31 março 2009

O Papa no Angelus recorda a viagem na África

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “A alegria visível no rosto das pessoas, a alegria de sentir-se parte da única família de Deus” e “o forte sentido de sagrado que se respirava nas celebrações litúrgicas”, são os dois aspectos que impressionaram o Santo Padre Bento XVI durante sua recente viagem apostólica na África, como afirmou antes da oração do Angelus do domingo, 29 de março. Reservando-se de falar mais amplamente de sua viagem durante a audiência geral de quarta-feira próxima, o papa quis “agradecer a Deus e a todos aqueles que, de várias maneiras, colaboraram pelo sucesso da viagem apostólica”, invocando “sobre as sementes espalhadas pelas terras africanas a abundância de bênçãos do céu”. Ele então recordou “a emoção profunda” que sentiu encontrando-se com as comunidades católicas e as populações da República de Camarões e de Angola, agradecendo o Senhor “por partilhar com as multidões destes nossos irmãos e irmãs momentos de festa simples e cheia de fé”. “A visita, prosseguiu o pontífice, me permitiu ver e compreender melhor a realidade da Igreja na África na variedade de suas experiências e dos desafios que se encontram a enfrentar neste tempo”. Então Bento XVI sublinhou a atualidade do Evangelho no V Domingo de Quaresma, em que Jesus na iminência de sua paixão declara: “Se o grão de trigo que cai na terra não morrer, permanecerá só; mas se morrer, produzirá muito fruto” (Jo 12,24) – com estas palavras: chegou a hora decisiva, pela qual o Filho do Deus veio ao mundo... E esta é a vontade de Deus: dar a vida eterna a nós que a perdemos. Para que isso se realize é preciso porém que Jesus morra, como um pequeno grão que Deus Pai semeou no mundo. Somente assim poderá germinar e crescer uma nova humanidade, livre do domínio do pecado e capaz de viver em fraternidade, como filhos e filhas do único Pai que está nos céus. Na grande festa da fé vivida juntos na África, prosseguiu o papa, experimentamos que esta nova humanidade é viva, não obstante seus limites humanos. Lá onde os missionários, como Jesus, deram e continuam dando suas vidas por causa do Evangelho, se recolhem frutos abundantes. A eles a minha gratidão pelo bem que fazem. Trata-se de religiosas religiosos, leigos e leigos. Foi bonito para mim ver o fruto de seu amor a Cristo e constatar o profundo reconhecimento que os cristãos tem por eles. Demos graças a Deus, e rezemos a Maria Santíssima porque no mundo inteiro se espalhe a mensagem da esperança e do amor de Cristo”.Depois do Angelus, o Santo Padre saudou particularmente os africanos presentes: “Saúdo com grande afeto os vários africanos que vivem em Roma, entre eles muitos estudantes, aqui acompanhados por Dom Robert Sarah, Secretário da Congregação para Evangelização dos Povos. Queridos, vocês quiseram manifestar alegria e reconhecimento pela viagem apostólica na África. Agradeço a todos vocês de coração. Rezo por vocês, por suas famílias e pelos seus países de origem. Obrigada!”. Enfim, Bento XVI marcou outro encontro, de maneira particular aos jovens de Roma, e para a Santa Missa de quinta-feira 2 de abril, no quarto aniversário da morte do Servo de Deus João Paulo II, em preparação do Dia Mundial da Juventude, que será celebrada em nível diocesano no Domingo de Ramos. (S.L.) (Agência Fides 30/3/2009)

Repúdio em relação às ameaças sofridas por Ir. Marie Henriqueta Cavalcante




Conferência Nacional Dos Bispos do Brasil
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Nota à imprensa:
O secretariado e as pastorais sociais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil no Regional Norte 2 (CNBB N2) tornam pública sua indignação e repúdio em relação às ameaças sofridas por Ir. Marie Henriqueta Cavalcante, coordenadora da Comissão de Justiça de Paz deste regional.
Tornou-se notório que Irmã Henriqueta Cavalcante, à frente da CJP, e membros das pastorais sociais da CNBB N2 vêm desempenhando nestes últimos meses um papel primordial nos procedimentos de denúncia e acompanhamento das investigações de casos de abuso e exploração sexual de menores no Pará. Casos que, infelizmente, têm acontecido com participação de pessoas influentes em nossa sociedade.
Assim, nesta semana foi registrada uma ameaça, feita por telefone à coordenadora que continua atuando de modo incansável no acompanhamento da Comissão Parlamentar de Inquérito da Pedofilia, instalada pela Assembléia Legislativa do Estado do Pará.
O secretariado executivo do Regional interpreta a ameaça como um ato desesperado e como uma tentativa, não apenas de atingir a coordenadora da CJP, mas sim como uma forma de calar a voz da Igreja diante da sua incessante luta pela defesa da vida.
As Pastorais Sociais e Organismos que compõem a CNBB com total apoio dos bispos sempre apoiaram todas as lutas legítimas feitas em defesa dos direitos humanos. É sabido de todos que a Igreja, seguidora e fiel às propostas de Jesus Cristo “que veio para que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10) desempenha um papel profético na defesa e promoção da vida, denunciando toda forma de injustiça, especialmente quando ela é praticada por aqueles que deveriam lutar em favor da justiça.
As ações da CNBB são pensadas a partir da Palavra de Deus e da realidade construída pelos homens. Nossa prática é pautada pelo diálogo, o respeito e, sobretudo, pelo constante testemunho, agindo pacificamente e acreditando na paz e na construção de um mundo justo e igualitário.
A CNBB Norte 2 aproveita também para reafirmar sua opção pelos pobres, defendendo a causa daqueles que mais necessitam de justiça em nossa sociedade. Isso se configura também como uma resposta ao apelo da Conferência de Aparecida que evidencia que “Os rostos sofredores dos pobres são rostos sofredores de Cristo’" (AP 393).
Assina:
Orlanda Rodrigues Alves
Secretária executiva do Regional Norte 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

O que é Dogma?


O que é Dogma? Por Christiane Forcinito Ashlay Silva de Oliveira


Este artigo foi escrito com extremo cuidado e por isso demorei muito em sua execução, pois não desejo contradições e nem má interpretações a respeito de assunto tão importante e ao mesmo tempo tão visceral nas discussões a que tenho participado ultimamente.


Irei primeiramente expor o conceito de dogma, depois explicar em que consiste, para emitir uma reflexão bem atual na questão, pois muitos enchem a boca para falar contra, sem saber realmente sobre o que e do que se trata!

Segundo o Catecismo da Igreja Católica, pág. 35, parágrafos 88, 89 e 90:

"O Magistério da Igreja empenha plenamente a autoridade que recebeu de Cristo quando define dogmas, isto é, quando, utilizando uma forma que obriga o povo cristão a uma adesão irrevogável de fé, propõe verdades contidas na Revelação divina ou verdades que com estas têm uma conexão necessária.
Há uma conexão orgânica entre a nossa vida espiritual e os dogmas. Os dogmas são luzes no caminho de nossa fé que o iluminam e tornam seguro. Na verdade, se nossa vida for reta, nossa inteligência e nosso coração estarão abertos para acolher a luz dos dogmas da fé.
Os laços mútuos e a coerência dos dogmas podem ser encontrados no conjunto da Revelação do Mistério de Cristo. 'Existe uma ordem ou hierarquia das verdades da doutrina católica, já que o nexo delas com o fundamento da fé cristã é diferente'
”.


Dogma consiste em Verdade revelada por Deus e proposta pela Igreja à nossa crença. Para ser constituído um dogma são necessárias duas condições fundamentais: Primeiro é que a verdade deve ser revelada por Deus, isto é garantida pela autoridade divina. E segundo, que esta verdade deve ser proposta pela Igreja à nossa crença, isto é, quer por proclamação solene quer por ensino comum e universal. Estas verdades serão chamadas de Verdades de Fé Católica.

Os Dogmas da Igreja Católica são 43 subdivididos em oito categorias diferentes. A Igreja não cria dogmas, apenas confirma a existência dessas Verdades, com a autoridade a ela confiada pelo Cristo, sob a assistência infalível do Espírito Santo que impede a Igreja de errar no exercício do seu magistério solene.

Considerando a natureza da verdade definida pela Igreja, o Dogma apresenta objeto tríplice, ou seja, apresenta primeiro as verdades inacessíveis à razão, como por exemplo, os mistérios em que a razão não consegue explicar. Segundo, as verdades acessíveis à razão como, por exemplo, a existência de Deus, a vida futura em que a razão humana por si só alcança, porém Deus as revelou ou para que tivéssemos idéias mais nítidas a respeito, ou porque, sem a revelação, poucos teriam chegado a este conhecimento. E por último os fatos históricos, ou seja, a maior parte dos acontecimentos que os profetas anunciaram acerca do Messias, e a qual tiveram sua realização com a vinda de Cristo.

Há também verdades que não são dogmas porque lhes falta alguma das condições requeridas. Uma delas é a verdade cuja revelação parece bem averiguada, mas que não foram definidas pela Igreja. Outra seriam as verdades não reveladas, ensinadas pela Igreja que as julga úteis à explicação ou defesa das verdades reveladas como, por exemplo, as conclusões teológicas (é proposição que se deduz de duas outras, sendo a primeira verdade revelada e segunda conhecida pela razão) e os fatos dogmáticos (qualquer fato não revelado, unido, porém, tão estreitamente com o dogma que nega-lo seria abalar o fundamento do próprio dogma).

