31 dezembro 2008

NOVENA À NOSSA SENHORA PARA CURA DA DEPRESSÃO



Padre Antonio Maria Borges,
Instituto dos Padres de Schoenstatt,
autor na novena

Todos os dias

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7º dia 8º dia 9º dia

APRESENTAÇÃO




A depressão já foi chamada “doença do século”. Não podemos deixar que se torne a doença do novo Milênio. Todos os que passaram por esta experiência dizem que não a desejam nem mesmo para o maior inimigo.

Realmente, a depressão arrasa a pessoa de tal modo que lhe tira até o gosto e o sentido da vida.


Nada melhor do que atacar esse mal com um remédio eficiente, eficaz e poderoso: ORAÇÃO.


Parece que Jesus também pensou nos deprimidos quando disse: “Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei” (Mateus 11,28). Quer um fardo maior do que a depressão?

O mesmo Jesus pede que estejamos sempre vigilantes para não sermos apanhados de surpresa: “Velai sobre vós mesmos, para que vossos corações não se tornem pesados... com as preocupações da vida; para que aquele dia não vos apanhe de improviso... vigiai, pois, em todo o tempo, e orai a fim de que vos torneis dignos de escapar a todos estes males” (Lucas 21,34 36).

Precisamos orar. Vamos nos valer de Maria, a Mãe dos aflitos, nossa Mãe e Rainha Três Vezes Admirável. Para nós, ela é também Nossa Senhora da Depressão.


Vamos pedir a essa grande intercessora que peça a Deus por nós. Esta novena pode ser um canal de cura da doença ou de prevenção. Em Cana, da Galiléia, Maria deu-se conta da problemática da festa de casamento. O vinho acabara. Para os noivos era a aflição. Maria disse a Jesus: "Eles já não têm vinho" (João 2,3). Jesus fez seu primeiro milagre e transformou a água em vinho.

Fazendo esta novena, estaremos enchendo nossas talhas de água, confiando no poder de Jesus. Maria estará intercedendo por nós, pedindo que Jesus nos dê o vinho da saúde física, psíquica e espiritual, já que a depressão ataca a criatura humana por inteiro. Enchamos nossas talhas. Não importa que nossa água sejam as lágrimas que choramos aflitos, desesperados, arrasados. Para Jesus, nada é impossível. Nossa Mãe é sensível e terá cuidado perfeito. Ela é a Mãe Admirável que, com solicitude e carinho materno, nos apresenta a Jesus tal qual somos: talhas vazias, corações vazios, vidas vazias que querem ser cheias do amor e da graça de Jesus. A Mãe só vai nos dizer:
“Fazei o que Ele vos disser”.


Conversando um dia com meu amigo, Dr. Roque Savioli, do INCOR, sobre a depressão, ele, fazendo o desenho de um triângulo, me disse:


“Padre, a depressão está ligada ao sentimento de culpa do passado que armazenamos no coração, ao sentimento de tristeza e melancolia, frente às dificuldades e problemas do presente e à ansiedade diante do futuro”.


Levando em conta esse diagnóstico do Dr. Roque, vou dividir os 9 dias da novena em três partes. Nos três primeiros dias, vamos pensar no passado, nas culpas armazenadas e rezar à Mãe, pedindo sua ajuda. Nos outros dias, faremos o mesmo com as tristezas do presente e as ansiedades frente ao futuro.


No Santuário da Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, há um luminoso sobre a sua imagem com os seguintes dizeres:

Servus Marie Nunquam Peribit - O Servo de Maria jamais perecerá.


Como filhos, vamos recorrer aos cuidados maternais de Maria e confiarmos que não vamos perecer. Ela não nos abandonará. Ela continua nos dizendo o que disse a 18 de outubro de 1914, pela boca de seu servo, Pe. José Kentenich, na fundação do seu Santuário, em Schoenstatt:

“Não vos preocupeis com a realização de vossos desejos. Eu amo os que me amam. Provai primeiro que me amais de verdade”.


No seu Santuário, ela distribui as graças que seu Filho Jesus nos alcançou com sua paixão, morte e ressurreição. Ali ela tem especialmente três graças para nos dar: o abrigo espiritual, a transformação interior e a fecundidade apostólica.


Creio poder relacionar estas três graças ao triângulo do Dr. Roque: diante das culpas do passado, precisamos da graça da transformação. Frente à tristeza e ao medo do presente, ela nos abriga no seu coração, e frente à ansiedade que sentimos quando pesamos no futuro incerto, ela nos promete e nos dá o dom da fecundidade em tudo o que fizemos.


Rezemos com fé. Tudo dará certo. Quem nos garante é Jesus: “Em verdade vos declaro, que se tiveres fé e não hesitardes... tudo o que pedirdes com fé na oração, vós o alcançareis” (Mateus 21, 21-22).

ORAÇÕES:

“Pai-Nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O Pão nosso de cada dia nos daí hoje, perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a que nos tem ofendido e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém!”

"Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre: Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém!"


“Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, como era no principio agora e sempre. Amém.”


Observações:


Se estiver usando alguma medicação própria para o tratamento da depressão, não deixe de tomar sem orientação médica;


Se tiver possibilidades, procure a orientação de um sacerdote ou uma ajuda terapêutica com um psicólogo cristão, que pode ser indicado pelo sacerdote.


*Todas as citações bíblicas desta novena foram tiradas da Bíblia da Editora “AVE MARIA”

O poder da palavra imperativa

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O poder da palavra imperativa

O amor é o melhor jeito de responder às questões do mundo

IImperar é atributo que sugere poder.

O imperador comanda o império, rege com autoridade.

Imperativo é tudo o que ordena, o que governa.

Na linguagem temos os verbos imperativos. São aqueles que dão ordens.

Sempre que os leio escuto gritos, vozes querendo me convencer do conteúdo que sugerem.

O verbo é a casa da ação. Dele se desdobram movimentos.

Verbos mobilizam os sujeitos. É a regra da gramática, mas é também a regra da vida.

Penso nas palavras que me ordenam. Quero compreender a razão de gritarem tanto sobre os meus ouvidos e de me moverem para a vida que vivo.

A interpretação que faço do mundo passa pelos verbos que imperam sobre mim. Por isso, a qualidade da vida depende dos verbos que imperam sobre ela.

Gosto de conjugar o verbo “amar” no imperativo – “Ame!” Não há necessidade de complementos. Ame este ou aquele. Ame agora ou depois. Não há justificativas. É só amar.

É só seguir a ordem que o verbo sugere. “Ame!” Repito.

Não escuto gritos, mas uma voz mansa com poder de conselho. Voz que reconheço ser a de Jesus a me conduzir por um caminho seguro que me fará viver melhor. “Ame!” Ele repete! “Ame!” Ele aconselha.

Tenho aprendido que o amor é o melhor jeito de responder às questões do mundo. Experimento isso na carne.

Eu fico melhor cada vez que amo. Digo isso como homem religioso que sou.

A religião é a casa do amor, assim como o verbo é a casa da ação. Se não o é, não é religião. É esconderijo onde acomodamos nossa hipocrisia. É lugar onde justificamos nossas intolerâncias. É guerra fria que fazemos em nome de Deus.

Eu ainda acredito que o amor é a religião que o mundo precisa. Jesus ensinou isso. Morreu por crer assim. Elevou à potência máxima o imperativo do amor e não fugiu das conseqüências.

Tenho medo quando nos especializamos em qualificar as pessoas como boas ou ruins, em nome da religião.

Tenho medo de deixar que outros verbos imperem sobre minha vida.

Verbos que excluem, abandonam, jogam fora e que condenam a partir de aparências...

É nesta hora que eu me recordo do imperativo de meu Mestre - “Ame!” E só assim eu descanso.

Eu sei que você também costuma se perder em tantas realidades desta vida.

Eu sei que o seguimento de Jesus costuma nos colocar em encruzilhadas, porque não há seguimento sem escolhas.

É natural que nasçam dúvidas e a gente se pergunte – E agora? Como ser de Deus no meio de tantas realidades contrárias? Como manter o olhar fixo no que cremos sem que a gente precise cometer o absurdo de desprezar os que crêem diferente de nós?

Nem sempre conseguimos acertar, fazer da melhor forma.

Quer um conselho? Ame!

Padre Fábio de Melo

30 dezembro 2008

A descoberta de Deus na rotina da vida

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A descoberta de Deus na rotina da vida

A experiência de se sentir visitado cotidianamente


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Uma das realidades que mais castigam o homem de hoje – juntamente com as doenças psicossomáticas – é o sentimento de desconsolo e de solidão. É comum encontrarmos, nos cenários de nosso tempo, corações que mesmo estando acompanhados por muitas presenças sentem-se profundamente sós.

Percebe-se que muitos dos olhares dos que habitam nosso tempo perderam a sensibilidade para com o simples e o descomplicado da vida, sendo assim incapazes de se descobrirem encontrados e acompanhados no comum e ordinário dos dias.

Diante da rotina e da simplicidade de cada dia, somos constantemente tentados a enxergar pessoas e situações sob o peso do tédio, sem vislumbrar nada de novo e sem perceber uma Presença que dê sentido às lutas e aos desafios próprios do nosso cotidiano. É “mais” fácil fazer o bem e até perceber Deus em ocasiões extraordinárias e incomuns, contudo, a virtude mora no olhar que consegue fazê-lo em meio ao comum dos dias.

O coração que tem o devido tino para descobrir o Eterno no tempo e o Sagrado no comum passa a se sentir mais acompanhado e visitado naquilo que é e experiencia cotidianamente. Assim a vida se torna menos pesada e só e o homem percebe que não é um ser “jogado” e desconsolado na existência.

Em um universo globalizado, globalizante e globalizador, torna-se fácil perder-se no todo e dissolver-se na massa humana das grandes cidades e concentrações sociais, sentindo, com isso, o desconsolo de se entender mais um em meio a um aglomerado de histórias.

