterton com aquele sentido de assombro e alegria, e lhe destes aquela fé que foi o fundamento de seu incessante trabalho, aquela esperança que nascia de sua perene gratidão pelo dom da vida humana, aquela caridade para com todos os homens, particularmente em relação aos seus adversários; faz com que sua inocência e seu riso, sua constância em combater pela fé cristã em um mundo descrente, sua devoção de toda a vida pela Santíssima Virgem Maria e seu amor por todos os homens, especialmente pelos pobres, concedam alegria a aqueles que se encontram sem esperança, convicção e ardor aos crentes tíbios e o conhecimento de Deus àqueles que não tem fé.
Te rogamos que nos outorgue os favores que te pedimos por sua intercessão, (e especialmente por....), de maneira que sua santidade possa ser reconhecida por todos e a Igreja possa proclamá-lo Beato.
Tudo isto te pedimos por Cristo Nosso Senhor.
Amém.


13 janeiro 2016

Livros para ler História




Estou fazendo uma coletânea de livros para ler a história desde o início até os dias atuais.
Se você deseja ler a história de tudo, segue abaixo uma lista selecionada.
Se quiser recomendar outros deixe seu comentário no link abaixo no final da postagem.

LIVROS - Lista geral selecionada
  1. O primeiro livro que recomendo é um que vai nos levar desde a criação do universo até os dias atuais com olhar científico mas sempre descobrindo como há rastros de Deus na criação. É o livro do cientista Francis Collins "A Linguagem de Deus". Baixar aqui.
  2. Breve História de Quase Tudo – Bill Bryson (ver aqui)
  3. O segundo livro é o "As primeiras civilizações" de Jaime Pinsky que retrata as origens e como vivia o ser humano em sua organização inicial.  Baixar aqui.
  4. Sapiens: Uma Breve História da Humanidade – Yuval Noah Harari (ver aqui)
  5. O terceiro livro é o "Uma Breve História do Mundo - Geoffrey Blainey" onde ele percorre toda a história. Baixar aqui.
  6. A História da Educação na Antiguidade - Henri Marrou
  7. A Cidade Antiga - Fustel de Coulanges
  8. Declínio e queda do Império Romano - Edward Gibbon
  9. A História da Civilização - Volume 1 a 11 - Will Durant
  10. História da Educação na Antigüidade Cristã - Ruy Afonso da Costa Nunes
  11. História da Educação na Idade Média - Ruy Afonso da Costa Nunes
  12. História da Educação no Renascimento - Ruy Afonso da Costa Nunes
  13. A Civilização do Ocidente Medieval - Jacques Le Goff
  14. Os Intelectuais na Idade Média - Jacques Le Goff
  15. O Outono da Idade Média - Johan Huizinga
  16. O declínio da Idade Média - Johan Huizinga
  17. Reflexões Sobre A Revolução Na França - Edmund Burke (em França)
  18. Guia Politicamente incorreto - História do mundo
  19. Guia Politicamente incorreto - História da filosofia
  20. História do Povo de Deus - Euclides Martins Balancin
  21. Vida de Jesus - FRANCISCO FERNÁNDEZ-CARVAJAL - Ver aqui.
  22. Vida de Cristo - J. Perez de Urbel
  23. Paulo, apóstolo dos gentios - Rinaldo Fabris - Ver aqui.
  24. História da Igreja Católica - Pierre Pierrard
  25. Church History - Andrew Miller - (Tradução)
  26. Como a Igreja Católica construiu a civilização ocidental - Ver aqui.
  27. Para ler a História da Igreja recomendo a coleção do Daniel Rops que pode ser comprada clicando aqui.
  28. Recomendo 4 livros de Christopher Dawson: A Formação da Cristandade, A Divisão da Cristandade, Criação do Ocidente e Progresso & Religião.
  29. Coleção Ordem e História - Volumes 1 a 5 - Eric Voegelin
  30. Coleção História das Idéias Políticas - Volumes 1 a 5 - Eric Voegelin
  31. Sugiro aqui "O tempo da história" onde Philippe Ariès analisa as versões de história na história de acordo com os olhares ideológicos. Baixar aqui.
  32. Sugiro "A conquista da América" de Tzvetan Todorov onde aborda a descoberta da américa e um século posterior.  Baixar aqui.
  33. Os dois corpos do rei - Ernest H. Kantorowicz
  34. Heróis e Maravilhas da Idade Média - Jacques Le Goff
  35. Uma Breve História do Século XX - Geoffrey Blainey
  36. Uma Breve História dos Estados Unidos - James West Davidson
  37. Camaradas - Robert Service
  38. Hidra Vermelha
  39. Guia Politicamente incorreto - História do marxismo
  40. Guia Politicamente incorreto - História da américa latina
  41. Eixo do mal latino-americano e a nova ordem mundial
  42. História do Brasil - Boris Fausto
  43. 1565 - Enquanto o Brasil nascia - Pedro Doria
  44. Pare de acreditar no governo - Bruno
  45. Guia Politicamente incorreto - História do brasil
  46. Nem céu, nem inferno - Jorge Caldeira
  47. História do Brasil - Frei Vicente do Salvador
  48. Os donos do Poder - Raimundo Faoro
  49. Dom João VI no Brasil - Oliveira Lima
  50. Minha Formação - Joaquim Nabuco
  51. Casa Grande e Senzala - Gilberto Freyre
  52. Por último indico um livro que analisa o panorama da globalização política e possível ordem mundial. O "Ordem mundial”, de Henry Kissinger. Baixar aqui.