Muitos podem estar se perguntando quais as fontes do Dogma, isto é, Deus desce do céu e fala conosco? Será isso que acontece? Nos dias de hoje muitos excluem a metafísica, mas quando vão estudar ciências exatas, se forem a fundo mesmo, vão acabar esbarrando na metafísica, assim também é o Dogma.

A fonte de revelação é dupla, isto é, ela vem pela Escritura Sagrada e pela Tradição. São Artigos de fé definidos pelos concílios de Trento em diante, até o do Vaticano II.

A Sagrada Escritura é o conjunto de livros que foram escritos por inspiração do Espírito Santo; tem como autor o próprio Deus e chegaram à Igreja com este caráter. A inspiração é o impulso sobrenatural provindo do Espírito Santo e que excitou e levou autores sagrados a escreverem e os assistiu durante a redação, de tal forma que exatamente concebiam e se propunham fielmente referir e exprimiam, com veracidade infalível, tudo quanto Deus lhes ordenava escreverem. O Cânone ou regra é a reunião de livros que a Igreja reconhece como inspirados, isto é, este consiste no Antigo e Novo Testamento.

Aqui é de extrema importância salientar! Há Vários sentidos da Bíblia!

O texto da Escritura, muitas vezes, oferece múltiplas interpretações. Há o sentido literal ou histórico, isto é, o que aparece escrito. Há também o sentido alegórico, místico ou figurativo, ou seja, o sentido que se desprende deter havido pessoas, coisas ou fatos escolhidos por Deus para significarem o porvir como no exemplo de Abraão e Issac. E há o sentido acomodatício, isto é, significação suposta, artificial, mítica no sentido absurdo do termo.

A Tradição possui duas acepções, isto é, Verdades reveladas por Deus, e estas podem ser transmitidas por nós através da palavra escrita ou oral. E também Verdades ensinadas por Cristo e pelos Apóstolos e transmitidas, de século a século, por outro caminho que não seja as Sagradas Escrituras (nisto nos diferenciamos dos protestantes). A Tradição é anterior à Sagrada Escritura. É mais extensa e uma fonte também distinta da outra.

Os canais da Tradição podem ser vários. Entre eles estão as profissões de fé, os símbolos, definições de concílios, atos dos Papas (bulas, cartas, encíclicas etc.); nos escritos de algum Padre da Igreja, na prática constante e geral da Igreja, na liturgia, ritos e administração dos sacramentos e nas Atas dos mártires, monumentos da arte cristã, inscrições, pinturas das catacumbas.

Para se entender bem a doutrina da Igreja deve-se considerar e escrever aqui as duas acepções da palavra Dogma lembradas no vocabulário.

Se considerarmos o dogma como Artigo de fé, ele pode sofrer alterações em sua fórmula no sentido de melhorar sua exposição nos termos, mas será sempre imutável no seu sentido, na sua substância.

Se considerarmos o dogma como Conjunto de Verdades de fé, não se poderia fazer nenhum acréscimo por nova revelação, pois na Bíblia está escrito uma declaração de Cristo: “tudo o que ouvi de meu Pai, eu vo-lo dei a conhecer” (Jo 15,15), e “Depois virá o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade” (Jo 16,13), ou seja, os Apóstolos receberam TODA a revelação COMPLETA. Houve sim revelações particulares que não se tornaram dogmas, mas que não ferem em nada a doutrina católica.

Ainda aqui podemos complementar que mesmo imutável, considerando o dogma como Conjunto de Verdades de fé, o conhecimento que podemos ter dele pode progredir! Cristo confiou à sua Igreja a missão de ensinar os fiéis de todos os tempos às Verdades reveladas e defendê-las dos erros, e para isso é necessário o desenvolvimento do pensamento: para que se explique e se exponha a doutrina revelada. Dogmas novos são, portanto, Verdades recentemente definidas, senão, recentemente propostas pela Igreja à nossa crença, ou seja, no decorrer dos séculos vieram novos dogmas (por exemplo, da Imaculada Conceição) e a Igreja tirou da dupla fonte, isto é, Escritura Sagrada e Tradição, onde já se encontravam quer explicitamente, quer implicitamente.

Agora para que se compreenda um pouco o que vou chamar "a prática do dogma", terei de explicar um pouco outros conceitos dentro da prática católica.

O que é um símbolo de fé? Alguém alguma vez já pensou sobre isso? Sabe o que realmente carrega no peito quando dependura um símbolo como pingente em um colar?

Um símbolo de fé é um formulário breve que encerra as principais Verdades de fé que a Igreja apresenta aos fiéis como meio de professarem o que acreditam, isto é, suas crenças. Para quem ensina o símbolo os lembra e garante sua conservação e inalteração da mesma regra. Para os que aprendem é um meio de não esquecer os principais dogmas, e para os fiéis é um meio de reconhecimento entre si.

E os mistérios perante a razão? Os dogmas vão contra a razão? Os símbolos vão contra a razão?

Primeiramente temos três tipos de mistérios: Os de ordem Natural, que por mais que a ciência avance ainda não temos resposta como, por exemplo, como se realiza a união entre o corpo e a alma. Os mistérios de ordem Teológica, a qual nossa inteligência entende, quando revelados, que não teriam alcançado e nem conhecido com nossas próprias forças como, por exemplo, a queda original, a necessidade da Redenção e, por último, os mistérios Teológicos Propriamente Ditos, isto é, mistérios que transcendem a inteligência humana, tornando-a incapaz de descobrir, entender a natureza e a razão intrínseca até mesmo depois desta verdade ter sido REVELADA, como o mistério da Santíssima Trindade, o da Encarnação e a Transubstanciação.

E agora? Respondendo os questionamentos acima, os dogmas não repugnam nem a razão de Deus e nem a humana. Quanto a Deus, sabemos que é infinita a ciência do Criador e quem lhe tolherá comunicar-lhe algumas parcelas, tal qual o professor faz com seus alunos. E por parte dos homens concluímos que na esfera intelectual os mistérios deram elementos para estudos fantásticos e sublimes, enriquecendo o espólio do conhecimento do espírito humano, e na ordem moral o dogma facilita o exercício de várias virtudes fundamentais como a fé e a humildade, fazendo-nos lembrar de que não conseguimos saber de tudo e que há algo acima de nós. Além disso, há também a esperança e a caridade que alimentam o nosso coração para Deus.

Diante tudo isso e toda pesquisa que fiz para escrever este artigo, reforço a tese de que o Dogma em nada limita o agir humano e que este é mais um dos muitos dons que Deus Pai se utiliza para transmitir Seu Amor a seus filhos.

Ele nos indica um caminho seguro, nos dá uma bússola e ainda há pessoas que dizem que não necessitam dela e que preferem seguir sua própria cabeça... Estas mesmas pessoas não conseguem conceituar a palavra “caminho”, quanto mais seguirem suas próprias cabeças! Eu vejo, inclusive, que nem umas bússolas estas conseguem decifrar, vão necessitar de um guia, mesmo assim estes insistem em tirar suas próprias conclusões... Conseguem imaginar onde um sujeito deste vai chegar?

Olho o mundo e vejo centenas, milhares de pessoas assim... Tudo porque não conseguem compreender a fundo uma questão... Tudo porque não abrem seus corações e o pior: não abrem o INTELECTO! Tudo porque já petrificaram suas opiniões nas opiniões dos outros, ou melhor, na opinião do inconsciente coletivo, na opinião do inconsciente coletivo da história da opinião popular...

O que é o Dogma hoje na sociedade? Se você for católico é taxado de dogmático, se emitir uma opinião contra algum aspecto do homossexualismo é taxado de homofóbico, se você for contra a opinião de um professor mesmo argumentando está marcado a tirar um zero! Ir contra os ditames da moda, da moral, da regra geral hoje em dia é ser vítima do dogmatismo social, ou seja, quem é quem hoje em dia? E se disser que não segue nenhum, este em si já é outro "dogma", aquele do que vai com o que lhe interessar, isto é, o dos sem cérebro... Ou seja, que dogma prefere seguir ou nunca pensou ou percebeu o quão preso caminha na sociedade?

Pense... Se for dogma mesmo e se for católico... És livre! E para finalizar me utilizarei das palavras de um filósofo, pensador de quem admiro muito. G.K. Chesterton, em seu livro “Ortodoxia”, na página 166, 167 e 262 assim escreveu:

Lembre-se de que a Igreja abraçou especificamente idéias perigosas; ela foi uma domadora de leões. A idéia do nascimento por meio do Espírito Santo, da morte de um ser divino, do perdão dos pecados ou do cumprimento das profecias – qualquer um pode ver que são idéias que precisam apenas de um toque para transformar-se em algo blasfemo e feroz. (...) Aqui basta observar que se algum pequeno erro fosse cometido na doutrina, enormes erros e disparates poderiam ser cometidos na felicidade humana. (...)
Essa é a emocionante aventura da Ortodoxia. As pessoas adquirem o tolo costume de falar como algo pesado, enfadonho e seguro. Nunca houve nada tão perigoso ou tão estimulante como a Ortodoxia. Ela foi a sensatez, e ser sensato é mais dramático que ser louco. Ela foi o equilíbrio de um homem por trás de cavalos em louca disparada, parecendo abaixar-se para este lado, depois para aquele, mas em cada atitude mantendo a graça de uma escultura e a precisão da aritmética. (...)
Para o homem moderno, os céus estão realmente embaixo da terra. A explicação é simples: ele está de ponta cabeça, o que o constitui um pedestal pouco resistente para apoiar-se. Mas quando houver novamente descoberto os próprios pés, saberá disso. O cristianismo satisfaz de repente e à perfeição o instinto ancestral do homem de estar virado para cima; e o satisfaz plenamente neste sentido: com seu credo a alegria se torna algo gigantesco e a tristeza algo especial e pequeno
”.