Todavia é necessário entender que Deus se faz presente em cada fragmento do que somos e vivemos, Ele cuida de nós e nos acompanha em tudo o que ilustra e compõe os nossos dias. Quem consegue perceber essa presença no comum de seus dias, pode contemplar a sua “rotina” de maneira acompanhada e sempre nova, sem o peso e o tédio próprios daqueles que experienciam a angústia de se sentirem sós e desconsolados em suas histórias.

O olhar precisa desenvolver a devida sensibilidade para, assim, enxergar o comum da vida. Dessa forma, o ordinário investe-se de novidade, e o coração caminha pleno de presença e ausente de solidão... Descubramos essa Presença no normal de nossa vida e permitamos que “Esse” consolo traga uma nova ordem e um novo sentido aos nossos passos.

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Adriano Zandoná
artigos@cancaonova.com
Seminarista e missionário da Comunidade Canção Nova. Reside atualmente na missão de Palmas (TO). É formado em Filosofia e está cursando Teologia. Apresenta o programa "Contra-maré" pela rádio Canção Nova do Coração de Jesus, aos sábados das 16h às 18h. Através do site www.arquidiocesedepalmas.org.br também é possível acompanhar aos sábados toda a programação ao vivo .

Economia e pão para todos

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Economia e pão para todos

A solidariedade ajuda-nos a ver o outro como um nosso semelhante

Um dos princípios basilares da Doutrina Social da Igreja é o da destinação universal dos bens criados. Em linguagem religiosa significa que Deus criou o universo para o bem dos seres humanos, de todos eles. Esse princípio é a explicitação da dignidade inviolável da pessoa humana, criada à imagem e semelhança de Deus A pessoa não pode ser instrumentalizada para nenhum fim. A ordem social deve ser tal que cada pessoa humana tenha reconhecida, na prática, sua dignidade e possa desenvolver-se até chegar à plenitude de sua humanidade.

A pessoa deve ser, por isso, ela mesma, o sujeito do processo de seu desenvolvimento e não pode ser substituída por outra instância no que diz respeito às decisões sobre si e sobre seu destino. É que não há realização da pessoa humana sem a liberdade. Liberdade é, antes de tudo, o poder de decidir sobre si e sobre a própria vida. O fato de a humanidade ser formada por uma multidão de pessoas coloca, entretanto, um limite para a liberdade de um indivíduo: o “outro” que ele mesmo.

O outro é pessoa. Daí surgiram duas regras fundamentais de comportamento:

a) Não faças ao outro o que não queres que o outro te faça;

b) Deves fazer ao outro tudo o que desejas que o outro te faça.

Kant, na mesma linha, sentenciou: “Age apenas segundo uma máxima tal que possas querer que se torne uma lei universal”.

Na revelação do Antigo Testamento assim aparece esta regra de ouro: “Ama o próximo como a ti mesmo”. O outro, portanto, não é, em primeiro lugar, um obstáculo para a minha liberdade, é seu destino. Ele põe, sim, um limite a meu desejo de onipotência, lembra-me que não sou a totalidade do real. Mas o outro é, sobretudo, apelo a que eu cuide nele da humanidade da qual também ele participa. Jesus deu como lei suprema para Seus discípulos um mandamento novo: “Amai-vos uns aos outros”.

Se todos cuidassem de todos, o mundo seria, sem dúvida, o paraíso: um lugar de imensa paz. Precisamente porque este mundo pode ser o paraíso é que temos do paraíso saudades. Jesus não só ensinou, Ele fez. Por isso pôde acrescentar: “Como eu vos amei”.

Do outro não posso tirar a vida, mesmo que ainda esteja em seu mais remoto começo - embrião ou feto -, mas ao outro posso e devo doar a vida. Não posso matar o outro, mas posso morrer por ele. Essa é a grande lição do Cristianismo, da qual nós estamos longe de pôr em prática. Uma vez que a vida depende do pão de cada dia, Jesus ensinou-nos a rezar: “O pão nosso de cada dia nos dai hoje”.

Tira-se a vida não só quando se mata em ação direta - como se faz nos abortamentos e similares -, mas também quando se rouba o pão do irmão. Também quando não se sabe repartir. Esse problema é o problema maior da humanidade. O Evangelho não nos deixa mentir.

Escute, leitor, o que ensinou Jesus: “Vinde, benditos de meu Pai, recebei por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome e me destes de comer...” E disse também: “apartai-vos de mim malditos para o fogo eterno preparado para o diabo e seus anjos. Porque tive fome e não me deste de comer...” (cf Mt 25,31-46).

Ora, se a vida econômica da sociedade se organiza de tal forma que os bens – “pão” significa todos os bens necessários para uma vida digna – deste mundo se concentram nas mãos de uma parte da humanidade em detrimento da outra, estamos diante de uma situação de injustiça, embutida na ordem econômica.

Ora, o momento em que vivemos está a nos dizer da necessidade de ordem econômica mais justa. É curioso e sintomático que, para enfrentar a presente crise, o presidente Bush reúna os oito grandes e que, subseqüentemente, queira reunir os vinte emergentes. E as outras nações? Elas não têm nada a dizer da atual (des)ordem econômica internacional?

Em 2004 o Compêndio da Doutrina Social da Igreja advertia: “Nos organismos internacionais devem ser equitativamente representados os interesses da grande família humana; é necessário que estas instituições, ao avaliarem as conseqüências das suas decisões, tenham em devida conta aqueles povos e países que têm escasso peso no mercado internacional, mas em si concentram as necessidades mais graves e dolorosas, e necessitam de maior apoio para o seu desenvolvimento” (n. 371).

João Paulo II ensinava em uma de suas encíclicas sociais: “A solidariedade ajuda-nos a ver o outro — pessoa, povo ou nação — não como um instrumento qualquer, do qual se explora, a baixo preço, a capacidade de trabalho e a resistência física, para o abandonar quando já não serve; mas sim, como um nosso semelhante, um auxílio (cf. Gén 2, 18. 20), que deverá se tornar participante, como nós, no banquete da vida, para o qual todos os homens são igualmente convidados por Deus. Donde a importância de despertar a consciência religiosa dos homens e dos povos”.

Na mesa da humanidade devem poder se assentar todos os seres humanos.

D. Eduardo Benes

Nós cremos na vida eterna

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Nós cremos na vida eterna

Acreditar na vida eterna é trazer seus frutos para a nossa vida atual

O Advento é o tempo da esperança cristã. O Papa Bento XVI, em sua Encíclica "Spe Salvi" (Esperança da Salvação), apresenta ao mundo uma forma de entendimento da fé e da esperança na vida eterna muito peculiar. Ele apresenta uma interpretação da Carta aos Hebreus, no capítulo 11, versículo 1, na qual o autor sagrado aproxima a fé e a esperança: "A fé é hypostasis das coisas que se esperam; prova das coisas que não se vêem". Hypostasis é uma expressão grega que ao ser traduzida para o latim, corresponde a substantia, no português "substância". Então podemos ler: "A fé é a 'substância' das coisas que se esperam; a prova das coisas que não se vêem."

O Sumo Pontífice, nessa interpretação, nos apresenta que o cristão materializa hoje aquilo que espera para o amanhã. A vida eterna, para a qual fomos criados, é antecipada pela fé. Nós cremos na vida eterna, e por isso mesmo podemos desde já experimentá-la. Acreditar na vida eterna, portanto, é trazer todos os seus frutos para a nossa vivência atual, na carne. Somos destinados a uma vida nova, no paraíso, na presença de Deus com os Seus anjos, com os santos, com a Virgem Maria, e Jesus, o nosso Redentor. Esta é a esperança cristã: nascemos e passamos pela vida da carne, para ressuscitar pela força de Cristo, para esta vida eterna.

E como alcançar esta meta: pela fé. Mas uma fé "materializada", isto é, uma crença ativa, que comporta ações que antecipam o céu. Isso porque as pessoas que não vivem em conformidade com a santidade que existe no céu, não poderão estar eternamente nele. No céu só há lugar para o que é puro e santo. A nossa vida presente terá que apresentar a Deus uma santidade compatível com Ele, para estarmos em na presença d'Ele. Mas como alcançar isso? Pela fé em Jesus Cristo, pela participação em Sua vida, pela Liturgia, especialmente pela Eucaristia, na qual o pão se torna outra substância: o próprio Cristo.

Em Jesus Cristo somos capazes do céu. Por isso há a necessidade de cada pessoa humana se encontrar pessoalmente com o Senhor, com a Sua doutrina, e acreditando n'Ele, comungando-O no banquete Eucarístico, possuir a vida eterna. Crer na vida eterna é viver em conformidade com Cristo. São Paulo nos atesta: "Não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim" quando teve seu encontro com o Messias e aderiu ao projeto de amor d'Ele, de forma incondicional.

Nós cristãos cremos na vida eterna e que a nossa vida presente é um caminho para chegarmos à nossa verdadeira morada. Mas isso implica uma revisão de vida, uma luta constante, para que nossa fé em Jesus Cristo se cristalize em atos de amor ao próximo, que é a expressão daquilo que existe no céu: o amor. A fé precisa materializar-se como amor entre as pessoas, pois é nessa perspectiva que podemos afirmar nossa crença, não com palavras, mas em gestos concretos. Muitos, neste tempo do Advento em que se pensa no final dos tempos, poderiam mudar os seus discursos e se preocuparem com a vida: as suas próprias vidas, a vida de seus semelhantes, e fixarem os olhos na esperança futura, cujo penhor nos foi dado por Jesus Cristo Nosso Senhor. É nisto que queremos crer: na vida eterna, que nasce numa vida em comunhão de amor com Cristo e com os irmãos.