CURSOS




LIVROS - Lista compacta
  1. O primeiro livro que recomendo é um que vai nos levar desde a criação do universo até os dias atuais com olhar científico mas sempre descobrindo como há rastros de Deus na criação. É o livro do cientista Francis Collins "A Linguagem de Deus". Baixar aqui.
  2. O segundo livro é o "As primeiras civilizações" de Jaime Pinsky que retrata as origens e como vivia o ser humano em sua organização inicial.  Baixar aqui.
  3. AT: Projeto do Pai - Dirlei Abercio da Rosa
  4. AT: História do Povo de Deus - Euclides Martins Balancin
  5. NT: Vida de Cristo - J. Perez de Urbel ou "Jesus Mestre de Nazaré" - Aleksandr Mien
  6. NT: Paulo, apóstolo dos gentios - Rinaldo Fabris - Ver aqui.
  7. História da Igreja: Coleção Daniel Rops e "Como a Igreja Católica construiu a civilização ocidental" - Ver aqui.
  8. História do Comunismo: Camaradas - Robert Service
  9. História da América Latina: Eixo do Mal Latino-Americano e a Nova Ordem Mundial - Heitor de Paola e "Foro de São Paulo" - Graça Salgueiro
  10. História do Brasil

12 janeiro 2016

SEXÓLICOS ANÔNIMOS



Mais um Grupo de Ajuda Mútua:

SEXÓLICOS ANÔNIMOS

Em síntese: Sexólico é alguém viciado em prática sexual; não consegue, a sós, deixar de pensar em sexo ou de o praticar. Os Sexólicos Anônimos (S.A.) constituem Fraternidades, compostas por homens e mulheres que compartilham suas experiências e esperanças, procurando assim ajudar-se mutuamente a resolver os problemas comuns na área sexual. Seguem, como outros grupos de ajuda mútua. Doze Passos e Doze Tradições, procurando em Deus (como cada qual O conhece) a força para resolver suas dificuldades. A fim de entrar num grupo S.A.. basta que a pessoa se reconheça carente; nada paga nem há exigência de crença religiosa dos participantes. Requer-se, porém, a guarda do anonimato para que não se quebre a privacidade das pessoas do grupo. - A seguir, são explanadas a filosofia e a metodologia dos SA na base de um depoimento escrito por quem tem bom conhecimento do assunto.

1. PERGUNTANDO...

1) Que é um sexólico?
- É alguém dependente (adicto) do sexo, alguém viciado em sexo, que não consegue, a sós, deixar de pensar em sexo ou de praticá-lo. O importante é que cada membro se considere um sexólico, mediante participação nas reuniões e o conhecimento de nossa literatura. Fazendo isto, a pessoa se identificará como membro de um grupo nosso ou não.

2) Que são os Sexólicos Anônimos?
- Constituem uma Irmandade de homens e mulheres que compartilham suas experiências, forças e esperanças entre si e que podem resolver seus problemas comuns desta maneira e, além disto, ajudar outros a se curar na área sexual.