No próximo artigo, dando continuidade à série, escreverei sobre o primeiro Artigo do Símbolo cristão católico do Credo, isto é, escreverei sobre a Existência de Deus: “Creio em Deus Pai todo poderoso. Criador do Céu e da terra”.


Referências Bibliográficas:

Bíblia Sagrada. São Paulo: Paulinas, 1989.
BOEHNER,P;GILSON, É. História da filosofia cristã. 10 ed. São Paulo: Vozes, 2007.
BOULENGER, Doutrina católica - Tomo I, Dogmas. São Paulo: Brasil S/A, 1963.
Catecismo da Igreja católica. São Paulo: Loyola, 2000.
CHESTERTON,G.K. Ortodoxia. 4ª reimpressão. São Paulo: Mundo Cristão, 2008.
Compêndio da doutrina cristã prescrito por São Pio X. 12 ed. Lisboa: União gráfica. 1963.
JOÃO PAULO PP. II, Carta Encíclica. “Veritatis Splendor”. 4 ed. São Paulo: Paulinas, 1999
MÉNDEZ, Gonzalo Lobo. Deus Uno e Trino – Manual de iniciação. Lisboa: Diel, 2006.
MONDIN, Battista. Quem é Deus? Elementos de teologia filosófica. São Paulo: Paulus, 1997.
SADA,Ricardo; MONROY,Alfonso. Curso de teologia moral. 2 ed. Lisboa: Rei dos livros, 1989.
______________________________. Curso de teologia dogmática. 2 ed. Lisboa: Rei dos livros, 1989.
TRESE, Leo. A fé explicada. 7 ed. São Paulo: Quadrante, 1999.

OLIVEIRA, Christiane Forcinito Ashley Silva de. Apostolado Sociedade Católica: O que é Dogma? Disponível em: http://www.sociedadecatolica.com.br/modules/smartsection/item.php?itemid=468 desde 19/03/2009

Liturgia Diária!!!

Terça-feira, dia 31 de Março de 2009
Terça-feira da 5ª semana da Quaresma

S. Benjamim, diácono, mártir, +420, Santo Acácio, bispo, +250



Comentário ao Evangelho do dia feito por
Santa Teresa Benedita da Cruz [Edite Stein] : «Quando tiverdes erguido ao alto o Filho do Homem, então ficareis a saber que Eu sou o que sou»

Leituras

Núm. 21,4-9.
Do monte Hor, os israelitas partiram pelo caminho do Mar dos Juncos para
contornar a terra de Edom, mas cansaram-se na caminhada.
O povo falou contra Deus e contra Moisés: «Porque nos fizestes sair do
Egipto? Foi para morrer no deserto, onde não há pão nem água, estando
enjoados com este pão levíssimo?»
Mas o Senhor enviou contra o povo serpentes ardentes, que mordiam o povo, e
por isso morreu muita gente de Israel.
O povo foi ter com Moisés e disse-lhe: «Pecámos ao protestarmos contra o
Senhor e contra ti. Intercede junto do Senhor para que afaste de nós as
serpentes.» E Moisés intercedeu pelo povo.
O Senhor disse a Moisés: «Faz para ti uma serpente abrasadora e coloca-a
num poste. Sucederá que todo aquele que tiver sido mordido, se olhar para
ela, ficará vivo.»
Moisés fez, pois, uma serpente de bronze e fixou-a sobre um poste. Quando
alguém era mordido por uma serpente e olhava para a serpente de bronze,
vivia.


Salmos 102(101),2-3.16-18.19-21.
SENHOR, escuta a minha oração e chegue junto de ti o meu clamor!
Não me ocultes o teu rosto no dia da aflição. Inclina para mim o teu
ouvido; no dia em que te invocar, responde-me sem demora!
Os povos honrarão, SENHOR, o teu nome, e todos os reis da terra, a tua
majestade.
Quando o SENHOR reconstruir Sião e manifestar a sua glória,
há-de voltar-se para a oração do indigente e não desprezará as suas
súplicas.
Escrevam-se estas coisas para as gerações futuras, e os que hão-de nascer
louvarão o SENHOR.
SENHOR observa do alto do seu santuário; lá do céu, Ele olha para a terra,
para escutar os gemidos dos cativos e livrar os condenados à morte.


João 8,21-30.
Uma outra vez, Jesus disse-lhes: «Eu vou-me embora: vós haveis de
procurar-me, mas morrereis no vosso pecado. Vós não podereis ir para onde
Eu vou.»
Então, os judeus comentavam: «Será que Ele se vai suicidar, dado que está a
dizer: 'Vós não podeis ir para onde Eu vou'?»
Mas Ele acrescentou: «Vós sois cá de baixo; Eu sou lá de cima! Vós sois
deste mundo; Eu não sou deste mundo.
Já vos disse que morrereis nos vossos pecados. De facto, se não crerdes que
Eu sou o que sou, morrereis nos vossos pecados.»
Perguntaram-lhe, então: «Quem és Tu, afinal?» Disse-lhes Jesus:
«Absolutamente aquilo que já vos estou a dizer!
Tenho muitas coisas que dizer e que julgar a vosso respeito; mas do que
falo ao mundo é do que ouvi àquele que me enviou, e que é verdadeiro.»
Eles não perceberam que lhes falava do Pai.
Disse-lhes, pois, Jesus: «Quando tiverdes erguido ao alto o Filho do Homem,
então ficareis a saber que Eu sou o que sou e que nada faço por mim mesmo,
mas falo destas coisas tal como o Pai me ensinou.
E aquele que me enviou está comigo. Ele não me deixou só, porque faço
sempre aquilo que lhe agrada.»
Quando expunha estas coisas, muitos creram nele.


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

Santa Teresa Benedita da Cruz [Edite Stein] (1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa
Meditação para a festa da Exaltação da Santa Cruz, 14/09/1939 (trad. La Crèche et la croix, Ad Solem 1995, pp. 63)

«Quando tiverdes erguido ao alto o Filho do Homem, então ficareis a saber que Eu sou o que sou»

O Salvador pende da cruz diante de Ti porque se tornou obediente até à
morte e morte de cruz (Fl 2,8). [...] O Salvador pende da cruz diante de
Ti, nu e despojado, porque escolheu a pobreza. [...] O Salvador pende da
cruz diante de Ti, com o coração aberto. Derramou o sangue do Seu coração
para ganhar o teu. Se o quiseres seguir na santa castidade, o teu coração
deverá ser purificado de todo o desejo terreno. [...] Os braços do
Crucificado estão estendidos para te atrair ao Seu coração. Quer a tua vida
para te dar a Sua. Ave Crux, spes unica! Salvé, cruz santa, nossa única
esperança!

O mundo está em chamas. [...] Mas acima de todas as labaredas ergue-se a
cruz, que nada pode consumir. É ela o caminho da terra ao céu e leva ao
seio da Trindade aquele que a abraça com fé, com amor e na esperança. O
mundo está em chamas. Sentes a urgência de as apagar? Eleva o teu olhar
para a cruz. Do coração aberto jorra o sangue do Redentor, o sangue que
apaga as chamas do inferno. Liberta o teu coração [...] e a torrente do
amor divino o encherá até o fazer transbordar e o fará dar fruto até aos
confins da terra.

Ouves os gemidos dos feridos de todos os campos de batalha? Não és médica,
nem enfermeira, nem podes tratar as suas chagas. Estás fechada na tua cela,
e não podes chegar ao pé deles. Ouves o grito de angústia dos moribundos?
Desejarias ser sacerdote para lhes dar assistência. Estás emocionada com o
sofrimento das viúvas e dos órfãos? Desejarias ser um anjo consolador e ir
em socorro deles. Eleva os olhos para o Crucificado. [...] Se és Sua
esposa, na fiel observância dos teus votos, o Seu precioso sangue será
também teu. Ligada a Ele, estarás presente em todo o lado, como Ele também
está. Não estarás aqui nem ali, como o médico, o enfermeiro ou o sacerdote,
mas em todas as frentes, em cada lugar de desolação – presente pela força
da Cruz. [...]

Os olhos do Crucificado estão postos em ti: interrogam-te, sondam-te. Estás
pronta e renovar a tua aliança com Ele? Que Lhe vais tu responder? «A quem
iremos nós, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna» (Jo 6,68). Ave Crux,
spes unica!




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30 março 2009

Unidade na Diversidade

Deus age pela unidade, mas também pelas variedades. Isso pode ser observado na criação. Deus atrai a Si pessoas de todos os ambientes, talentos, temperamentos etc. No mundo humano, a variação humana é freqüentemente considerada um problema a superar. Deus a considera uma oportunidade de fazer uso de todo o espectro humano para levar Sua mensagem ao mundo.

O orgulho está no centro da desunião, enquanto a humildade está no centro da reconciliação (Filip. 2:2-8). A gentileza ou mansidão é essencial para a unidade da igreja. Sendo o oposto da auto-afirmação, a mansidão não reage diante das ofensas. Paciência significa resistência diante da aflição, recusa de vingar as injustiças, e não abrir mão da esperança de reparar relacionamentos interrompidos.

Suportar uns aos outros envolve o entendimento da outra pessoa e disposição para se perdoarem e aceitar-se mutuamente. Evidentemente, todas essas graças têm suas raízes no amor, e é esta prática ativa do amor que preserva as relações e promove paz e unidade na comunidade cristã e além.