Diácono Paulo Lourenço
Comunidade Canção Nova

29 dezembro 2008

Casais em segunda união

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Casais em segunda união

A orientação está na Exortação Apostólica 'Familiaris Consortio'

São muitos os casais hoje em segunda união; pessoas que foram casadas uma primeira vez na Igreja, se separaram e se uniram a outra pessoa apenas no civil, já que não podem se casar na Igreja.

A orientação mais clara que a Igreja nos oferece sobre a situação dos casais de segunda união está na Exortação Apostólica “Familiaris Consortio” (Sobre a Família) do Papa João Paulo II, escrita após o Sínodo da Família realizado em 1980; e também no Catecismo da Igreja Católica (CIC §1652).

Antes de tudo a Igreja deseja e espera que uma vez separados os casais possam um dia se reconciliar. Ela lembra que a separação física não extingue o vínculo matrimonial e, por isso, os separados não podem se unir em nova união, a menos que o primeiro casamento tenha sido declarado nulo pelo competente Tribunal Eclesiástico do Matrimônio. Após um Processo canônico o referido Tribunal pode chegar à conclusão de que determinado matrimônio foi inválido, de acordo com as normas do Código de Direito Canônico (cânones 1055 a 1124). Há cerca de 20 casos que podem levar o Tribunal a declarar a nulidade de um matrimônio; são falhas no consentimento matrimonial, impedimentos dirimentes ou falta de forma canônica.

A Igreja lembra que a pessoa que se separou – se não teve culpa na separação – pode continuar a receber os sacramentos da Confissão e da Eucaristia –, se se mantiver numa vida de castidade. Sobre os divorciados que contraíram nova união, o Papa João Paulo II disse, baseando-se nas conclusões do Sínodo da Família:

“A Igreja, contudo, reafirma a sua práxis, fundada na Sagrada Escritura, de não admitir à comunhão eucarística os divorciados que contraíram nova união. Não podem ser admitidos, do momento em que o seu estado e condições de vida contradizem objetivamente aquela união de amor entre Cristo e a Igreja, significada e atuada na Eucaristia. Há, além disso, um outro peculiar motivo pastoral: se se admitissem estas pessoas à Eucaristia, os fiéis seriam induzidos em erro e confusão acerca da doutrina da Igreja sobre a indissolubilidade do matrimônio” (FC, 84).

Os casais de segunda união poderão receber os Sacramentos no caso de viverem como irmãos, sem vida sexual, como explica o saudoso Pontífice:

“A reconciliação pelo sacramento da penitência – que abriria o caminho ao sacramento eucarístico – pode ser concedida só àqueles que, arrependidos de ter violado o sinal da Aliança e da fidelidade a Cristo, estão sinceramente dispostos a uma forma de vida não mais em contradição com a indissolubilidade do matrimônio. Isso tem como conseqüência, concretamente, que quando o homem e a mulher, por motivos sérios – quais, por exemplo, a educação dos filhos – não se podem separar, «assumem a obrigação de viver em plena continência, isto é, de abster-se dos atos próprios dos cônjuges» (idem).

João Paulo II afirma também que não se pode fazer qualquer tipo de celebração em uma segunda união:

“Igualmente o respeito devido quer ao sacramento do matrimônio quer aos próprios cônjuges e aos seus familiares, quer ainda à comunidade dos fiéis proíbe os pastores, por qualquer motivo ou pretexto mesmo pastoral, de fazer em favor dos divorciados que contraem uma nova união, cerimônias de qualquer gênero. Estas dariam a impressão de celebração de novas núpcias sacramentais válidas, e conseqüentemente induziriam em erro sobre a indissolubilidade do matrimonio contraído validamente” (idem).

Ato tratar desse assunto o Catecismo da Igreja Católica ensina o seguinte:

§1651 – “São numerosos hoje, em muitos países, os católicos que recorrem ao divórcio segundo as leis civis e que contraem civicamente uma nova união. A Igreja, por fidelidade à Palavra de Jesus Cristo (“Todo aquele que repudiar sua mulher e desposar outra comete adultério contra a primeira; e se essa repudiar seu marido e desposar outro comete adultério”: Mc 10,11-12), afirma que não pode reconhecer como válida uma nova união, se o primeiro casamento foi válido. Se os divorciados tornam a casar-se no civil, ficam numa situação que contraria objetivamente a lei de Deus. Portanto, não podem ter acesso à comunhão eucarística enquanto perdurar esta situação. Pela mesma razão não podem exercer certas responsabilidades eclesiais. A reconciliação pelo sacramento da Penitência só pode ser concedida aos que se mostram arrependidos por haver violado o sinal da aliança e da fidelidade a Cristo e se comprometem a viver numa continência completa.”

§1652 – “A respeito dos cristãos que vivem nesta situação e geralmente conservam a fé e desejam educar cristãmente seus filhos, os sacerdotes e toda a comunidade devem dar prova de uma solicitude atenta, a fim de não se considerarem separados da Igreja, pois, como batizados, podem e devem participar da vida da Igreja: Sejam exortados a ouvir a Palavra de Deus, a freqüentar o sacrifício da missa, a perseverar na oração, a dar sua contribuição às obras de caridade e às iniciativas da comunidade em favor da justiça, a educar os filhos na fé cristã, a cultivar o espírito e as obras de penitência para assim implorar, dia a dia, a graça de Deus.”

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Processo de nulidade de casamento, como se faz

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felipeaquino@cancaonova.com
Prof. Felipe Aquino, casado, 5 fihos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de Aprofundamentos no país e no exterior, já escreveu 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias". Conheça mais em www.cleofas.com.br

Viajar é bom; voltar é melhor

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Viajar é bom; voltar é melhor

Nossa vida pode ser comparada a uma viagem, na qual o destino é a eternidade


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Arrumar a mala, comprar as passagens, imaginar o lugar, as pessoas que vamos encontrar e as possíveis situações que vamos viver... os abraços de despedida, a expectativa feliz das futuras novidades, tudo isso faz parte da viagem e é prazeroso vivê-lo. Quem parte tem sempre uma meta a ser alcançada e muitas viagens são, na verdade, a concretização de sonhos alimentados durante anos.

A quem diga que viajar é descobrir novos horizontes, é contemplar o mundo por meio de um novo prisma, é bater asas e voar em novas direções. Concordo com tudo isso, mas partilho uma experiência relacionada a uma viagem vivida nesses últimos dias, que me fez tomar consciência de uma realidade, muitas vezes despercebida em nossa vida: viajar é bom; voltar é melhor!

Depois de 15 dias em outro país, sem dominar seu idioma, eu já sentia saudade de tudo... da casa, da comida, do paisagem e principalmente das pessoas que fazem parte do meu dia-a-dia. Escrevo enquanto viajo de volta e o tempo de vôo me da a chance de pensar, com calma, nas razões que me causam a alegria do regresso.

Por que será que desejamos tanto voltar ao aconchego do lar, mesmo que seja depois de um dia de trabalho ou de uma longa viagem?

Certamente, temos respostas diferentes para essa questão, mas em geral saber que alguém está à nossa espera, sentir que o mundo terá mais cor com nossa presença e lembrar que em casa há um lugar só nosso, pois somos únicos na história da humanidade. Pensar que, na bagagem de volta, estamos levando além das fotos, mais amor, mais risos, mais paciência, mais gratidão e mais coragem para recomeçar causa-nos uma sensação tão boa que não se pode negar; o regresso é tão importante como qualquer ida.

Aliás, acredito que muitas vezes é preciso ir para ter a alegria de voltar... E isso se dá também na vida! É no regresso que muitas vezes nos encontramos com nós mesmos e damos a oportunidade de sermos encontrados por outros. A viagem, entre os muitos benefícios que nos causa, traz em si o poder de nos desinstalar, de nos fazer sair do comodismo e contemplar, em outros, o quanto podemos ser melhores.

Há quem diga que só se dá valor ao que se perde. Tenho procurado valorizar o que possuo, sem precisar perder e concordo que a viagem também nos proporciona essa descoberta, nos mostra o sentido das coisas simples que temos por perto e acabamos nos acostumando com elas - correndo o risco de não reconhecer seu valor. Se falo assim das coisas, digo ainda mais das pessoas!

Não podemos nos acostumar com a presença de ninguém em nossa vida. Cada um que está ao nosso lado, por qualquer que seja a razão, tem um papel importante, a partir daqueles que nos ajudam com seu trabalho, também os que são parte da nossa família; cada um é único e seu valor também. Reconhecer isso já nos aproxima da meta que, como cristãos, devemos ter: ser como Cristo! Ele nos ensinou o caminho dos relacionamentos e a valorização da pessoa como meio para uma vida equilibrada.

Aliás, acredito que nossa vida pode ser comparada a uma viagem, na qual o destino é a eternidade. Estamos neste mundo como peregrinos que regressam a cada dia ao lugar de onde saímos: o coração de Deus. Jesus também nos ensinou com a vida essa lição. Ele foi peregrino como nós.

Agora podemos imaginar: se é bom voltarmos para casa, como será voltar para o Coração de Deus, lugar de onde saímos um dia? Essa chegada pode se dar a qualquer momento, então, façamos valer a pena nossa peregrinação terrena começando por viver bem o hoje, amando mais, acolhendo melhor e valorizando tudo que temos sem nos desviarmos do essencial: o amor. Nessa viagem, somos companheiros... qualquer dia nos encontraremos por aí.

Ouça outros comentários em www.opiniaocn.mypodcast.com

Foto Dijanira Silva
dijanira@geracaophn.com
Missionária da Comunidade Canção Nova, em Fátima, Portugal Trabalha na Rádio CN FM 103.7

Autoridade: conquista ou imposição?

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Autoridade: conquista ou imposição?

Líder é aquele que abraça uma causa junto com os seus

Algumas pessoas exercem sobre outras certa influência, seja por admiração, por fascínio ou por projetar nos corações um algo a mais para suas vidas. Sentimentos assim nascem a partir do testemunho que a maioria vê nesses homens e mulheres que se destacam. O ser humano tem a necessidade de ser guiado e busca, como referência nos semelhantes, algo que sacie a sua sede de ser melhor.

