Segundo o Catecismo da Igreja Católica (CIC)1, "os anjos e os homens, criaturas inteligentes e livres, devem caminhar para seu destino último por opção livre e amor preferencial. Podem, no entanto, desviar-se. E, de fato, pecaram. Foi assim que entrou no mundo o mal moral,"1(311) que é "essencialmente a violação voluntária e livre da ordem desejada por Deus"2(245).
" A Igreja no Concílio de Latrão (1215), ensina que o diabo (Satanás) e os outros demônios " foram criados bons por Deus, mas tornaram-se maus por sua própria vontade."6.
Ao serem criados os anjos, Deus lhes concedeu inteligência, vontade, livre-arbítrio, características que vimos anteriormente. E, por maior inclinação que o mais elevado de todos os anjos tivesse para o bem, ele podia escolher outro destino por vontade livre. Assim, o anjo pecador preferiu não se guiar pela ordem instituída por Deus. Seu pecado "não pressupõe a ignorância, mas somente a ausência de consideração das coisas que deviam ser consideradas."5.
"Ao pecado da soberba seguiu-se no anjo pecador o mal da inveja, pela qual sofre, não só com o bem do homem, mas ainda com a excelência divina"14. "Sto. Agostinho via na inveja "o pecado diabólico por excelência""15
"Na inveja e soberba dos demônios se compreendem todos os pecados delas derivados."14. "Da inveja nascem o ódio, a maledicência, a calúnia, a alegria causada pela desgraça do próximo e o desprazer causado por sua prosperidade."(apud 15). "É por inveja do demônio que a morte entrou no mundo" (Sabedoria 2,24).
São Tomás de Aquino explica que "somente a soberba e a inveja são pecados puramente espirituais, que podem competir aos demônios."14, isto é, não pode existir nos anjos caídos pecados ligados à materialidade, ao corpo, pois eles são seres puramente espirituais. Assim, "os demônios não se deleitam com as obscenidades dos pecados carnais, como se as desejassem; mas tudo da inveja procede"14.
Assim, "Satanás, ou seja, o anjo caído, o espírito maligno, chamado também diabo ou demônio"6 "o espírito rebelde"8, quis " o próprio reino, não o de Deus, e erige-se em "primeiro" adversário do Criador, em opositor da providência, em antagonista da sabedoria amorosa de Deus."8. Torna-se ""mentiroso", cósmico e "pai da mentira" (Jo. 8,44)"6.
"Na inveja e soberba dos demônios se compreendem todos os pecados delas derivados."14. "Da inveja nascem o ódio, a maledicência, a calúnia, a alegria causada pela desgraça do próximo e o desprazer causado por sua prosperidade."(apud 15). "É por inveja do demônio que a morte entrou no mundo" (Sabedoria 2,24).
São Tomás de Aquino explica que "somente a soberba e a inveja são pecados puramente espirituais, que podem competir aos demônios."14, isto é, não pode existir nos anjos caídos pecados ligados à materialidade, ao corpo, pois eles são seres puramente espirituais. Assim, "os demônios não se deleitam com as obscenidades dos pecados carnais, como se as desejassem; mas tudo da inveja procede"14.
Assim, "Satanás, ou seja, o anjo caído, o espírito maligno, chamado também diabo ou demônio"6 "o espírito rebelde"8, quis " o próprio reino, não o de Deus, e erige-se em "primeiro" adversário do Criador, em opositor da providência, em antagonista da sabedoria amorosa de Deus."8. Torna-se ""mentiroso", cósmico e "pai da mentira" (Jo. 8,44)"6.
O pecado do diabo "foi causa de os outros pecarem, não os obrigando, mas os induzindo por uma quase exortação. E a prova disto resulta de se submeterem todos os demônios ao demônio supremo, como se vê manifestamente do que diz o Senhor, na Escritura: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, que foi preparado para o diabo e para os seus anjos. Pois, a ordem da divina justiça determina que quem consentiu na culpa, sugestionado por outrem, a este deve submeter-se, na pena, segundo a Escritura: Todos aquele que é vencido, é escravo daquele que o venceu."9.
Esse pecado "foi tanto maior quanto maior era a perfeição espiritual e a perspicácia cognoscitiva do intelecto angélico, quanto maior era a sua liberdade e a proximidade de Deus."6.
"A Sagrada Escritura, contudo, não atribui aos demônios os nomes de certas ordens, como os dos Serafins e dos Tronos; porque esses nomes provém do ardor da caridade e da habitação com Deus, que não podem coexistir com o pecado. Atribuem-se-lhes, porém, os nomes de Querubins, Potestades e Principados, nomes derivados da ciência e do poder, comuns tanto aos bons como aos maus."10.
Devido a isso, Como já vimos na postagem da primeira hierarquia dos anjos, São Tomás de Aquino afirma que o "o primeiro anjo pecador não era denominado Serafim, mas Querubim."11.
A queda do querubim é descrita em Ezequiel 28, 12-19:
"Eras um selo de perfeição, cheio de sabedoria, de uma beleza acabada. Estavas no Éden, jardim de Deus, estavas coberto de gemas diversas: sardônica, topázio e diamante, crisólito, ônix e jaspe, safira, carbúnculo e esmeralda; trabalhados em ouro. Tamborins e flautas, estavam a teu serviço, prontos desde o dia em que foste criado.