3) Se o sexo faz parte da natureza humana, por que um sexólico precisa de curar-se?
-Porque existe uma diferença entre o sexo, que é dom de Deus, e a conduta obsessiva, que é o que chamamos luxúria. O sexólico busca, através de um Programa de Doze Passos, encontrar a recuperação, abandonando seu comportamento vicioso. Busca libertar-se da luxúria, não do sexo. Não pretendemos que nossos membros se tornem assexuados ou celibatários, embora algumas vezes certos sexólicos optem pelo celibato; isto, porém, não é preconizado pelo nosso Programa.

4) Porque muitas pessoas vão a uma reunião e não continuam ou não freqüentam assiduamente?
- Por diversos motivos. Para muitas pessoas, o sexo está intimamente ligado a atos violentos, como estupro, abusos sexuais na infância, etc. Daí a dificuldade de colocarem sua problemática. No caso das mulheres, muitas se sentem envergonhadas, já que a criação delas é muito reprimida nesta área.

Para outras pessoas, um Programa deste tipo é um convite à reflexão, a uma vida de moderação e equilíbrio; ora elas, por sua natureza mesma, não conseguem adaptar-se ou não o querem, preferindo prolongar seu comportamento distorcido.

5) Como pode uma pessoa saber se é sexólica? Existem alguns sinais da compulsão?
- Sim. Existem vários sinais da compulsão sexual, dentre os quais destacamos: 1) um padrão de comportamento descontrolado; 2) Incapacidade de autocontrole, apesar das conseqüências negativas que daí provenham; 3) Busca persistente de autodestruição ou comportamento de alto risco; 4) Ânsia constante ou esforço para conter o comportamento sexual; 5) Obsessão sexual e fantasia como estratégia básica de satisfação; 6) Aumento gradual das experiências sexuais, porque o nível de atividade sexual existente no momento passa a ser insuficiente; 7) Mudanças violentas de temperamento na atividade sexual; 8) Perda desordenada de tempo, procurando, praticando ou se refazendo de uma experiência sexual; 9) Negligência de importantes atividades sociais e ocupacionais causada pelo desordenado comportamento sexual; 10) Severas conseqüências ligadas ao comportamento sexual.

6) Existem formas variadas de compulsão sexual?
- Sim; existem muitas formas de compulsão, dentre as quais destacamos: 1) o sexo fantasioso; 2) o sexo com sedução; 3) o sexo anônimo (feito com parceiros estranhos em parques, saunas, banheiros públicos, etc); 4) o sexo pago (com prostitutas ou "massagistas"); 5) sexo comercializado (praticado para filmes de sexo explícito); 6) sexo voyeurístico ([1])7) sexo exibicionista; 8) sexo intrusivo (praticado sem a permissão do outro em ônibus, trens, etc);
9) sexo com objetos; 10) sexo com crianças; 11) sexo com dor.

7) Quais as conseqüências mais comuns, para o compulsivo, desta desorganização do seu comportamento sexual?
- As conseqüências podem ser desastrosas. Destacamos as mais comuns: 1) perda da auto-estima; 2) perda da integridade; 3) perda da produtividade; 4) perda de amigos importantes; 5) perdas financeiras; 6) perda de carreira profissional; 7) culpa intensa por ter ferido alguém.

8) Por que um dependente de sexo, apesar de todas estas conseqüências negativas, continua com este comportamento compulsivo?
- Porque ele é impotente diante da sua compulsão. Apesar das conseqüências adversas, o estado desejado é tão atraente que o compulsivo distorce, ignora ou perde o contato com a realidade à sua volta. A dependência passa a regular a vida emocional do indivíduo. A vergonha cria os ciclos de autodestruição, em que ele se esforça para parar e isto apenas intensifica os fracassos.

9) Que é que leva alguém a se tornar um viciado em sexo (ou um sexólico)?
- A resposta a esta pergunta pode ser encontrada, na maioria das vezes, na infância da pessoa. Muitos sexólicos sofreram abusos de diversos tipos, trazendo-lhes sérios problemas na vida adulta. Destacamos três tipos de abusos: 1) abusos físicos (criança censurada e até castigada por falar de sexo ou tocar na sua genitália); 2) abusos emocionais (criança negligenciada pelos pais); 3) abusos sexuais (carícias forçadas, sexo oral, ato sexual forçado, etc);

Um destes abusos ou o conjunto deles tem demonstrado ser uma das causas principais que levam alguém a se tornar um sexólico quando adulto.

10) Como pode um sexólico encontrar a recuperação?
- Ele pode encontrar a recuperação através da ajuda de um psicólogo, psiquiatra e através do Programa dos Doze Passos oferecido pela Irmandade dos Sexólicos Anônimos.