Nosso corpo compõe-se de diferentes partes que realizam diferentes funções. Mas tudo para o crescimento e melhoramento do corpo. Como indivíduos, cada um de nós cuida de seus próprios interesses. O eu é nossa prioridade, mas quando nos tornamos cristãos, devemos ter um alvo: glorificar a Deus. Trabalhando juntos para alcançar um alvo, cresceremos.

Quando nos tornamos cristãos, Cristo deu significado à nossa vida: Sua glorificação e a edificação de Seu corpo, a igreja. Embora sempre sejamos pessoas diferentes, temos sempre diferentes partes a desempenhar porque estamos trabalhando para alcançar o mesmo alvo. É assim que Cristo pode levar-nos à unidade na diversidade.

Deus ordenou a unidade do corpo cristão. Um Deus, por meio de um Cristo nos redimiu do pecado, deu-nos uma fé, nos regenerou por um Espírito, nos fez membros de um corpo por meio de um batismo, e nos deu uma esperança eterna. Toda a Divindade está envolvida na unidade da igreja. Esse tema está em harmonia com o espírito da epístola, que freqüentemente enfatiza o papel da Trindade na história da redenção.

O livro de Efésios foi escrito por Paulo enquanto era prisioneiro em Roma aguardando julgamento. Ele havia fundado a igreja de Éfeso em sua terceira viagem missionária, três a cinco anos antes. Visto que não podia visitar novamente a igreja de Éfeso, escreveu para eles uma carta a fim de fortalecê-los e confirmá-los na graça de Deus e no evangelho de Cristo, bem como para encorajá-los a realizar suas obras de serviço e santidade em resposta à graça salvadora de Deus.

O Espírito Santo promoveu a unidade na igreja formando um corpo, habitando na igreja universal e sendo a esperança da redenção futura. O Filho promoveu a unidade na igreja sendo a cabeça da igreja, o objeto de fé de todos os crentes, e Aquele em quem todos os crentes são identificados. O Pai promoveu a unidade da igreja sendo o Pai de todos, o soberano sobre todos, vivendo através de todos, e habitando em todos os crentes.

Eduardo Rocha Quintella

Bacharel em Teologia pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora/ Minas Gerais

E-mail: contato@eduardoquintella.com.br

Portal na internet: www.eduardoquintella.com.br

Eduardo Rocha Quintella
contato@eduardoquintella.com.br
24/03/2009 - Belo Horizonte⁄MG

Humildes como uma Poça D'água


O mundo externo, várias culturas, brasis, Américas Latinas, Centrais e do Sul estão distantes de nós tanto quanto a lua, no entanto, voltando ao poema, fato que nós podemos observar e comprovar quando quisermos, é que um pequeno lago, não é um lago especial, pode até ser uma pequena poça de água da chuva, reflete toda a lua, mesmo que esteja cheia. Assim como o lago, pequeno o somos, mas talvez nos falte a humildade de uma pequena poça para sermos ao menos um reflexo da imensidão do mundo. Basta seguir as palavras do Mestre: sede humildes e mansos de coração.

Sentir-se pequeno não quer dizer menos importante, pois as maiores engrenagens, os maiores inventos da humanidade nada seriam sem os parafusos, as pequenas porcas e tantas pequenas peças. Sentir-se pequeno, nos abre um mundo cheio de possibilidades de crescimento, onde existe muito espaço para que possas preencher com suas ações, com seus projetos. Talvez devamos deixar o que é próprio de criança, disputar com as demais a atenção, por ser a maior, por ter um brinquedo que o colega não tem. Cultivemos os três princípios que I Coríntios nos dá: a fé, a esperança e o amor. O amor é citado como sendo, e é, o maior deles. Pois é dom de Deus, todos nós o possuímos, mas tantas vezes nos deparamos sem saber como fazer porque ele não tem manual de instruções, não se pode “baixar” um tutorial na internet. Mas Ele nos deixou escritos os seus principais mandamentos: amai a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a nós mesmos. Não são necessárias grandes explicações. Mas, como cita o Padre Fábio de Melo em uma de suas palestras, “estamos diante de uma sociedade que não se ama”, que quer se destruir pelo primeiro motivo que vem à sua mente.

Devemos ser humildes ainda enquanto criaturas de Deus, eu não tenho o

direito de destruir algo que alguém me presenteou. Você quebraria um presente que o seu pai ou a sua mãe lhe deu com muito carinho? Eu não quebraria. Não se quebre porque está chateado com alguma coisa, porque o seu relacionamento acabou ou porque discutiu com alguém da sua família. Talvez este não fosse o relacionamento que Deus preparou para você. Este homem ou esta mulher não traria a sua felicidade, a sua santidade. E na família, nos deparamos sim com as divergências, pois temos dificuldades em conviver com alguém que tem características muito parecidas com as nossas, com alguém que nos conhece até a alma e pode dizer que você está sentindo, muitas vezes algo que você não identificou ou não queria identificar. Por outro lado, existe o oposto muitas vezes dentro da nossa própria família. Você já ouviu aquele ditado que diz que nem os dedos das mãos que são irmãos, são iguais? Como podemos então sê-lo? Se não somos física, menos ainda seremos intelectualmente ou nos nossos temperamentos. Essas divergências, esses confrontos vão nos preparando para a vida que nos espera lá fora. Infelizmente o mundo não nos ama, não nos conhece e muitas vezes não nos aceita como somos e não está disposto a deixar passar as nossas atitudes erradas. Muitas vezes encontramos pessoas que dizem muito firmemente na empresa onde trabalha que não vai abaixar a sua cabeça, que ninguém grita com ele ou com ela, pois nem seu pai nem sua mãe fizeram isso. Este é um traço trazido pela infância de alguém que não conheceu a disciplina muitas vezes e agora não há mais tempo de ensinar a criança a obedecer para que o adulto leve esta característica para a sua vida em sociedade e em outros ambientes que exigem a presença dela. Não é bom que gritemos conosco, ninguém gosta disso, mas não é necessário que eu reaja gritando mais alto, porque não vai mais parar, perde-se o respeito de ambas as partes. Ninguém quer ser desrespeitado, desacreditado nas suas origens, na sua ética. Vemos pessoas completamente anti - éticas cobrando isso, e que podemos fazer, também é anti - ético dizermos muitas vezes essa verdade para alguém. Quem sabe, com a convivência dessa pessoa com a minha prática ética, ela não venha a perceber as falhas na sua postura. Uma pessoa adulta não ouve como uma criança os conselhos do adulto que é mais experiente, “sabe mais”, o adulto é auto - suficiente, ele muitas vezes não precisa da sua ajuda, talvez até mais jovem que ele.

Por isso a importância da humildade, somente uma pessoa adulta com o conhecimento desse dom, consegue permitir a opinião do outro nas suas práticas, consegue ouvir sem se revoltar que errou numa atitude, ou que precise melhorar suas posturas. E é preciso ser manso para não saltar com quatro pedras na mão sobre o que tentar se aproximar.

Na minha adolescência, fui impaciente, intolerante, e muitas vezes magoei quem amava, meus próprios irmãos dentro de casa. Sei disso, percebia a dor que me envolvia assim que dava uma resposta grosseira, ou não dava resposta alguma. Mas, eu não me dava conta naquele dia, ou naqueles meses que aquilo era uma dor de ter ofendido alguém. Aquela dor era interpretada como raiva da pessoa que magoei e por muito tempo foi assim, porque era próprio da fase que estava vivendo, da sobrecarga hormonal, da recente mudança de cidade, da perda do meu pai, e de uma série de fatores, digamos periódicos. Há quem diga em muitos casos que a pessoa “sempre foi assim”, “o pai e mãe nunca souberam educar”, dentre outras coisas que os pais têm que escutar e enfrentar ao ouvir por terceiros. Mas, em muitos casos é diferente. O meu, por exemplo. Sempre fui uma criança doce, amável, dengosa por ser a caçula, mal consigo ainda hoje levantar a minha voz e fazer valer a minha vontade, talvez os caçulas levem isso consigo, “somos os menores”, “ninguém vai nos ouvir”, mas estamos trabalhando isso, eu e o Pai do Céu. Citei a adolescência, porque sei que todos nós temos dificuldades nos relacionamentos com os ‘viventes’ desta fase tão importante da construção da personalidade humana. Assim como a infância, que não é única para todas as pessoas, também a adolescência não o é. Então não usemos frases como “eu já fui adolescente e nunca me comportei assim” ou expressões que se tornaram populares dentro desse tema. Cada um tem um tempo próprio para desabafar, para se sentir livre expressivamente ou fisicamente ou ainda espiritualmente, quando muitas vezes o adolescente ou pré-adolescente se revolta contra a cultura na qual está inserido, na religião, até mesmo na família. É na adolescência que se expressam muitas vezes as frustrações da infância, os medos, através do enfrentamento descompassado destes, dos complexos, da opressão sentida muitas vezes ou da super-proteção dos pais ou irmãos mais velhos.

Vem na adolescência, uma chance muito grande de se “consertar” os erros cometidos na infância, se houver uma maturidade no acompanhamento destas mudanças tão bruscas do comportamento humano. Os pais devem estar preparados para tolerar o que não precisaram tolerar na infância, pois com a ameaça de castigo, muitas vezes impediram as pequenas travessuras que faziam parte da construção, da experiência dos erros para se construir os acertos (Pe. Fábio de Melo, CD Vida). Nesta fase, para o adolescente, todos querem lhe podar, lhe frear e esta não é a melhor hora para interferir nos conceitos.