Eras um querubim protetor colocado sobre a montanha santa de Deus; passeavas entre as pedras de fogo. Foste irrepreensível em teu proceder desde o dia em que foste criado, até que a iniqüidade apareceu em ti.
No desenvolvimento do teu comércio, encheram-se as tuas entranhas de violência e pecado; por isso eu te bani da montanha de Deus, e te fiz perecer, ó querubim protetor, em meio às pedras de fogo.
Teu coração se inflou de orgulho devido à tua beleza, arruinaste a tua sabedoria, por causa do teu esplendor; precipitei-te em terra, e dei com isso um espetáculo aos reis.
À força de iniqüidade e de desonestidade no teu comércio, profanaste os teus santuários; assim, de ti fiz jorrar o fogo que te devorou e te reduzi a cinza sobre a terra aos olhos dos espectadores.
Todos aqueles que te conheciam entre os povos ficaram estupefatos com o teu destino; acabaste sendo um objeto de espanto; foste banido para sempre!"
Assim, no uso do livre-arbítrio, esses espíritos criados "rejeitaram Deus e o seu Reino."6 E "Deus não poupou os anjos que pecaram, mas os precipitou nos abismos tenebrosos do inferno onde os reserva para o julgamento"(2 Pedro 2,4). "Os anjos que não tinham guardado a dignidade de sua classe, mas abandonado os seus tronos, ele os guardou com laços eternos nas trevas para o julgamento do Grande Dia"(Jd 1,6).
Assim, dividiu-se o mundo dos espíritos puros em bons e maus, como foi citado na primeira postagem da série dos anjos. Os anjos bons "escolheram Deus como Bem supremo e definitivo”. Os maus, “em vez de uma aceitação de Deus cheia de amor, opuseram-Lhe uma rejeição inspirada por um falso sentido de auto-suficiência, de aversão e até de ódio“8.
E "embora Satanás exerça no mundo a sua ação, por ódio contra Deus e o seu reinado em Jesus Cristo, e embora a sua ação cause graves prejuízos – de natureza espiritual e indirectamente, também, de natureza física – a cada homem e à sociedade, essa ação é permitida pela divina Providência, que com força e suavidade dirige a história do homem e do mundo. A permissão divina da atividade diabólica é um grande mistério. Mas «nós sabemos que tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus» (Rm8, 28)."1(395).
Na próxima postagem, veremos um pouco mais sobre o duplo destino dos anjos caídos.
Notas
1. Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 311. Disponível em: http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p1s2c1_198-421_po.html
2. Santo Agostinho, O Livre Arbítrio. SP, Paulus, 1995. 2ª edição. Página 245.
3. São Tomas de Aquino, Suma Teológica, Parte I, Tratado dos Anjos, questão 63, artigo 5. Disponível em: http://permanencia.org.br/drupal/node/2464
4. São Tomas de Aquino, Suma Teológica, Parte I, Tratado dos Anjos, questão 63, artigo 6. Disponível em: http://permanencia.org.br/drupal/node/2475
5. São Tomas de Aquino, Suma Teológica, Parte I, Tratado dos Anjos, questão 63, artigo 1. Disponível em: http://permanencia.org.br/drupal/node/2368
6. Papa João Paulo II, Audiência: "A queda dos anjos rebeldes" (13 de agosto de 1986). Disponível em: http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/es/audiences/1986/documents/hf_jp-ii_aud_19860813.html
7. São Tomas de Aquino, Suma Teológica, Parte I, Tratado dos Anjos, questão 63, artigo 3. Disponível em: http://permanencia.org.br/drupal/node/2392
8. Papa João Paulo II, Audiência Geral: "Criador de anjos, seres livres" (23 de julho de 1986). Disponível em: http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/es/audiences/1986/documents/hf_jp-ii_aud_19860723.html
9. São Tomas de Aquino, Suma Teológica, Parte I, Tratado dos Anjos, questão 63, artigo 8. Disponível em: http://permanencia.org.br/drupal/node/2486
10. São Tomas de Aquino, Suma Teológica, Parte I, Tratado dos Anjos, questão 63, artigo 9. disponível em: http://permanencia.org.br/drupal/node/2496
11. São Tomás de Aquino, Suma Teológica, Primeira Parte, Tratado dos Anjos, questão 63, artigo 7. Disponível em:http://permanencia.org.br/drupal/node/2485
12. Papa Paulo VI, Audiência Geral (15 de novembro de 1972). Disponível em: http://w2.vatican.va/content/paul-vi/es/audiences/1972/documents/hf_p-vi_aud_19721115.html
13. Bíblia Católica Ave Maria, Apocalipse 12,7-9. Disponível em: http://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/apocalipse/12/
14. São Tomás de Aquino, Suma Teológica, Primeira Parte, Tratado dos Anjos, questão 63, artigo2. Disponível em: http://permanencia.org.br/drupal/node/2374
15. Catecismo da Igreja Católica, índice analítico I.54: inveja, parágrafo 2539. Disponível em: http://catecismo-az.tripod.com/conteudo/a-z/h/inveja.html
14. São Tomás de Aquino, Suma Teológica, Primeira Parte, Tratado dos Anjos, questão 63, artigo2. Disponível em: http://permanencia.org.br/drupal/node/2374
15. Catecismo da Igreja Católica, índice analítico I.54: inveja, parágrafo 2539. Disponível em: http://catecismo-az.tripod.com/conteudo/a-z/h/inveja.html
Desconheço o autor da imagem.