11) Que é que os Sexólicos Anônimos oferecem?
- S. A. oferece um programa de Doze Passos e Doze Tradições para ajudar as pessoas dependentes a encontrar a sobriedade sexual e se manter sóbrias. Esta Irmandade é baseada nos princípios de Alcoólicos Anônimos e recebe permissão de A. A. desde 1979 para usar seus Doze Passos e suas Doze Tradições.

É importante ressaltar que S. A. não é lugar para obtenção de companheiros ou parceiros sexuais nem para aprendizado de gozo da luxúria. Não faz terapia sexual ou grupal e tampouco é uma sociedade de indivíduos sexualmente hiperativos.

12) Qualquer pessoa que se considerar viciada em sexo, poderá freqüentar as reuniões de S.A.?
- Sim. O único requisito para alguém tornar-se membro é o desejo de parar com o comportamento distorcido e tornar-se sexualmente sóbrio.

13) Se a pessoa freqüentar o grupo e gostar, mas vier a recair, poderá retornar à Irmandade?
- Sim; as pessoas serão sempre bem-vindas às reuniões de S.A., desde que conheçam nossos propósitos primordiais. As recaídas fazem parte da recuperação. Elas podem atrasar o processo ou forçar o dependente a voltar ao estágio inicial de recuperação, mas não o impedem de se manter no Programa oferecido por S.A.

14) Como funcionam as reuniões de S.A.?
- Funcionam como as dos outros grupos anônimos. É feita a leitura de um capítulo de um dos livros básicos da Irmandade; depois cada membro fala a respeito do que foi lido ou de sua experiência dentro do grupo, ou ainda como tem usado os instrumentos para a sua recuperação.

S.A. já oferece aos seus membros quatro livros: 1) "O Grande Livro"; 2) "Prossegue a Recuperação"; 3) "Livro de Depoimentos"; 4) "Coletâneas".

Utilizamos a literatura e a troca de experiências nas reuniões como base para a nossa recuperação.

15) Como pode S.A. ser conhecido pelas pessoas?
- De diversas maneiras. Como está escrito em nossa Quinta Tradição, "cada grupo é animado de um único propósito primordial: o de transmitir sua mensagem ao sexólico que ainda sofre".

Entendemos que levamos a mensagem aos outros da melhor maneira quando falamos da nossa própria experiência. E não há lugar melhor para fazê-lo do que nossas próprias reuniões.

É preciso ressaltar sempre a importância do anonimato (11a e 12a. Tradições), embora a Irmandade não precise de ficar no anonimato.

Temos de resguardar o nosso anonimato pessoal, não dando nomes verdadeiros em entrevistas nem aparecendo de frente diante de câmaras de TV ou em fotografias. A Irmandade, no entanto, precisa de ser divulgada na imprensa em geral. Estamos sempre enviando nossos folhetos a médicos, padres, professores, psicólogos, terapeutas, etc. Aprendemos que os princípios devem ser sempre colocados acima das personalidades. Aqui talvez resida a chave dos efeitos benéficos colhidos neste Programa.

Uma vez apresentada a Irmandade de Sexólicos Anônimos, publicamos, a seguir, o depoimento muito vivo propagado pela própria Irmandade num de seus folhetos de divulgação.


2. DEPOIMENTO

2.1. O Problema

"Muitos de nós nos sentíamos inadequados, sem valor, sozinhos e com medo. O nosso interior nunca combinava com o que víamos no exterior dos outros. Cedo começamos a nos sentir separados - dos nossos pais, de nossos iguais e de nós mesmos. Sintonizamo-nos com a fantasia e a masturbação. Nós nos ligávamos através de fotos, imagens e na busca dos objetos de nossas fantasias.

Nós desejávamos ardentemente e queríamos ser desejados.

Tornamo-nos viciados reais: sexo conosco mesmos, promiscuidade, adultério, relacionamentos de dependência e mais fantasia.

Obtínhamos com os olhos, comprando, comercializando, dando. Éramos viciados em intrigas, provocações e coisas proibidas. A única forma de liberdade que conhecíamos era fazê-lo. Isso causou ódio a nós mesmos, culpa, remorso, vazio e dor; fomos levados cada vez mais para dentro, para longe da realidade, do amor, perdidos em nós mesmos.