Valquira Medeiros
val.falena@gmail.com
24/03/2009 - Várzea do Poço⁄BA

Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/interespaco.php?id=&e=8046

Liturgia Diária!!!

Segunda-feira, dia 30 de Março de 2009
Segunda-feira da 5ª semana da Quaresma

S. João Clímaco, religioso, +615, S. Leonardo Murialdo, confessor, +1900



Comentário ao Evangelho do dia feito por
Santo Ambrósio : O sol da justiça: a Nova Lei no Templo

Leituras

Dan. 13,1-9.15-17.19-30.33-62.
Havia um homem chamado Joaquim, que habitava na Babilónia.
Tinha desposado uma mulher de nome Susana, filha de Hilquias, muito bela e
piedosa para com o Senhor,
pois tinha sido educada pelos pais, que eram justos, de harmonia com a lei
de Moisés.
Joaquim era muito rico. Contíguo à sua casa, tinha um pomar; e com
frequência se reuniam em casa dele os judeus, pois que entre todos os seus
compatriotas gozava de particular consideração.
Tinham sido nomeados juízes, naquele ano, dois anciãos do povo. A eles
justamente se aplicava a palavra do Senhor: «A iniquidade veio da
Babilónia, de anciãos e juízes, que passavam por dirigir o povo.»
Estas duas personagens frequentavam a casa de Joaquim, onde vinham
procurá-los todos os que tinham qualquer contenda.
À hora do meio-dia, quando toda esta gente se tinha retirado, Susana ia
passear para o jardim do marido.
Os dois anciãos viam-na todos os dias, por ocasião do passeio, de maneira
que a sua paixão se acendeu por ela.
Perderam a justa noção das coisas, afastaram os olhos para não olharem para
o céu e não se lembrarem da verdadeira regra de conduta.
Um dia, como de costume, chegou Susana, acompanhada apenas por duas
criadas, e preparava-se para tomar banho no jardim, pois fazia calor.
Não havia aí ninguém senão os dois anciãos que, escondidos, a espiavam.
Disse às jovens: «Trazei-me óleo e unguentos e fechai as portas do jardim,
para eu tomar banho.»
Logo que elas saíram, os dois homens precipitaram-se para junto de Susana
e disseram-lhe: «As portas do jardim estão fechadas, ninguém nos vê. Nós
ardemos de desejo por ti. Aceita e entrega-te a nós.
Se não quiseres, vamos denunciar-te. Diremos que um rapaz estava contigo e
que foi por isso mesmo que tu mandaste embora as criadas.»
Susana bradou angustiada: «Estou sujeita a aflições de todos os lados! Se
faço isso, é para mim a morte. Se não o faço, nem mesmo assim vos
escaparei.
Mas é preferível para mim cair em vossas mãos sem ter feito nada, do que
pecar aos olhos do Senhor.»
Susana, então, soltou altos gritos e os dois anciãos gritaram também com
ela.
E um deles, correndo para as portas do jardim, abriu-as.
As pessoas da casa, ao ouvirem esta gritaria, precipitaram-se pela porta
traseira para ver o que tinha acontecido.
Logo que os anciãos falaram, os criados coraram de vergonha, pois jamais se
tinha dito coisa semelhante de Susana.
No dia seguinte, os dois anciãos, dominados pelo desejo criminoso contra a
vida de Susana, vieram à reunião que tinha lugar em casa de Joaquim, seu
marido.
Disseram diante de toda a gente: «Que se vá procurar Susana, filha de
Hilquias, a mulher de Joaquim!» Foram procurá-la.
E veio com os seus pais, os filhos e os membros da sua família.
Choravam todos os seus, assim como todos os que a conheciam.
Os dois anciãos levantaram-se diante de todo o povo e puseram a mão sobre a
cabeça de Susana,
enquanto ela, debulhada em lágrimas, mas de coração cheio de confiança no
Senhor, olhava para o céu.
Disseram então os anciãos: «Quando passeávamos a sós pelo jardim, entrou
ela com duas criadas; e depois de ter fechado as portas, mandou embora as
criadas.
Então, um jovem, que estava lá escondido, aproximou-se e pecou com ela.
Encontrávamo-nos a um canto do jardim. Perante semelhante atrevimento,
corremos para eles e surpreendemo-los em flagrante delito.
Não pudemos ter mão no rapaz, porque era mais forte do que nós, abriu a
porta e escapou-se.
A ela apanhámo-la; mas, quando a interrogámos para saber quem era esse
rapaz,
recusou responder-nos. Somos testemunhas disto.» Dando crédito a estes
homens, que eram anciãos e juízes do povo, a assembleia condenou Susana à
morte.
Esta, então, em altos brados disse: «Deus eterno, que sondas os segredos,
que conheces os acontecimentos antes que se dêem,
Tu sabes que proferiram um falso testemunho contra mim. Vou morrer sem ter
feito nada daquilo que maldosamente inventaram contra mim.»
Deus ouviu a sua oração.
Quando a conduziam para a morte, o Senhor despertou a alma límpida de um
rapazinho, chamado Daniel,
que gritou com voz forte: «Estou inocente da morte dessa mulher!»
Toda a gente se voltou para ele e disse: «Que é que isso quer dizer?»
E, dirigindo--se para o meio deles, afirmou: «Israelitas! Estais loucos,
para condenardes uma filha de Israel, sem examinardes nem reconhecerdes a
verdade?
Recomeçai o julgamento, porque é um falso testemunho o que estes dois
homens declararam contra ela.»
O povo apressou-se a voltar. Os anciãos disseram a Daniel: «Vem, senta-te
no meio de nós e esclarece-nos, porque Deus te deu maturidade!»
Bradou Daniel: «Separai-os para longe um do outro e eu os julgarei.»
Separaram-nos. Daniel, então, chamou o primeiro e disse-lhe: «Velho
perverso! Eis que se manifestam agora os pecados que cometeste outrora em
julgamentos injustos,
ao condenares os inocentes, absolvendo os culpados, quando o Senhor disse:
'Não farás com que morra o inocente ou o justo.'
Vamos! Se realmente os viste, diz-nos debaixo de que árvore os viste
entreterem-se um com o outro.» «Sob um lentisco.» – respondeu.
Retorquiu Daniel: «Pois bem! Aí está a mentira, que pagarás com a tua
cabeça. Eis que o anjo do Senhor, conforme a sentença divina, te vai rachar
a meio!»
Afastaram o homem, e Daniel mandou vir o outro e disse-lhe: «Tu és um filho
de Canaã e não um judeu. Foi a beleza que te seduziu e a paixão que te
perverteu.
É assim que sempre tendes procedido com as filhas de Israel, que, por medo,
entravam em relação convosco. Uma filha de Judá, porém, não consentiu na
vossa perversidade.
Vamos, diz-me: sob que árvore os surpreendeste em atitude de se unirem?»
«Sob um carvalho.»
Respondeu Daniel: «Pois bem! Também tu forjaste uma mentira que te vai
custar a vida. Eis que o anjo do Senhor, de espada em punho, se dispõe a
cortar-te ao meio, para vos aniquilar.»
Logo a multidão deu grandes brados, e bendizia a Deus que salva os que põem
nele a sua esperança.
Toda a gente, então, se insurgiu contra os dois anciãos que Daniel tinha
convencido de falso testemunho, pelas suas próprias declarações e
deu-se-lhes o mesmo tratamento que eles tinham infligido ao seu próximo.
De harmonia com a lei de Moisés, mataram-nos. Deste modo, foi poupada
naquele dia uma vida inocente.


Salmos 23(22),1-3.3-4.5.6.
O SENHOR é meu pastor: nada me falta.
Em verdes prados me faz descansar e conduz me às águas refrescantes.
Reconforta a minha alma e guia me por caminhos rectos, por amor do seu
nome.
Reconforta a minha alma e guia me por caminhos rectos, por amor do seu
nome.
Ainda que atravesse vales tenebrosos, de nenhum mal terei medo porque Tu
estás comigo. A tua vara e o teu cajado dão me confiança.
Preparas a mesa para mim à vista dos meus inimigos; ungiste com óleo a
minha cabeça; a minha taça transbordou.
Na verdade, a tua bondade e o teu amor hão de acompanhar me todos os dias
da minha vida, e habitarei na casa do SENHOR para todo o sempre.


João 8,1-11.
Jesus foi para o Monte das Oliveiras.
De madrugada, voltou outra vez para o templo e todo o povo vinha ter com
Ele. Jesus sentou-se e pôs-se a ensinar.
Então, os doutores da Lei e os fariseus trouxeram-lhe certa mulher apanhada
em adultério, colocaram-na no meio
e disseram-lhe: «Mestre, esta mulher foi apanhada a pecar em flagrante
adultério.
Moisés, na Lei, mandou-nos matar à pedrada tais mulheres. E Tu que dizes?»
Faziam-lhe esta pergunta para o fazerem cair numa armadilha e terem de que
o acusar. Mas Jesus, inclinando-se para o chão, pôs-se a escrever com o
dedo na terra.
Como insistissem em interrogá-lo, ergueu-se e disse-lhes: «Quem de vós
estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra!»
E, inclinando-se novamente para o chão, continuou a escrever na terra.
Ao ouvirem isto, foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos, e ficou
só Jesus e a mulher que estava no meio deles.
Então, Jesus ergueu-se e perguntou-lhe: «Mulher, onde estão eles? Ninguém
te condenou?»
Ela respondeu: «Ninguém, Senhor.» Disse-lhe Jesus: «Também Eu não te
condeno. Vai e de agora em diante não tornes a pecar.»