Essas pessoas, geralmente, são carismáticas, inteligentes e têm um espírito de liderança. Esse talento acontece naturalmente, desde crianças; em brincadeiras, empresas, escolas, instituições, trabalhos voluntários e também em ambiente religioso.

Jesus era um líder nato. Todo o Seu ser atraia multidões. “Quando Ele terminou estas palavras, as multidões ficaram admiradas com o Seu ensinamento. De fato, Ele as ensinava como quem tem autoridade, não como os escribas” (Mt 7, 28-29). Nosso Senhor conquistava as pessoas. Ele não impunha uma doutrina como faziam os escribas e os fariseus. Seu ensinamento vinha do testemunho de amor que Ele não só discursava, mas que demonstrava em toda sua vida.

O amor incondicional era o Seu principal atrativo; e continua sendo ainda hoje. Ao estar à frente de pessoas, antes de tudo, Ele observava o que cada um tinha de melhor, sem deixar de corrigir o que era preciso. As pessoas se deixavam conduzir porque encontravam alguém que acreditava nelas.

O líder oferece de si e ensina o que sabe, sem medo de ser superado, porque quer que as obras dos seus discípulos sejam até maiores que as suas. A autoridade vem da conquista de corações! Líder é aquele que abraça uma causa junto com os seus, não se abstendo das responsabilidades e trabalhos que isso pode causar. Não coloca sobre seus subordinados, discípulos ou aqueles que lhe são confiados, o peso da sua vaidade e idéias próprias.

O filho obedece verdadeiramente o pai, quando ele [filho] se sente amado, pois, acredita que o pai lhe quer bem, ainda que custe sacrifício. Assim também acontece na relação de professores e alunos, patrões e empregados. O amor impulsiona atitudes dignas de confiança recíproca.

Na verdade, quem ocupa uma posição de autoridade é servo de quem ele comanda. Assim ensinou o Mestre Jesus: “Quem quiser ser o maior entre vós seja aquele que vos serve.” (Mt 20,26). Ou ainda: “Pois o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10,45).

Ao contrário desse ensinamento, os escribas e fariseus praticavam uma autoridade que os colocavam em lugar privilegiado para serem chamados de mestres e vistos por todos. “Amarram fardos pesados e insuportáveis e os põem nos ombros dos outros, mas eles mesmos não querem movê-los, nem sequer com um dedo” (Mt 23,4).

Hoje, existe muita informação sobre liderança, palestras para empresas, cursos universitários, tudo para formar novas cabeças que comandarão pessoas e almas, tanto no campo da política como no da ciência, da informação, da religião, entre outros.

Mas o verdadeiro líder não precisa ocupar um cargo ou posto, mesmo sendo o último de uma hierarquia, ele age como Jesus, acreditando no potencial das pessoas e tirando de dentro delas o melhor que cada um pode ser. Ou seja, o que forma o outro são os sentidos mais nobres dentro de nós: a misericórdia, o acreditar nas pessoas e, principalmente, o amor, o amor do coração de Jesus. Que esse amor esteja firme dentro dos nossos corações!

Deus lhe abençoe!

Fraternalmente

Sandro Ap. Arquejada

28 dezembro 2008

Desafio da Nova Evangelização

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Desafio da Nova Evangelização

Qual será o anúncio da Missão a que somos chamados a executar?

O anúncio do Evangelho, por dois mil anos, ofereceu à Europa e muitos outros paises a mais profunda possibilidade de transformação, enquanto influenciou suas culturas com a sua novidade. Hoje, porém, essa evangelização não pode ser considerada como conquista definitiva.

Tantos cristãos identificam a fé com uma série de práticas devotas, mas não como plena adesão a Cristo. Outros foram colocados em crise pela difundida cultura secularizada e niilista e assumiram modelos éticos longe do Evangelho. O secularismo é o abandono da fé, da religião e da Igreja: uma vida sem Deus. O relativismo é o abandono das leis, dos mandamentos e da verdade: cada um decide como quer. Outros ainda são atraídos por experiências de espiritualidades que não têm raízes no húmus cristão. O próprio diálogo inter-religioso, que é um valor a ser cultivado convictamente, suscita, em muitos, dúvidas sobre a própria fé: por que crer à maneira cristã, e não à maneira dos muçulmanos ou dos budistas ou dos hinduístas?

A 5ª Conferência dos Bispos da América Latina e Caribe, em Aparecida, apontou também, como desafio à evangelização, a iniqüidade social. Na Bíblia, o mistério da iniqüidade é o anti-Cristo, anti-reino, é o mal organizado, uma realidade diabólica. O continente latino americano tem o maior número de católicos e também a maior iniqüidade social. A globalização é um processo promotor de iniqüidades: criando estruturas que favorecem sistema econômico iníquo, onde a exploração dos mais pobres, a opressão e a exclusão geram o desprezo aos considerados descartáveis por não produzirem, pesados à previdência de saúde e aposentadoria.

Põe-se hoje o problema de uma fé consciente, que nos faça crer e anunciar com força quanto recebemos da Palavra de Deus: “Ao nome de Jesus dobre-se todo joelho nos céus, na terra e nos abismos; e toda língua proclame: Jesus Cristo é o Senhor!” (Filipenses 2, 10-11).

Ao início do terceiro milênio, João Paulo II convidou a Igreja para “partir de novo de Cristo” e indicou as linhas fundamentais de uma pastoral animada pela contemplação do Rosto de Cristo. Assim os bispos do Brasil apontaram o objetivo do plano de pastoral: Queremos ver Jesus, Caminho, Verdade e Vida, para sermos discípulos de Jesus e missionários do Evangelho.

Bento XVI quis caracterizar o ano pastoral corrente como “Ano Paulino”, justamente quando transcorrem dois milênios de seu nascimento. “O apóstolo Paulo, figura excelsa e quase inimitável, mas de qualquer maneira estimulante, está diante de nós como exemplo de total dedicação ao Senhor e à sua Igreja, bem como de grande abertura à humanidade e às suas culturas. Portanto, é justo que lhe reservemos lugar especial, não só na nossa veneração, mas também no esforço de compreender aquilo que ele tem para nos dizer, a nós cristãos de hoje.”

Qual será o anúncio da Missão a que somos chamados a executar? É o kerigma de Cristo nosso Deus e Salvador, morto e ressuscitado por nós. Pode ser sintetizado na Palavra de Deus escrita por João 3, 17: “Deus não mandou o Filho ao mundo para julgar o mundo, mas para que o mundo se salve por meio dele”. É oferta e não imposição de Deus para nossa aceitação. O gesto de amor espera resposta de amor à iniciativa de amor de Deus. No texto evangélico estão sintetizados os elementos que estruturam a nossa fé em Jesus. De um lado, nós o proclamamos Filho de Deus, “gerado, não criado, da mesma substância do Pai”; de outro lado, anunciamos que ele se fez homem para nossa salvação. O nome de Jesus significa “Deus salva”.

Este anúncio vai ao coração das expectativas, esperanças do homem. Como não estar interessados na salvação? Muitas vezes, na verdade, contentamo-nos de referi-la a aspectos parciais de nossa esperança: a saúde, o trabalho, a economia, a família, o ambiente... A salvação trazida por Jesus não exclui a vida terrena, mas nos traz outras expectativas: o dom do infinito de que ele nos faz participantes da sua vida. O cristianismo é a notícia de que aquele infinito, ao qual aspira o coração humano, nos veio ao encontro com o rosto e o coração de Cristo, vivido e testemunhado pelos cristãos que se fizeram verdadeiros discípulos e enviados de Cristo.


Cardeal Geraldo Majella Agnelo

TESTEMUNHO DE UMA IRMÃ ASSÍDUA DO SITE

Recebi por email este testemunho que quero partilhar com vocês para que vocês possam ver como o site está evangelizando e para demonstrar que este é o nosso objetivo, o objetivo deste site: estimular a oração, a formação e a vivência das 5 pedrinhas:

"OLÁ, Alessandro, Bom Dia!
Quero contar pra você que tenho feito a oração da manhã, com o site Missão Cefas. Me ajuda muito, fico nele cerca de 40 minutos.
Começo, depois de invocar o Espíríto Santo, com a canção MÃE DA PROVIDÊNCIA. Estou aprendendo esta canção. E realmente inspirada.
Sirvo-me da Liturgia diária. ouço o comentário do evangelho, leio os artigos mais apropriados para mim.Continua sendo este site uma benção de Deus para mim.
Que vocês o melhorem cada vez mais e que alcancem a cada dia maior número de pessoas.
Maria Edna"

O amor personalizado de Deus

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O amor personalizado de Deus

Deus nos ama com toda a sua capacidade infinita de amar

Amor é uma das palavras mais difíceis de conceituar em nosso mundo. A necessidade ou a conveniência foram gerando diversos significados para esta palavra, a meu ver, todos eles com certo teor de verdade, mas necessitados de contextualização. Minha intenção, no momento, não é de trabalhar os contextos do amor e sim as diferentes faces do amor de Deus.

Deus nos ama com toda a sua capacidade infinita de amar, não sabe amar menos, toma a iniciativa sempre. No entanto a vida humana se desenvolve num complexo ambiente com fases diferenciadas, momentos próprios e por isso a nossa necessidade de amor é alterada também.

Uma criança, por exemplo, não pode ser amada com um amor de homem-mulher, isso não atende a sua necessidade e ainda poderia provocar deficiências em seu amadurecimento interior, e Deus sabe disso. Deus ama a todos igualmente, mas não nos ama com um amor genérico e por isso descompromissado com nossa identidade, Seu amor vai se configurando a nossa necessidade, quase que podemos dizer que por amar pessoalmente cada um, Deus ama de forma diferente, em estilo, e igual em intensidade. Amor pessoal, único em sua expressão. A cada momento somos amados da forma adequada e diferenciada.