Nosso hábito impossibilitava a intimidade verdadeira. Nunca podíamos conhecera união real com o outro porque estávamos presos ao irreal. Procurávamos a 'química', a ligação mágica porque ela nos desviava da intimidade e da união verdadeira; a fantasia corrompeu a realidade; a luxúria matou o amor.

Primeiro viciados, depois incapacitados para o amor, tirávamos dos outros o que estava faltando para nos completar.

Enganando a nós mesmos, acreditávamos que o próximo viria nos salvar, estávamos na verdade perdendo nossas vidas.

2.2. A Solução

Vimos que nosso problema possui três aspectos: físico, emocional (ou mental) e espiritual: A recuperação deverá abranger os três. A mudança crucial de atitude começou ao admitirmos nossa impotência, ao admitirmos que nosso hábito nos havia derrotado.

Comparecemos regularmente às reuniões e progressivamente paramos com o hábito. Para alguns isso significou ausência de sexo (consigo mesmo e com os outros), incluindo novos relacionamentos.

Para outros significou não ter relações com o cônjuge por um determinado tempo a fim de se recuperar da luxúria.

Descobrimos que podíamos parar, que não alimentar a fome não nos levaria à morte, que sexo era, sem dúvida, algo opcional! Havia esperança em conseguir liberdade e começamos a nos sentir vivos. Encorajados a continuar, nos afastamos cada vez mais da nossa obsessão por sexo e por nós mesmos e nos voltamos para Deus e para os outros.

Isso era assustador. Não podíamos ver o caminho à nossa frente, só sabíamos que outros já o tinham trilhado anteriormente.

Em vez de nos matar, a entrega estava matando a obsessão! Caminhamos em direção à Luz, a um modo de vida completamente novo.

A Irmandade nos deu apoio, tornando-se um porto seguro onde pudemos nos enfrentar. Em vez de esconder nossos sentimentos com sexo compulsivo, começamos a expor os fundamentos do nosso vazio espiritual e de nossa fome. E a recuperação começou.

Ao encararmos nossos defeitos, tivemos vontade de mudar. A entrega tirou o poder que eles tinham sobre nós. Pela primeira vez, começamos a nos sentir melhor conosco sem a 'droga'.

Tentamos consertar nossos erros, ao não prejudicar os outros e perdoar àqueles que nos haviam prejudicado. A cada reparação, sentíamos menos culpa em nossos ombros, até que conseguimos levantar nossas cabeças, olhar o mundo de frente e nos sentir livres.

Começamos a praticar uma sobriedade positiva, agindo com amor para melhorar nossas relações com os outros. Estávamos aprendendo a dar e começamos a receber na mesma proporção. Começamos a encontrar o que nenhum dos substitutos nos havia fornecido. Estávamos fazendo a conexão verdadeira. Estávamos em casa".

3. S.A.-ENDEREÇOS

Grupo Riachuelo-R. do Riachuelo, 367 Centro Igreja Nossa Senhora de Fátima 3a feira das 18h às 20h, Rio (RJ).
Grupo Caxias - R. Prof. José Eudes 25 de agosto - Igreja Nossa Senhora de Fátima sábado das 15h às 17h, Caxias (RJ).
Grupo Flamengo - R. Barão do Flamengo, 22-sala 1004 63feira das 18h 30 min às 20h 30 min. Rio (RJ).
CAIXA POSTAL 3766 - Rio (RJ)
Site:



ORAÇÃO DA SERENIDADE

Concedei-nos, Senhor, serenidade para aceitaras coisas que não podemos modificar, coragem para modificar aquelas que podemos e sabedoria para distinguir umas das outras.

Ver ainda:
Alcoólicos Anônimos, em PR 183/1975, pp. 116-135; Narcóticos Anônimos, em PR 392/1995. pp. 36-48.


Dom Estêvão Bettencourt (OSB)


[1] Voyeurismo vem de voyeur, que em francês significa vidente, aquele que vê. É a excitação sexual ao ver alguém a cópula sexual de dois parceiros ou ao ver os órgãos genitais de outrem.

Fonte:
http://www.pr.gonet.biz/kb_read.php?num=974



"Despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da Luz" Rm 13,12
CEFAS, oriundo do nome de São Pedro apóstolo, significa também um Acróstico: Comunhão para Evangelização, Formação e Anúncio do Senhor. É um humilde projeto de evangelização através da internet, buscando levar formação católica doutrinal e espiritual.