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

Santo Ambrósio (c. 340-397), Bispo de Milão e Doutor da Igreja  
Carta 26, 11-20 ; PL 16, 1044-1046 (trad. Delhougne, Les Pères commentent, p. 349 rev.)

O sol da justiça: a Nova Lei no Templo

Uma mulher culpada de adultério é levada pelos escribas e pelos fariseus à
presença do Senhor Jesus. Eles formulam a acusação como traidores, de tal
maneira que, se Jesus a absolver, dará a ideia de estar a violar a Lei; se
a condenar, dará a impressão de ter alterado a razão da Sua vinda, porque
Ele veio para perdoar os pecados de todos. [...]

Enquanto eles falavam, Jesus, de cabeça baixa, escrevia na terra com um
dedo. Vendo que eles esperavam uma resposta, levantou a cabeça e disse:
«Quem de vós estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra!» Haverá coisa
mais divina que este veredicto?: aquele que estiver sem pecado que castigue
o pecador. Com efeito, como se pode tolerar que um homem condene o pecado
de outro quando desculpa o seu próprio pecado? Não é certo que este se
condena ainda mais, ao condenar noutro o pecado que ele próprio comete?

Jesus falou assim e escrevia no chão. Por que o faria? Era como se
dissesse: «Por que vês o argueiro que está no olho do teu irmão e não
reparas na trave que está no teu olho?» (Lc 6, 41). Ele escrevia no chão
com o mesmo dedo com que havia redigido a Lei (Ex 31, 18). Os pecadores
serão inscritos na terra e os justos no céu, como Jesus disse aos
discípulos: «Alegrai-vos por estarem os vossos nomes escritos nos céus» (Lc
10, 20).

Ao ouvirem Jesus, os fariseus «foram saindo um a um, a começar pelos mais
velhos». [...] O evangelista tem razão em afirmar que eles saíram, pois
estes homens não queriam estar com Cristo. Aquilo que se encontra no
exterior do Templo é terra; no interior encontram-se os mistérios. É que o
que eles procuravam nos ensinamentos divinos eram as folhas, não eram os
frutos das árvores; eles viviam à sombra da Lei, e por isso não eram
capazes de ver o sol da justiça (Mal 3, 20).




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29 março 2009

Liturgia Diária!!!

Domingo, dia 29 de Março de 2009
5º Domingo da Quaresma - Ano B

Quinto Domingo da Quaresma (semana I do saltério)
Santo Eustáquio (ou Eustásio), monge, +629, S. José de Arimateia, séc. I



Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Cirilo de Alexandria : «Se o grão de trigo morrer, dá muito fruto»

Leituras

Jer. 31,31-34.
Dias virão em que firmarei uma nova aliança com a casa de Israel e a casa
de Judá – oráculo do Senhor.
Não será como a aliança que estabeleci com seus pais, quando os tomei pela
mão para os fazer sair da terra do Egipto, aliança que eles não cumpriram,
embora Eu fosse o seu Deus – oráculo do Senhor.
Esta será a Aliança que estabelecerei, depois desses dias, com a casa de
Israel – oráculo do Senhor: Imprimirei a minha lei no seu íntimo e
gravá-la-ei no seu coração. Serei o seu Deus e eles serão o meu povo.
Ninguém ensinará mais o seu próximo ou o seu irmão, dizendo: 'Aprende a
conhecer o Senhor!' Pois todos me conhecerão, desde o maior ao mais
pequeno, porque a todos perdoarei as suas faltas, e não mais lembrarei os
seus pecados» – oráculo do Senhor.


Salmos 51(50),3-4.12-13.14-15.
Tem compaixão de mim, ó Deus, pela tua bondade; pela tua grande
misericórdia, apaga o meu pecado.
Lava me de toda a iniquidade; purifica me dos meus delitos.
Cria em mim, ó Deus, um coração puro; renova e dá firmeza ao meu espírito.
Não me afastes da tua presença, nem me prives do teu santo espírito!
Dá-me de novo a alegria da tua salvação e sustenta me com um espírito
generoso.
Então ensinarei aos transgressores os teus caminhos e os pecadores hão de
voltar para ti.


Heb. 5,7-9.
Nos dias da sua vida terrena, apresentou orações e súplicas àquele que o
podia salvar da morte, com grande clamor e lágrimas, e foi atendido por
causa da sua piedade.
Apesar de ser Filho de Deus, aprendeu a obediência por aquilo que sofreu
e, tornado perfeito, tornou-se para todos os que lhe obedecem fonte de
salvação eterna,


João 12,20-33.
Entre os que tinham subido a Jerusalém à Festa para a adoração, havia
alguns gregos.
Estes foram ter com Filipe, que era de Betsaida da Galileia, e pediam-lhe:
«Senhor, nós queremos ver Jesus!»
Filipe foi dizer isto a André; André e Filipe foram dizê-lo a Jesus.
Jesus respondeu-lhes: «Chegou a hora de se revelar a glória do Filho do
Homem.
Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, lançado à terra, não
morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto.
Quem se ama a si mesmo, perde-se; quem se despreza a si mesmo, neste mundo,
assegura para si a vida eterna.
Se alguém me serve, que me siga, e onde Eu estiver, aí estará também o meu
servo. Se alguém me servir, o Pai há-de honrá-lo.
Agora a minha alma está perturbada. E que hei-de Eu dizer? Pai, salva-me
desta hora? Mas precisamente para esta hora é que Eu vim!
Pai, manifesta a tua glória!» Veio, então, uma voz do Céu: «Já a manifestei
e voltarei a manifestá-la!»
Entre as pessoas presentes, que escutaram, uns diziam que tinha sido um
trovão; outros diziam: «Foi um Anjo que lhe falou!»
Jesus respondeu: «Esta voz não veio por causa de mim, mas por amor de vós.
Agora é o julgamento deste mundo; agora é que o dominador deste mundo vai
ser lançado fora.
E Eu, quando for erguido da terra, atrairei todos a mim.»
Dizia isto dando a entender de que espécie de morte havia de morrer.


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Cirilo de Alexandria (380-444), Bispo, Doutor da Igreja
Comentário sobre o Livro dos Números, 2; PG 69, 619 (trad. Delhougne, Les Pères commentent, p. 193)

«Se o grão de trigo morrer, dá muito fruto»

Cristo, primícias da nova criação [...], depois de ter vencido a morte,
ressuscitou e sobe para o Pai como oferenda magnífica e esplendorosa, como
as primícias do género humano, renovado e incorruptível. [...] Podemos
considerá-Lo o símbolo do feixe das primícias da colheita que o Senhor
exigiu a Israel que oferecesse no Templo (Lev 23, 9). O que representa este
sinal?

Podemos comparar o género humano às espigas de um campo, que nascem da
terra, ficam à espera de crescer e, depois de amadurecerem, são apanhadas
pela morte. Era por isso que Cristo dizia aos Seus discípulos: «Não dizeis
vós que, dentro de quatro meses, chegará o tempo da ceifa? Pois bem, Eu
digo-vos: erguei os olhos e vede. Os campos estão brancos para a ceifa. O
ceifeiro já recebe o salário e recolhe o fruto para a vida eterna» (Jo 4,
35-36). Ora, Cristo nasceu entre nós, nasceu da Virgem Santa como as
espigas brotam da terra. Aliás, não hesita em dizer de Si próprio que é o
grão de trigo: «Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo,
lançado à terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto.»
Deste modo, ofereceu-Se por nós ao Pai, à maneira de um feixe e como
primícias da terra.

Porque a espiga de trigo, como aliás nós próprios, não pode ser considerada
isoladamente. Vemo-la num feixe, constituído por numerosas espigas de um
mesmo braçado. Cristo Jesus é único, mas aparece-nos como um feixe, e
constitui efectivamente uma espécie de braçado, no sentido em que contém em
Si todos os crentes, em união espiritual, evidentemente. Se assim não
fosse, como poderia São Paulo escrever: «Com Ele nos ressuscitou e nos fez
sentar lá nos céus» (Ef 2, 6)? Com efeito, uma vez que Se fez um de nós,
nós formamos com Ele um mesmo corpo (Ef 3, 6). [...] Aliás, é Ele quem
dirige estas palavras a Seu Pai: «Que todos sejam um como Tu, ó Pai, estás
em Mim e Eu em Ti» (Jo 17, 21). O Senhor constitui, pois, as primícias da
humanidade, que está destinada a ser armazenada nos celeiros do céu.




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28 março 2009

Liturgia Diária!!!

Sabado, dia 28 de Março de 2009
Sábado da 4ª semana da Quaresma

, , Santa Gisela, rainha, abadessa, +1065



Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Teófilo de Antioquia : «Estabeleceu-se um desacordo entre a multidão, por Sua causa»

Leituras

Jer. 11,18-20.
O Senhor instruiu-me e eu entendi. E então vi com clareza o seu proceder
para comigo.
E eu, como manso cordeiro conduzido ao matadouro, ignorava as maquinações
tramadas contra mim, dizendo: «Destruamos a árvore no seu vigor;
arranquemo-la da terra dos vivos, que o seu nome caia no esquecimento.»
Mas o Senhor do universo, justo juiz, sonda os rins e o coração. Que eu
seja testemunha da tua vingança sobre eles, pois a ti confio a minha causa.