Exatamente por sermos reflexos do amor de Deus, nós também não amamos a todos do mesmo jeito. Se assim o fizéssemos, seríamos injustos, porque o amor de verdade deve tocar a individualidade de cada um, amar do jeito certo e como o amor é criativo, encontra a forma individual e única de ser fecundo em cada pessoa. Não adianta pensar que amaremos a todos de forma igual, isso não é possível. Sabendo disso estaremos evitando o risco de nos sentirmos pouco amados simplesmente por sermos amados de forma diferente que os outros.

Para compreender o amor divino podemos observar as imagens dele existentes no amor humano, um exemplo fácil é o de uma mãe, com a mesma intensidade de amor ela ama de uma forma os seus pais, de outra o seu esposo, de outra os seus filhos e de outra os seus amigos. Será que o que muda é a intensidade do amor? Não, o que muda é o estilo dele, suas características e não sua profundidade.

O amor na forma e na dose certa é como um medicamento, um fortificante ou uma vitamina, não é ele quem leva ao desenvolvimento, mas é ele que garante que o processo da vida não sofrerá atrofias ou danos permanentes, nossa identidade surge a partir do estilo de amor que recebemos. Descobrimos-nos filhos a partir do amor de pai e mãe, nos descobrimos irmão a partir do amor de nossos irmãos. É o amor que abre nossos olhos a nossa própria identidade, é ele quem dá a sobriedade de vida e nos faz amar e gostar de nós mesmos, desejando sempre ser melhor.

Que Deus te abençoe e te faça crescer sempre em seu amor.

Padre Xavier
Comunidade Canção Nova

27 dezembro 2008

Nossa Senhora de Guadalupe

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Nossa Senhora de Guadalupe

A importância das aparições

Em 1531, os missionários espanhóis franciscanos e dominicanos evangelizavam os índios maias e astecas no México, e tinham muita dificuldade nessa missão porque esses índios eram idólatras e ofereciam aos seus muitos deuses sacrifícios humanos de milhares de rapazes e de virgens, nos altos das muitas pirâmides que podem ser visitadas ainda hoje no México. Um sacerdote cortava fora o coração de vítima, com uma faca de pedra pouco afiada e o oferecia aos deuses.

Nesse ano a Virgem Mãe de Deus apareceu ao piedoso índio São João Diego, na colina de Tepeyac, perto da capital do México. Com muito carinho ela pediu que ele fosse ao bispo pedir-lhe que nesse lugar construísse um Santuário em sua honra. D.João de Zumárraga, primeiro bispo do México, franciscano, vindo da Espanha, retardou a resposta a fim de averiguar cuidadosamente o ocorrido. Quando o índio, movido por uma segunda aparição e nova insistência da Virgem, renovou suas súplicas entre lágrimas, ordenou-lhe o bispo que pedisse a Nossa Senhora um sinal de que a ordem vinha realmente da grande Mãe de Deus.

Então Nossa Senhora enviou ao Bispo o conhecido sinla milagroso das rosas. Ela disse ao índio: “Filho querido, essas rosas são o sinal que você vai levar ao bispo. Diga-lhe em meu nome que, nessas rosas, ele verá minha vontade e a cumprirá. Você é o meu embaixador e merece a minha confiança… Quando chegar diante do Bispo, desdobre a sua tilma” (manto) e mostre-lhe o que carrega, porém só na presença do bispo. Diga-lhe tudo o que viu e ouviu, nada omitindo…”

Essas rosas só davam em Castela na Espanha, de onde era procedente o bispo. João Diego obedeceu e, ao despejar as flores perante o bispo, eis que surge no seu manto a linda pintura milagrosa de Nossa Senhora tal como ela lhe apareceu. O bispo acompanhou João ao local designado por Nossa Senhora.

O ícone de Nossa Senhora de Guadalupe é repleto de sinais milagrosos. Até hoje os cientistas não conseguem explicá-lo. Não sabem que produto tingiu o manto; não é deste mundo. A fama do milagre espalhou-se rapidamente por todo o território. Os cidadãos, profundamente impressionados por tão grande prodígio, procuraram guardar respeitosamente a santa Imagem na capela do paço episcopal. Mais tarde, após várias construções e ampliações, chegou-se ao templo atual.

Em 1754, escrevia o papa Bento XIV: “Nela tudo é milagroso: uma Imagem que provém de flores colhidas num terreno totalmente estéril, no qual só podem crescer espinheiros; uma Imagem estampada numa tela tão rala que, através dela, pode-se enxergar o povo e a nave da Igreja tão facilmente como através de um filó; uma Imagem em nada deteriorada, nem no seu supremo encanto, nem no brilho de suas cores, pelas emanações do lago vizinho que, todavia, corroem a prata, o ouro e o bronze… Deus não agiu assim com nenhuma outra nação.”

A partir das aparições de Nossa Senhora de Guadalupe os missionários passaram a evangelizar os índios em massa; mais de sete milhões foram batizados em poucos anos e o México é hoje o país que mais católicos têm (94% da população).

Em 1910 o Papa S. Pio X proclamou Nossa Senhora de Guadalupe “Padroeira da América Latina”, e em 1945, o Papa Pio XII a proclamou “Imperatriz da América Latina”. Há hoje, infelizmente, uma mentalidade muito errada em nossos meios acadêmicos que quer ver na civilização asteca algo melhor que nossa atual civilização cristã; nada mais triste. A turma do “politicamente correto”, inclusive os adeptos da perigosa teologia da libertação, quer desprezar os missionários espanhóis, que “impuseram uma religião estrangeira sobre os inocentes nativos que encontraram.” Inocentes nativos?

As grandes sociedades asteca e maia foram construídas com base na conquista de povos não-astecas e não-maias, com a mão-de-obra escrava e o assassinato ritual daqueles escravos. Seus elogiados canais e magníficos templos foram construídos por escravos. Estas culturas se man­tiveram baseadas no medo. Quem se indispusesse com os sacerdotes, pagos pelo Estado; tinha seu coração arrancado fora. Numa única cerimônia os astecas cortaram fora os corações de 10 mil virgens obtidas com o seqüestro de moças e meninas dos povoados vizinhos. Esses corações eram oferecidos aos deuses. (cf. “Astecas eram escravocratas e genocidas”, William A. Hamilton, escritor e colunista, artigo para a “USA Today”). Nelson Ascher, jornalista Integrado à equipe de articulistas da “Folha de São Paulo”, no seu artigo Canibalismo dos Astecas”, diz entre outras coisas que:

“Sabe-se que o centro da religião asteca era a sacrifício humano, mas a escala em que era realizado aponta para urna realidade ainda mais sinistra. Segundo palavras do padre espanhol Sahgun, o mais minucioso historiador de então da civilização indígena do México, pode-se ver a descrição do sacrifício humano no topo das pirâmides: a vítima, segura por quatro sacerdotes, tinha o peito aberto por um quinto com uma faca de obsidiana, e seu coração pulsante arrancado -, após ser o cadáver arrojado escada abaixo culminava com um singelo: “Después, lo cocian Y lo comian’ (Depois cozinhavam-no e comiam)”.

“Carne humana era muito apreciada com tomate nativo da região, e provavelmente temperada com chili. Num festival de quatro dias, em finais do século 15, os astecas te­riam “abatido” vinte mil prisioneiros. Parece que este era também o consumo anual médio só na capital.”

“Os astecas inclusive promoviam suas numerosas guerras com a única finalidade de capturar prisioneiros para seus rituais sofisticados que incluíam, em um de seus meses, o esfolamento após a qual os sacerdotes se vestiam com as peles das vítimas.”

Podemos chamar isso de civilização?

Infelizmente essas cruentas práticas dos maias e astecas são acoberta­das, enquanto as práticas dos espanhóis são anunciadas aos quatro ventos. Mostram-se em planetários os feitos dos astecas e maias no campo da astronomia, mas as o assassi­nato ritual e rotineiro de milhões de pessoas é maliciosamente encoberto.

Como pode uma “civilização” desta ser melhor do que o Cristianismo, que prega amor até aos inimigos? É um contra senso; uma grande incoerência. Por isso a chegada de Fernando Cortez em 1521 no México e os esforços para converter os povos indígenas ao cristianismo são tratados com desdém.

O Papa Bento XVI no seu discurso de abertura do V CELAM, em Aparecida, falou da importância da evangelização da América Latina que começou com Cristóvão Colombo em 12 de outubro de 1492. Ele disse:

“O anúncio de Jesus e de seu Evangelho não supôs, em nenhum momento, uma alienação das culturas pré-colombianas, nem foi uma imposição de uma cultura estranha”.

“Para os povos pré-colombianos, a evangelização significou conhecer e acolher a Cristo, o Deus desconhecido que seus antepassados, sem sabê-lo, procuravam em suas ricas tradições religiosas. Cristo era o Salvador que desejavam silenciosamente”.

“Significou também ter recebido, com as águas do batismo, a vida divina que os fez filhos de Deus por adoção; ter recebido, além disso, o Espírito Santo que veio a fecundar suas culturas, as purificando e desenvolvendo os numerosos germens e sementes que o Verbo encarnado tinha posto nelas, as orientando assim pelos caminhos do Evangelho”.

“A utopia de voltar a dar vida às religiões pré-colombianas, separando as de Cristo e da Igreja universal, não seria um progresso, a não ser um retrocesso. Em realidade seria uma involução para um momento histórico ancorado no passado”.

É verdade que houve muitos erros e abusos por parte dos espanhóis que para cá vieram; muitos saíram das prisões na Espanha; mas o Evangelho livrou o México da barbárie asteca e maia. E isso graças a Nossa Senhora de Guadalupe, Aquela que “esmaga a cabeça da serpente”, e aos valorosos franciscanos e dominicanos.

