Segundo D. Antonio Dias Duarte, Igreja faz que brilhe esplendor da verdade
INDAIATUBA, quarta-feira, 26 de novembro de 2008 (ZENIT.org).- Qualquer análise ética que se deixe levar pela visão utilitarista tende a transformar a pessoa humana em mero objeto, considera o bispo auxiliar do Rio de Janeiro Dom Antonio Augusto Dias Duarte.
Ao falar na manhã de hoje no congresso internacional «Pessoa, cultura da vida e cultura da morte», em Itaici (Indaiatuba, São Paulo), o bispo, que também é médico, destacou que, na contrapartida da visão utilitarista, a Igreja, em suas análises bioéticas, «faz que brilhe o esplendor da verdade sobre a pessoa».
«O esplendor da verdade nos faz enxergar uma realidade, do início e do fim». «Não é só descobrir a verdade sobre quem é o homem, mas para onde caminha o homem», enfatizou.
No caminho da plena realização de sua humanidade, o homem tem de se apoiar em «atos eticamente verdadeiros», pois somente estes realizam a pessoa. «Atos intrinsecamente maus vão frustando a pessoa humana».
O bispo destacou então a importância dos juízos prudentes da consciência humana. «A cultura da morte é fruto da falsa prudência, a cultura da vida é fruto da verdadeira prudência».
«Diante de dois males, qual devo escolher?», questionou. «É preferível a privação de bens secundários do que perder um bem fundamental».
«É preferível uma pessoa continuar doente do que matar uma pessoa para curá-la; é preferível que uma pessoa continue na cadeira de rodas do que levantá-la depois de ter matado uma quantidade enorme de pessoas no seu estado embrionário», exemplificou.
Dom Antonio Duarte prosseguiu explicando que «é preferível cuidar de uma pessoa em estado terminal do que antecipar a sua morte, causando-a diretamente por aplicação de substâncias ou pela suspensão dos cuidados paliativos normais; é preferível não só para a pessoa, mas para a família, deixar nascer uma criança com anencefalia do que “interromper a sua gravidez”, privando-a de viver, horas ou dias, no clima familiar de amor e sacrifício de um pelo outro e dedicação».
Nesse contexto, o bispo afirmou que alguns bioeticistas invertem a questão.
«No contexto atual de forte tendência de subjetivismo, de relativismo moral, onde o utilitarismo e o pragmatismo querem avaliar a moralidade das decisões e das ações através do cálculo das suas consequências, pretende-se oficializar a maximização dos bens úteis e deleitáveis e a minimização das ações altamente desordenadas ou intrinsecamente más.»
Assim, «uma ação seria boa em vista do maior número de pessoas beneficiadas por ela e um menor número de pessoas prejudicadas por tal ação. O maior bem seria portanto interpretado com um critério puramente estatístico», afirmou.
Nesse contexto, o bispo convidou resgatar a pessoa humana «de juízos falsamente prudentes, porque cada pessoa humana é patrimônio da humanidade».
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