Salmos 7,2-3.9-10.11-12.
SENHOR, meu Deus, a ti me confio; livra me de todos os que me perseguem e
salva me.
Que não me arrebatem como o leão e me dilacerem, sem que ninguém me valha.
O SENHOR julga os povos; julga me, então, SENHOR, segundo o meu direito e
segundo a minha inocência.
Peço-te: acaba com a malícia dos ímpios; fortalece os que são justos, Tu,
que perscrutas o íntimo dos corações, ó Deus de justiça!
A minha protecção está em Deus, que salva os de coração sincero.
Deus é um justo juiz, que, a todo o momento, pode castigar.


João 7,40-53.
Então, entre a multidão de pessoas que escutaram estas palavras, dizia-se:
«Ele é realmente o Profeta.»
Diziam outros: «É o Messias.» Outros, porém, replicavam: «Mas pode lá ser
que o Messias venha da Galileia?!
Não diz a Escritura que o Messias vem da descendência de David e da cidade
de Belém, donde era David?»
Deste modo, estabeleceu-se um desacordo entre a multidão, por sua causa.
Alguns deles queriam prendê-lo, mas ninguém lhe deitou a mão.
Depois os guardas voltaram aos sumos sacerdotes e aos fariseus, que lhes
perguntaram: «Porque é que não o trouxestes?»
Os guardas responderam: «Nunca nenhum homem falou assim!»
Replicaram-lhes os fariseus: «Será que também vós ficastes seduzidos?
Porventura acreditou nele algum dos chefes, ou dos fariseus?
Mas essa multidão, que não conhece a Lei, é gente maldita!»
Nicodemos, aquele que antes fora ter com Jesus e que era um deles,
disse-lhes:
«Porventura permite a nossa Lei julgar um homem, sem antes o ouvir e sem
averiguar o que ele anda a fazer?»
Responderam-lhe eles: «Também tu és galileu? Investiga e verás que da
Galileia não sairá nenhum profeta.»
E cada um foi para sua casa.


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Teófilo de Antioquia (?-c. 186), bispo
A Autólico,1, 2.7 (trad. bréviaire ; cf SC 20, p. 58 ss.)

«Estabeleceu-se um desacordo entre a multidão, por Sua causa»

Com os olhos do corpo, observamos o que se passa na vida e na terra;
discernimos a diferença entre a luz e a escuridão, entre o branco e o
preto, entre o feio e o belo [...]; o mesmo acontece com aquilo que o
ouvido abarca: sons agudos, graves, agradáveis. Mas também temos ouvidos no
coração e olhos na alma, sentidos que podem captar a Deus. Com efeito, Deus
deixa-Se percepcionar porque aqueles que são capazes de O ver, depois de se
lhes terem aberto os olhos da alma.

Todos nós temos olhos físicos, mas alguns têm-nos velados, e não vêem a luz
do sol. Se os cegos não vêem, não é porque a luz do sol não brilhe. É a si
próprios, e aos seus olhos, que os cegos devem essa privação. O mesmo se
passa contigo: os olhos da tua alma estão velados pelos teus pecados e as
tuas más acções [...]; quando tem um pecado na alma, o homem deixa de
conseguir ver a Deus. [...]

Se quiseres, porém, podes curar-te. Confia-te ao médico, e Ele te curará os
olhos da alma e do coração. E quem é o médico? É Deus, que cura e vivifica,
por meio do Seu Verbo e da Sua Sabedoria. Foi por meio do Verbo e da
Sabedoria que Deus fez todas as coisas [...]. Se compreenderes este facto,
e se viveres uma vida de pureza, piedade e justiça, poderás ver a Deus. Que
a fé e o temor de Deus sejam os primeiros a entrar no teu coração, para que
possas compreendê-Lo. Quando te tiveres despojado da tua condição mortal e
te tiveres revestido de imortalidade (1Cor 15, 53), verás a Deus segundo os
teus méritos, a esse Deus que te ressuscitará a carne, tornada imortal, tal
como te ressuscitará a alma. Nessa altura verás a Deus imortal, desde que
tenhas acreditado Nele já nesta vida.




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27 março 2009

Nova Era, influência demoníaca disfarçada

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Dá-se o nome de Nova Era à mistura nociva de panteísmo e ocultismo que, tal qual praga virulenta, espalha-se por todo o lado. Novelas, filmes de renome têm sido seus veículos; livros best-sellers, programas empresariais de treinamento de pessoal e algumas práticas de medicina alternativa têm sido contaminados. O movimento avança destruindo a fé em Deus e submetendo pessoas à influência de espíritos demoníacos.

A Nova Era na verdade não é nova Ela desenterra perversas práticas religiosas que remontam o início da humanidade. E aproveitando o enfraquecimento da influência tradicional do cristianismo, este mal começou a surgir como que saindo de sob as pedras. E este o mal que, sem que os cristãos dêem conta, contagia o movimento Nova Era.

F. La Gard, autor cristão que escreve sob Nova Era, conta que certa vez dirigiu-se aos estúdios de televisão de Mineápolis onde participaria de um debate sobre Nova Era com um defensor das idéias de Shirley Maclaine.

Num certo momento de entusiasmo, o apresentador perguntou às 140 pessoas que compunham o auditório quantos ali eram adeptos da Nova Era. Cerca de 130 levantaram as mãos. Em seguida perguntou quantos eram cristãos. Novamente quase todos levantaram as mãos. Muitos ali consideravam-se, ao mesmo tempo, cristãos e adeptos da Nova Era, sem ver nisto qualquer problema, ou contradição.

Ao contrário de outras religiões tradicionais não-cristãs, pessoalmente nada extraímos de bom da Nova Era. Podemos ver nas religiões não-cristãs a tentativa de seres humanos, dotados de inteligência e boa vontade, de tentar encontrar um sentido mais profundo na vida e de buscar a verdade. Entendo que os cristãos deveriam ampliar o diálogo construtivo com os seguidores sinceros das religiões tradicionais não-cristãs, dando ocasião assim para sincero respeito mútuo.

Já com relação ao insidioso movimento Nova Era não podemos ver por este lado. Seus adeptos disfarçam-se em anjos de luz para tentar minar por baixo o cristianismo. Em todos os sentidos me oponho a eles.

Como cristão, creio num Deus de amor que criou do nada a mim - assim como a tudo que existe -, e que enviou seu Filho Divino para me redimir dos pecados. Os adeptos da Nova Era crêem numa força impessoal como realidade objetiva, que não se detém a conceitos de bem ou mal. Paradoxalmente, crêem também num eu superior - espírito demoníaco no discernimento dos cristãos - que lhes transmite por palavras toda sorte de parvoíces.

Creio que o Deus de amor tem cuidado de mim e preparou-me um lugar no céu, onde gozarei de sua presença por toda eternidade. Ao mal permite Deus que aconteça, mas triunfará do mal como bem - nesta e na vida que há de vir - por intermédio de sua providência. Os adeptos da Nova Era crêem que são, eles mesmos, deuses e que todo bem ou mal que lhes sobrevenha é de responsabilidade exclusivamente pessoal, porquanto criam sua própria realidade. Acreditam que são predestinados a um ciclo quase interminável de reencarnações ao longo dos quais expiam a dívida impagável (Karma) que contraíram em vida anterior.

O Deus Interior
A Nova Era é panteísta. Professam que tudo é Deus. Nós somos deuses. Criamos nossa própria realidade. A Nova Era incita à introspecção para que encontremos dentro de nós mesmos entes superiores que nos instruam e guiem. Pretende que experimentemos o nosso deus-poder.

É típico de uma falsa religião, como a Nova Era, imitar a verdadeira - o cristianismo. Deus faz morada no cristão de modo especial. Os cristãos são cheios do Espírito Santo que nos guia. Através da oração e dos sacramentos, conservamo-nos intimamente ligados a Jesus e somos capazes de operar maravilhas pelo poder de Deus.

Santo Agostinho, nas suas confissões, oferece o seguinte passo ao falar de sua busca pessoal de Deus:
“Ó Verdade, vós em toda parte assistis a todos os que vos consultam, e ao mesmo tempo respondeis aos que vos interrogam sobre os mais variados assuntos. Respondeis com clareza, mas nem todos vos ouvem com a mesma lucidez. Todos vos consultam sobre o que desejam, mas nem sempre ouvem o que querem. O vosso servo mais fiel é aquele que não espera nem prefere ouvir aquilo que quer, mas se propõe aceitar, antes de tudo, a resposta que de vós ouviu. Tarde vos amei, ó Beleza tão antiga e tão nova, tarde vos amei! Eis que habitáveis dentro de mim, e eu lá fora a procurar-vos! Disforme, lançava-me sobre estas formosuras que criastes. Estáveis comigo, e eu não estava convosco! Retinha-me longe de vós aquilo que não existiria se não existisse em nós”.

Embora Santo Agostinho diga que encontrou Deus dentro de si mesmo, é evidente a distinção de que era um cristão e não um adepto das filosofias da Nova Era. Nesta passagem ele declara que Deus é a Verdade e Beleza exaltadas, e ele uma criatura; declara que Deus procura atrair para si todas as pessoas e que Deus habita pacientemente uma pessoa mesmo quando se acha desorientada, buscando nas criaturas a felicidade.

Outro exegeta cristão, São Gregório de Nissa, fala sobre seres humanos como reflexo em Deus.
“Assim toda a harmonia que se observa no universo é redescoberta no microcosmos, i.e, a natureza humana, e corresponde ao todo em razão de suas partes, considerando que, em última análise, o todo se pode obter pelas partes. A natureza Divina, seja como for, ultrapassa todo entendimento humano, pois que está inteiramente inacessível ao tirocínio e à conjectura. Jamais se encontrou faculdade humana capaz de perceber o incompreensível.