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Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com
Prof. Felipe Aquino, casado, 5 fihos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de Aprofundamentos no país e no exterior, já escreveu 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias". Conheça mais em www.cleofas.com.br

A graça de ser só

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Há pessoas que acham um absurdo o fato de padre não poder casar

Ando pensando no valor de ser só. Talvez seja por causa da grande polêmica que envolveu a vida celibatária nos últimos dias. Interessante como as pessoas ficam querendo arrumar esposas para os padres. Lutam, mesmo que não as tenhamos convocado para tal, para que recebamos o direito de nos casar e constituir família.

Já presenciei discursos inflamados de pessoas que acham um absurdo o fato de padre não poder casar.

Eu também fico indignado, mas de outro modo. Fico indignado quando a sociedade interpreta a vida celibatária como mera restrição da vida sexual. Fico indignado quando vejo as pessoas se perderem em argumentos rasos, limitando uma questão tão complexa ao contexto do "pode ou não pode".

A sexualidade é apenas um detalhe da questão. Castidade é muito mais. Castidade é um elemento que favorece a solidão frutuosa, pois nos coloca diante da possibilidade de fazer da vida uma experiência de doação plena. Digo por mim. Eu não poderia ser um homem casado e levar a vida que levo. Não poderia privar os meus filhos de minha presença para fazer as escolhas que faço. O fato de não me casar, não me priva do amor. Eu o descubro de outros modos. Tenho diante de mim a possibilidade de ser daqueles que precisam de minha presença. Na palavra que digo, na música que canto e no gesto que realizo, o todo de minha condição humana está colocado. É o que tento viver. É o que acredito ser o certo.

Nunca encarei o celibato como restrição. Esta opção de vida não me foi imposta. Ninguém me obrigou a ser padre, e, quando escolhi sê-lo, ninguém me enganou. Eu assumi livremente todas as possibilidades do meu ministério, mas também todos os limites. Não há escolhas humanas que só nos trarão possibilidades. Tudo é tecido a partir dos avessos e dos direitos. É questão de maturidade.

Eu não sou um homem solitário, apenas escolhi ser só. Não vivo lamentando o fato de não me casar. Ao contrário, sou muito feliz sendo quem eu sou e fazendo o que faço. Tenho meus limites, minhas lutas cotidianas para manter a minha fidelidade, mas não faço desta luta uma experiência de lamento. Já caí inúmeras vezes ao longo de minha vida. Não tenho medo das minhas quedas. Elas me humanizaram e me ajudaram a compreender o significado da misericórdia. Eu não sou teórico. Vivo na carne a necessidade de estar em Deus para que minhas esperanças continuem vivas. Eu não sou por acaso. Sou fruto de um processo histórico que me faz perceber as pessoas que posso trazer para dentro do meu coração. Deus me mostra. Ele me indica, por meio de minha sensibilidade, quais são as pessoas que poderão oferecer algum risco para minha castidade. Eu não me refiro somente ao perigo da sexualidade. Eu me refiro também às pessoas que querem me transformar em "propriedade privada". Querem depositar sobre mim o seu universo de carências e necessidades, iludidas de que eu sou o redentor de suas vidas.

Contra a castidade de um padre se peca de diversas formas. É preciso pensar sobre isso. Não se trata de casar ou não. Casamento não resolve os problemas do mundo.

Nem sempre o casamento acaba com a solidão. Vejo casais em locais públicos em profundo estado de solidão. Não trocam palavras nem olhares. Não descobriram a beleza dos detalhes que a castidade sugere. Fizeram sexo de mais, mas amaram de menos. Faltou castidade, encontro frutuoso, amor que não carece de sexo o tempo todo, porque sobrevive de outras formas de carinho.

É por isso que eu continuo aqui, lutando pelo direito de ser só, sem que isso pareça neurose ou imposição que alguém me fez. Da mesma forma que eu continuo lutando para que os casais descubram que o casamento também não é uma imposição. Só se casa aquele que quer. Por isso perguntamos sempre – É de livre e espontânea vontade que o fazeis? – É simples. Castos ou casados, ninguém está livre das obrigações do amor. A fidelidade é o rosto mais sincero de nossas predileções.

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Padre Fábio de Melo

Padre Fábio de Melo é professor no curso de teologia, cantor, compositor, escritor e apresentador do programa "Direção espiritual" na TV Canção Nova.

26 dezembro 2008

A pureza do olhar

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É olhar com carinho para o outro

Ter olhos puros é ter uma conexão direta com nosso coração. Quando Deus transforma o nosso jeito de pensar, modifica também o nosso jeito de olhar as coisas e as pessoas. Vemos as coisas com os olhos da pureza, sem preconceito. Olhar as pessoas com pureza significa permitir que elas sejam vistas por nós como se estivessem sendo vistas por Jesus.

É muito bonito descobrirmos que, na oportunidade de encontrar o outro, também encontramos um pouquinho daquilo que somos. Há duas formas da fazermos isso: nos alegrando quando vemos, refletido no outro, um pouco daquilo que temos de bom. Mas também podemos nos entristecer, quando vemos o que o outro tem de ruim e descobrimos que somos ruins também daquele jeito.

Por isso é natural que, muitas vezes, aquilo que eu escuto de ruim do outro eu acabo não gostando, porque, na verdade, ele me mostra o que eu sou.

Ter a pureza no olhar significa você se despir de tudo e começar a olhar com carinho e liberdade para aquilo que o outro é, permitindo que esse seja o encontro frutuoso, tanto para nos mostrar o que temos de bom e para nos indicar no que precisamos ser melhor.

Neste dia de Santa Luzia, desejo que todos nós tenhamos os olhos puros.

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Padre Fábio de Melo

Padre Fábio de Melo é professor no curso de teologia, cantor, compositor, escritor e apresentador do programa "Direção espiritual" na TV Canção Nova.

A Avareza

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O apego desordenado que faz a pessoa buscar o dinheiro como um fim

Outro pecado capital é a ganância ou avareza.

São Paulo classifica a avareza como idolatria: “Mortificai, pois, os vossos membros terrenos: fornicação, impureza, paixões, desejos maus, cupidez e a avareza, que é idolatria” (Cl 3,5). A razão do Apóstolo ver como idolatria o apego aos bens materiais, sobretudo ao dinheiro, é que isto faz a pessoa amá-lo como a um deus.

Desde o princípio Jesus alertou os discípulos para este perigo, já no Sermão da Montanha: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará o outro, ou dedica-se a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e à riqueza” (Mt 6,24).

O que importa é que a pessoa não seja escrava do dinheiro e dos bens. É claro que todos nós precisamos do dinheiro; o próprio Jesus tinha um “tesoureiro” no grupo dos Apóstolos. São Paulo afirma que “a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro” (1Tm 6,10). Veja que, portanto, o mal não é o dinheiro em si, mas o “amor” ao dinheiro; isto é, o apego desordenado que faz a pessoa buscar o dinheiro como um fim, e não como um meio.

“Porque sabei-o bem: nenhum dissoluto, ou impuro, ou avarento – verdadeiros idólatras! - terão herança no reino de Cristo e de Deus” (Ef 5,5).

É importante notar aqui que não são apenas os ricos que podem se tornar avarentos, embora sejam mais levados a isto. Não é raro encontrar também o pobre avarento. Por isso, no mesmo Sermão da Montanha, Jesus alerta: “Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e as traças corroem, onde os ladrões furtam e roubam. Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furtam nem roubam” (Mt 6,19-20). Se Jesus recomenda “não ajuntar tesouros na terra”, é porque esta riqueza e segurança são ilusórias e não podem satisfazer-nos, por mais que o mundo nos diga que sim.

Por causa do amor ao dinheiro muitos aceitam praticar a mentira, a falsidade, o crime e a fraude. Quantos produtos falsificados!

Quantos quilos que só possuem 900 gramas! Quanta enganação e trapaça nos negócios! Podemos constatar que toda a corrupção, tráfico de drogas, armas, crimes, etc., têm por trás a sede do dinheiro. Jesus recomendou ao povo: “Guardai-vos escrupulosamente de toda avareza, porque a vida de um homem, ainda que ele esteja na abundância, não depende de suas riquezas” (Lc 12,15).

O apego aos bens desse mundo é algo muito forte em nós, quase que uma “segunda natureza”, e portanto, só com o auxílio da graça de Deus poderemos vencer esta tentação forte. Desde pequenos fomos educados para “ganhar a vida”. Será preciso a força do Espírito Santo em nossa alma para nos “convencer” da necessidade de uma vida de desprendimento e pobreza.

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Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com
Prof. Felipe Aquino, casado, 5 fihos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de Aprofundamentos no país e no exterior, já escreveu 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias". Conheça mais em www.cleofas.com.br

Maria, Mulher Contemplativa!


Maria, Mulher Contemplativa!

Nossa Mãe Maria deve ser modelo de vida cristã para nós, que vivemos tão dispersos e confusos nos dias de hoje!

Deus proporcionou a Maria uma experiência única. Ela como ninguém, pôde ver com seus olhos e tocar com suas mãos o Verbo da Vida. Uma experiência que foi vivida de modo extremamente íntima e profunda. Naquela noite que o nosso Salvador veio ao mundo, Maria O tomou em seus braços e adorou Aquele que dela nasceu. Com o nascimento do Menino Jesus em Belém, Maria contemplou a paz e a libertação para toda a humanidade.

Maria, exemplo de meditação constante, nos mostra a figura da "Mulher Sábia", que sabe agradecer e confiar em Deus em qualquer momento da sua vida. Em Lucas, podemos notar o fruto da sua meditação constante. O Magnificat, taduz os sentimentos de Maria: "Minha alma proclama a grandeza do Senhor, meu espírito se alegra em Deus meu salvador, porque olhou para a humilhação da sua serva. Doravante todas as gerações me felicitarão, porque o Todo-poderoso realizou grandes obras em meu favor: seu nome é santo." Lc 1, 46-49.

Essas palavras que saíram dos lábios e do coração da Virgem servem para a nossa vida. Servem para reconhecermos que Deus cumpre as suas promessas e jamais nos abandona.

A nossa Mãe contemplativa soube conservar e meditar todas as coisas e acontecimentos em seu coração. Maria não contemplou apenas a infância de Jesus, pelo contrário, ela foi contemplativa também na vida pública de Cristo, em sua Paixão, sob a cruz, depois da Páscoa e também após a Ascensão, quando começaram a vida e a missão da primeira comunidade cristã.

Maria olhava para seu Filho, para o que Ele fazia e dizia e se perguntava sobre o que tudo aquilo podia significar no Plano de Deus. Próximo à cruz, compartilhou o sofrimento de seu Filho em agonia e dor de tantas mães que enfrentam situações semelhantes. Nós podemos até nos perguntar: quando viu Jesus pendendo na cruz, o que ela contemplou?

Certamente, Maria no seu ver profundo e penetrante, viu o mistério que vai além das aparências. Ela foi a primeira a enxergar o que todos fiéis buscam quando olham em direção da cruz.

Maria serve de exemplo para todos nós que buscamos nos encontrar a cada dia com o Nosso Senhor Jesus Cristo. A partir da sua vida, precisamos aprender com ela a procurar "o que é Deus", deixando de lado nossos projetos que não coincidem, tantas vezes, com o plano do Senhor sobre nossas vidas. É em Maria que encontramos estímulo para seguir firme na nossa missão.

Como a Virgem Maria todos nós jovens ou adultos, somos chamados a cultivar a mesma postura de meditação para podermos assimilar melhor o Plano que Deus tem guardado para cada um de nós!

Vanessa Aparecida Sola
vanessa.sola@hotmail.com
22/12/2008 - Bariri⁄SP

25 dezembro 2008

É possível aprender com os próprios erros?

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O erro sempre pode nos ensinar algo
Em meio às vozes, silêncios e sombras que formam e ilustram a existência, percebemos que o erro e a fraqueza são realidades que acompanham toda a história humana, tanto no âmbito geral como no singular.

A imperfeição é uma propriedade que permeia e compõe o homem, é algo inerente à sua existência e condição.

Se o erro é algo sempre presente na vida, então o que faremos com ele? Será que precisaremos usar máscaras a vida toda para sempre ocultarmos e fingirmos que ele não existe? Ou será que teremos que fugir deste medo eternamente, temendo que outros e até nós mesmos o percebamos?

Acredito que o coração torna-se maduro quando é capaz de olhar a fraqueza de frente e crescer com ela.

O erro faz parte do crescimento de cada pessoa; ele tem uma profunda dimensão pedagógica para os corações que o enfrentam procurando aprender com ele. Todavia, isso não é desculpa para se persistir no erro, ao contrário, é uma oportunidade para o enxergarmos de forma diferente, extraindo dele todo o aprendizado que pode nos proporcionar.

O erro é uma realidade tipicamente humana e natural, porém, a persistência nele não é algo inerente ao ser humano, ao contrário, tal atitude descaracteriza o ser rebaixando-o à condição – apenas instintiva – irracional.

Vamos errar sempre, isso é óbvio. Contudo, se formos humildes o bastante para analisar nossos erros, aprendendo com eles e empenhando-nos para superá-los, conquistaremos profundos avanços e seremos mais realizados e reconciliados com aquilo que somos.

O erro sempre pode nos ensinar algo. Ele não é fim, mas pode ser sempre a possibilidade para um novo começo.

É sinal de sabedoria retirar máscaras e fantasias acerca de si e, integralmente, assumir-se. Assim, as depressões presentes em nossas estradas de vida podem se tornar um impulso para pularmos mais alto, ao invés de serem um impedimento e um motivo para estacionarmos.

Só seremos grandes quando nos reconhecermos pequenos e necessitados de ajuda, pois o coração só se tornará grande à medida em que souber buscar sua força em um coração que é maior que o seu, que o criou na existência e o sustenta.

Assim, se descobrirá a força contida na fraqueza, força essa que espera ansiosa para despertar, conseqüentemente, despertando...

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Adriano Zandoná
artigos@cancaonova.com
Seminarista e missionário da Comunidade Canção Nova. Reside atualmente na missão de Palmas (TO). É formado em Filosofia e está cursando Teologia. Apresenta o programa "Contra-maré" pela rádio Canção Nova do Coração de Jesus, aos sábados das 16h às 18h. Através do site www.arquidiocesedepalmas.org.br também é possível acompanhar aos sábados toda a programação ao vivo .

24 dezembro 2008

Católico pode casar com protestante?

Formações

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Católico pode casar com protestante?

Os esposos podem sentir o drama da desunião dos cristãos

Esta pergunta se torna cada vez mais comum, porque muitos jovens católicos estão namorando com protestantes.

Se ambos foram batizados (mesmo que na comunidade protestante), o sacramento do matrimônio pode ser celebrado na Igreja Católica, desde que os cônjuges aceitem certas condições. Mas a Igreja não deixa de lembrar que há dificuldades a serem superadas. Sabemos que o casamento se funda na expressão "sereis uma só carne" (Gen 2,23) e que, portanto, a diferença de religiões dificulta esta união plena.

Antes de tudo, a Igreja coloca as condições para a liceidade e validade de um matrimônio:

Cân. 1108 § 1. "Somente são válidos os matrimônios contraídos perante o Ordinário local ou o Pároco, ou um sacerdote ou diácono delegado por qualquer um dos dois como assistente, e além disso perante duas testemunhas, de acordo porém com as normas estabelecidas nos cânones seguintes, e salvas as exceções contidas nos cânon. 144, 1112, § 1, 1116 e 1127, §§ 2-3.”

§ 2. Considera-se assistente do matrimônio somente aquele que, estando presente, solicita a manifestação do consentimento dos contraentes e a recebe em nome da Igreja.

Cân. 1086 § 1. "É inválido o matrimônio entre duas pessoas, uma das quais tenha sido batizada na Igreja Católica ou nela recebida e que não a tenha abandonado por um ato formal, e a outra que não é batizada".

O Catecismo da Igreja diz:

§1634 – "A diferença de confissão entre cônjuges não constitui obstáculo insuperável para o casamento, desde que consigam colocar em comum o que cada um deles recebeu na sua comunidade e aprender, um do outro, o modo de viver sua fidelidade a Cristo. Mas nem por isso devem ser subestimadas as dificuldades dos casamentos mistos. Elas se devem ao fato de que a separação dos cristãos é uma questão ainda não resolvida. Os esposos correm o risco de sentir o drama da desunião dos cristãos no seio do próprio lar. A disparidade de culto pode agravar mais ainda essas dificuldades. As divergências concernentes à fé, à própria concepção do casamento, como também mentalidades religiosas diferentes, podem constituir uma fonte de tensões no casamento, principalmente no que tange à educação dos filhos. Uma tentação pode então apresentar-se: a indiferença religiosa".

Para que um casamento misto seja válido e legítimo tem que haver a permissão da autoridade da Igreja, o bispo, como diz o Código de Direito Canônico no cânon 1124. O cânon 1125 diz: "O Ordinário local pode conceder essa licença se houver causa justa e razoável; não a conceda, porém, se não se verificarem as condições seguintes:

1°- a parte católica declare estar preparada para afastar os perigos de defecção da fé e prometa, sinceramente, fazer todo o possível a fim de que toda a prole seja batizada e educada na Igreja Católica;

2°- informe-se, tempestivamente, desses compromissos da parte católica à outra parte, de tal modo que conste estar esta, verdadeiramente, consciente do compromisso e da obrigação da parte católica;

3°- ambas as partes sejam instruídas a respeito dos fins e propriedades essenciais do matrimônio, que nenhum dos contraentes pode excluir".

O cânon. 1126 orienta que: "Compete à Conferência dos Bispos estabelecer o modo segundo o qual devem ser feitas essas declarações e compromissos, que são sempre exigidos, como também determinar como deve constar no foro externo e como a parte não-católica deve ser informada".

Não devem ser feitas outras celebrações ecumênicas após a celebração do matrimônio; diz o Código, no cânon 1127:

§ 3. "Antes ou depois da celebração realizada de acordo com o § 1, proíbe-se outra celebração religiosa desse matrimônio para prestar ou renovar o consentimento matrimonial; do mesmo modo, não se faça uma celebração religiosa em que o assistente católico e o ministro não-católico, executando simultaneamente cada qual o próprio rito, solicitam o consentimento das partes".

Portanto, é possível um católico se casar na Igreja Católica com uma pessoa protestante, desde que esta seja batizada validamente e aceite as condições explicadas acima. No entanto, é bom lembrar aos jovens que não é fácil conciliar tudo isso. No calor da paixão inicial do relacionamento, isso pode parecer fácil de superar, no entanto, com o passar dos anos, o nascer dos filhos, etc., as dificuldades podem aumentar. O recomendado pela Igreja é que o fiel católico se case com alguém de sua mesma fé.

Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com
Prof. Felipe Aquino, casado, 5 fihos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de Aprofundamentos no país e no exterior, já escreveu 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias". Conheça mais em www.cleofas.com.br

A importância da participação da Missa na paróquia

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A importância da participação da Missa na paróquia

A Igreja paroquial é minha casa, é o meu núcleo de fé e vida.

Domingo é o dia do Senhor. São João Maria Vianey dizia: "Um Domingo sem Missa é uma semana sem Deus". A nossa fé nos agrega numa grande família que é a Igreja, de maneira mais particular a Paróquia, onde eu coloco em prática a minha fé. Lá é onde eu recebo o suporte necessário para crescer na formação humana, na espiritualidade e em todos os tesouros sacramentais para minha salvação. A Igreja paroquial é minha casa, é o meu núcleo de fé e vida.

Tomemos por modelo os cristãos das primeiras comunidades: "Os que receberam a sua palavra foram batizados. Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, na reunião em comum, na fração do pão e nas orações" (cf. Atos 2, 41-42).

Assim como eu preciso fazer uma experiência com Cristo para segui-lo, eu também preciso fazer uma experiência com a comunidade de fé, que é a Igreja, a portadora do depósito da fé, a extensão do grande corpo de Cristo e da qual eu sou membro. A comunidade é necessária para que a minha fé não seja estéril, morta, sem obras. Na comunidade paroquial, eu faço uma experiência de vida fraterna que faz toda a diferença no mundo de hoje. Na experiência dos apóstolos, o Domingo tem lugar especial por se tratar do dia da ressurreição do Senhor. No início, quando eles não tinham igrejas e eram perseguidos, eles celebravam em suas próprias casas. É isso que nós cristãos, hoje, somos chamados a resgatar: o sentido de casa de nossas paróquias, casa de comunhão e fé, ressurreição e vida.

Lembro-me, com muito carinho, da minha "paróquia mãe", a Catedral de Sant'Ana. Logo depois que eu encontrei Jesus e d'Ele recebi a Vida Nova, engajei-me na minha paróquia por meio do grupo de jovens, da Legião de Maria e da Missa Dominical, que não perdia por nada deste mundo; era por amor, era de coração. A partir daí, vieram a Direção Espiritual com o vigário Monsenhor Jessé Torres, a vida de oração e a vocação ao sacerdócio. Veja quantas riquezas a paróquia pôde me oferecer! Mas não posso me esquecer das desculpas imaturas de que não precisava ir à casa de Deus para encontrar o Senhor, que podia rezar em casa, pois Deus está em todo lugar e lá não se vê tanto testemunho, etc. Essas idéias acabaram quando fui crescendo no verdadeiro sentido de ser Igreja: "Eu sou e também faço a Igreja; sou discípulo de Jesus Cristo e estou neste caminho por Ele em primeiro lugar.

D.40.1 Celebração dominical, centro da vida da Igreja:

§2177 A celebração dominical do Dia do Senhor e da Eucaristia está no coração da vida da Igreja. "O domingo, dia em que por tradição apostólica se celebra o Mistério Pascal, deve ser guardado em toda a Igreja como a festa de preceito por excelência."

"Devem ser guardados igualmente o dia do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, da Epifania, da Ascensão e do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, de Santa Maria, Mãe de Deus; de sua Imaculada Conceição e Assunção, de São José, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e, por fim, de Todos os Santos".

Domingo primeiro dia da semana

§1166 "Devido à tradição apostólica que tem origem no próprio dia da ressurreição de Cristo, a Igreja celebra o mistério pascal a cada oitavo dia, chamado, com razão, o Dia do Senhor ou domingo". O dia da ressurreição de Cristo é, ao mesmo tempo, "o primeiro dia da semana", memorial do primeiro dia da criação, e o "oitavo dia" em que Cristo, depois de seu "repouso" do grande sábado, inaugura o dia "que O Senhor fez", o "dia que não conhece ocaso". A Ceia do Senhor é seu centro, pois é aqui que toda a comunidade dos fiéis se encontra com o Ressuscitado, que Os convida a seu banquete: O dia do Senhor, o dia da ressurreição, o dia dos cristãos, é o nosso dia, pois foi, nesse dia, que o Senhor subiu vitorioso para junto do Pai. Se os pagãos o denominam dia do sol, também nós o confessamos de bom grado, pois, hoje, levantou-se a luz do mundo; hoje, apareceu o sol de justiça, cujos raios trazem a salvação.

§1167 O domingo é o dia, por excelência, da assembléia litúrgica em que os fiéis se reúnem para, ouvindo a Palavra de Deus e participando da Eucaristia, lembrarem-se da Paixão, Ressurreição e Glória do Senhor Jesus e darem graças a Deus que os 'regenerou para a viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos.

Domingo dia principal da celebração eucarística:

§1193 O domingo é o dia principal da celebração da Eucaristia por ser o dia da ressurreição. É o dia da assembléia litúrgica por excelência, da família cristã, da alegria e do descanso do trabalho. O domingo é o fundamento e o núcleo do ano litúrgico.

D.40.9 Obrigação de participar da liturgia dominical:

§1389 A Igreja obriga os fiéis "a participar da divina liturgia aos domingos e nos dias festivos" e a receber a Eucaristia pelo menos uma vez ao ano, se possível no tempo pascal, preparados pelo sacramento da reconciliação. Mas comenda, vivamente, aos fiéis que recebam a santa Eucaristia nos domingos e dias festivos ou ainda com maior freqüência, e até todos os dias.

§2042 O primeiro mandamento da Igreja ("Participar da Missa inteira aos domingos, de outras festas de guarda e abster-se de ocupações de trabalho") ordena aos fiéis que santifiquem o dia em que se comemora a ressurreição

do Senhor e as festas litúrgicas em honra dos mistérios do Senhor, da santíssima Virgem Maria e dos santos. Em primeiro lugar, participando da celebração eucarística, em que se reúne a comunidade cristã, e abstendo-se de trabalhos e negócios que possam impedir tal santificação desses dias.

Antes de qualquer obrigação, o meu relacionamento com Deus deve ser por amor e o meu compromisso concreto exige tempo e espaço para se atualizar, por isso, a minha paróquia é lugar de encontro com Ele e com os meus irmãos na fé, onde eu alimento a minha experiência e vida com o meu Senhor. Não existe uma experiência autêntica de Jesus Cristo fora da comunidade, nela sou formado na Palavra, no Altar, no testemunho e na doação de minha vida.

Sabendo de todas essas maravilhas e chamados a renovar o nosso compromisso com Jesus Cristo e com a Igreja Paroquial, como tem sido a sua participação na sua paróquia? Qual tem sido a sua experiência paroquial? Você vai à Missa todos os Domingos?

Nunca é tarde para recomeçar. Minha benção fraterna+.

Padre Luizinho
Sacerdote Missionário da Canção Nova

Por que sofremos?

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Por que sofremos?

Precisamos em determinadas situações sermos radicais conosco

Hoje estava pensando por que SOFREMOS?

Talvez muitos possam me achar louco ou doido. Pensar no Sofrimento? Coisa de “retardado”.

Sofremos porque queremos fazer as coisas do nosso jeito e não damos chance para que Jesus Cristo faça. Queremos que tudo seja do nosso jeito: eu faço, eu arrumo, eu quero assim e vou fazer assim. De repente nos deparamos com a dor e ai vem os sofrimentos. Tudo saiu errado porque não demos a chance para que Deus fizesse do seu jeito. Tudo precisa ser do nosso jeito e não do jeito de Deus. Portanto, sofremos muitas vezes porque queremos.

Hoje, fui levado a estes pensamentos, talvez , por ter ido a um hospital ministrar o Sacramento da Unção dos Enfermos a uma senhora de minha paróquia, a qual, encontra-se gravemente na UTI, toda entubada. Seu caso grave, devido a uma pneumonia, e tudo isto gerado mais devido a quantidade de cigarros que esta fumava. Talvez isto não estivesse acontecendo se ela tivesse ouvido os médicos e procurado parar de fumar. Lembro-me de uma vez ela mesma ter me dito,” padre não consigo deixar isto”, enquanto me mostrava o cigarro entre os dedos. Hoje enquanto rezava e ministrava a unção para ela pensava comigo, talvez esta situação estivesse sendo diferente se ela tivesse esforçado mais.

Ás vezes em nossa vida é preciso acontecer coisas muito dolorosas para que mudemos de VIDA E DE ROTA. E uma delas é o sofrimento. Sei que devidas situações são dificeis de abandonar da noite para o dia, mas é necessário esforço, luta, sangue, suor e lágrimas para conseguirmos e então podermos sair do sofrimento e experimentar a Vida e a Alegria.

O Esforço faz parte e a luta tem de ser radical. Precisamos em determinadas situações sermos radicais conosco. É como “domar” um cavalo bravo. O fazendeiro para domar o cavalo leva dias e dias, até torná-lo mansinho e sereno que até uma criança poderá montá-lo que ele nem chacoalhar irá. Ao passo que, enquanto está bravo é capaz de matar a mesma criança com um só coice. Penso que o mesmo deve acontecer conosco, precisamos como o fazendeiro lutar, exporear, puxar as rédeas até que o “cavalo interior” sinta-se vencido e dê-se por encerrado a sua braveza e então podermos caminhar sossegado sobre ele. Tudo isto para que? Para que não tenhamos sofrimentos maiores e profundos mais tarde.

Há uma Esperança, se lutarmos e manter-nos firmes, Deus em sua profunda misercórdia é justo e fiel e nos dá a nova chance para sairmos do sofrimento e experimentar dai a Vida Nova.

Enquanto rezava minhas orações da noite, as Completas, da liturgia das Horas o Salmo 85 dizia o seguinte que partilho com você os versiculos seguintes: ” Vós, porém, sois clemente e fiel… sois amor, paciência e perdão. Tende pena e olhai para mim! Confirmai com vigor vosso servo, de vossa ser o filho salvai. Concedei-me um sinal que me prove a verdade do vosso amor.” (Sl. 85,15-17).

Que Deus nos conceda a graça de mudar a Rota da nossa Vida e experimentar a Alegria de ter passado pelo Sofrimento e Vencido!

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Pe. Jurandir
Comunidade CN Aliança.


"Despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da Luz" Rm 13,12
CEFAS, oriundo do nome de São Pedro apóstolo, significa também um Acróstico: Comunhão para Evangelização, Formação e Anúncio do Senhor. É um humilde projeto de evangelização através da internet, buscando levar formação católica doutrinal e espiritual.