Se o coração de um homem foi purificado de toda propensão carnal e de toda insubordinação, tal homem verá em sua própria beleza a natureza Divina… Isto está por certo ao nosso alcance; tendes dentro de vós mesmos o paradigma pelo qual aprendeis o Divino. Pois o que vos criou, ao mesmo tempo vos dotou com esta qualidade maravilhosa. Aí imprimiu Deus a semelhança das glórias de sua própria natureza assim como quem molda da cera a escultura. Todavia o mal que foi derramado na natureza, esta natureza que traz a imagem divina, tornou inútil para vós este feito maravilhoso que sob máscaras vis se oculta. Se, portanto, purificais vossa vida da imundície, que tal qual emplastro se vos apega ao corpo, a beleza divina em vós outra vez fulgirá”.

O cristão poderá olhar para dentro de si em busca de Deus, mas será consciente de que ele mesmo não é um deus. E as virtudes naturais como bondade e beleza não serão senão uma pálida sombra da beleza divina. Há uma profunda diferença doutrinária entre o cristianismo e a Nova Era.

Diferenças Fundamentais:
Qual é o ensinamento básico cristão?
Deus é um ser pessoal, espiritual, infinito, que do nada tudo criou. Deus criou seres espirituais poderosos, os anjos, alguns dos quais rebelaram-se contra ele e, por conseguinte, são conhecidos como satanás ou demônios. Deus criou o homem com corpo e alma mortais. Destinou os homens à felicidade eterna no céu, mas estes, tendo pecado, perderam a chance de adquirir o destino celestial. Embora haja um só Deus, há em Deus três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. O Filho de Deus fez-se homem há cerca de dois mil anos atrás na pessoa de Jesus de Nazaré. Morreu e ressuscitou os mortos, redimindo deste modo a humanidade. Podem salvar-se os homens pelo arrependimento dos pecados e por aceitar Jesus como Senhor e Salvador de suas vidas. Podem ser perdoados os seus pecados e são mortais. Cada pessoa é única e viverá por toda eternidade no céu ou no inferno. A Bíblia e a Igreja cristã são as fontes primordiais de doutrina (ver Capítulo 15 para uma exposição mais completa dos ensinamentos básicos cristãos).

Qual é o ensinamento básico da Nova Era?
A Nova Era incorpora os erros mais grosseiros acerca da natureza de Deus e dos homens, os quais têm sido fantasiados desde os primórdios da história. Após misturados, esses erros são transmitidos por vias às vezes não religiosas (ditas “científicas”). Em alguns casos são ardilosamente dissimuladas. Com freqüência se agrupam elementos contraditórios. Não existe Deus. O que existe é uma gigantesca carga de energia que a tudo vivifica. Existem mestres elevados, eruditos e muito poderosos e outras personalidades, aos quais se deve ouvir para a formação do caráter. Não existe realidade objetiva. Tudo é ilusão. Somos dotados do poder de criar qualquer realidade desejada porquanto somos deuses. A pessoa em si não é imortal. A transmigração reencarnacionista é operativa quer se aceite ou não. Nada é objetivamente bom ou mau. O cristianismo pode ser, quanto a este princípio, uma exceção. Freqüentemente os adeptos da Nova Era, dizem que o cristianismo é negativo.

Os neoconvertidos vêem a Nova Era como um movimento que veio para substituir o cristianismo. A citação a seguir foi extraída do livro A Complete Guide to the Tarot (Guia Completo para o Tarô):
“A religião cristã, conforme sabemos, perde influência a olhos vistos e a nova religião de aquários ainda não foi revelada. Foi predita por muitos a chegada de um novo salvador, já nascido no oriente, que veio para nos conduzir a uma realidade universal, digna de ser publicada em todos os credos existentes. O Tarô e a astrologia têm revelado a necessidade de se combinar e equilibrar forças e formas, estando seus adeptos entre os primeiros que reconhecerão e seguirão a Era Aquariana que ora desponta”.

  • Eis um pouco daquilo que os pesquisadores cristãos estão ensinando a respeito da Nova Era:

Elliot Milier

“Para facilitação do entendimento, deve-se entender o movimento Nova Era como uma rede, uma super-rede (rede das redes)” escreve Elliot Miller no primeiro de uma série de artigos, escritos em seis partes, a respeito do assunto. As redes tendem a ser descentralizadas, aparentemente sem líder ou sede, com poderes e responsabilidades bem distribuídas”, explica Miller. Os adeptos da Nova Era são facilmente estereotipados. Surgem com diferentes sistemas de credibilidade e estilo de vida. Estão por toda parte. Abstratamente estruturada, esta rede de organizações e indivíduos vincula valores comuns (fundados em misticismo e monismo - doutrina filosófica segundo a qual o conjunto das coisas se pode reduzir à unidade) e visão comum (a chegada de uma “Nova Era” de paz e luz, a “era de aquários”. Não obstante, existem algumas divergências dentro do movimento Nova Era.

“Os adeptos da Nova Era poderão divergir sobre questões como as circunstâncias do aparecimento da Nova Era, se será precedida de cataclisma de âmbito mundial, se será politicamente estruturada, se haverá um Cristo representante para governá-la, ou avatares (deuses-homens) ou mensageiros do mundo dos espíritos.

Todavia, concordam todos que devem empenhar-se no apressamento da nova ordem que todos esperam, através de cooperações que influenciem o desenvolvimento de nossa vida cultural, política econômica, social e espiritual”.

À sombra das redes, há centenas de outras redes e movimentos menores (se bem que individualmente muito vastos). Algumas delas estão inteiramente identificadas com a Nova Era, enquanto que outras apenas indiretamente o estão. Por exemplo, alguns adeptos da Nova Era, militam nos movimentos pela ecologia e pela paz, embora tais movimentos não estejam vinculados à Nova Era. Algumas seitas podem considerar-se parte do movimento Nova Era, enquanto que outras não o são. “Os movimentos da consciência, da saúde holisticas, do potencial humano, assim como os seguidores de diversos níveis e os mestres do ocultismo oriental trouxeram uma contribuição para o fortalecimento da Nova Era”, declara Miller. “Todavia, a participação num desses movimentos não significa necessariamente engajamento consciente na Nova Era. E preciso não esquecer que as redes são de contornos abstratos”.

Como Miller, creio que o fenômeno Nova Era é um movimento de contornos abstratos. Não se trata de culto concretamente estruturado ou de conspiração. Há alguns críticos, entretanto, que julgam-no uma conspiração concretamente estruturada (veja no Capitulo 6 a opinião deles).

Brooks Alexander
As seitas, em geral, estão em declínio, mas é a Igreja que, através da Nova Era, sofre um ataque particularmente furioso, anticristão, “de tal magnitude histórica que podem ser mesmo fatais”, declarou Brooks Alexander ao longo de uma entrevista. Como declínio das seitas, tomou incremento a questão da influência crescente do pensamento e práticas da Nova Era sobre a Igreja.

Adverte, todavia, Alexander que os cultos satânicos e a bruxaria estão em voga nos dias de hoje. “Custa-nos ser otimistas em relação ao futuro”, diz. “O mundo de hoje vai se transformando no antigo que prevaleceu no lado decadente do Império Romano, dominado pelo paganismo e pelo modelo pseudocientífico do panteísmo”.

A edição de fevereiro da revista Eternity trouxe diversos artigos sobre a Nova Era. Alexander foi autor de um deles no qual descreve o movimento Nova Era como “uma versão moderna do sonho panteístico, religião ímpia que faz do homem deus”. Afirma Alexander que o seu denominador comum consiste numa visão global de misticismo oculto, articulado em termos seculares”. Ele vai mais longe ao vincular o movimento aos beatniks dos anos 50 com sua paixão doentia pelo Zen, uma paixão que mais tarde foi retomada pelo movimento hippy, através do reflorescimento do ocultismo dos anos 60 e através do movimento do potencial humano dos anos 70. “Nos anos 80″, escreve Alexander, “todas as tendências filosóficas amalgamaram-se, tomando formas novas e extravagantes”. O resultado final foi um vasto movimento que pode ser muito perigoso.
Não obstante a pluralidade do movimento Nova Era, são perceptíveis seu tema e impacto comuns sobre as pessoas. O tema consiste no seguinte: nossa condição de deuses só pode ser desfeita na reestruturação de nosso modo de pensar; o impacto está em que isto sempre implica anulação de nossa mente racional, crítica. A Nova Era afirma que enquanto nosso intelecto crítico insistir em dividir a realidade e em produzir distinção (i.é., entre “verdadeiro” e “falso”), a visão de unidade que revela nossa verdadeira natureza divina ficará fragmentada.

A “autorização” da Nova Era só se confere àqueles, cujo crivo racional e crítico foi removido ou destruído. “O produto final da espiritualidade da Nova Era é, por conseguinte, uma pessoa desprovida de capacidade para discernir o verdadeiro do falso, uma pessoa programada para ignorar as questões que se lhe deparam”.

Douglas Groothuis
No seu livro Confronting the New Age (Confrontando a Nova Era), Douglas Groothuis menciona nove dogmas que sintetizam a visão global básica que orienta o movimento Nova Era. Vale lembrar que algumas dessas doutrinas podem, à primeira vista, assemelhar-se às doutrinas cristãs. Deve-se, por conseguinte, prestar toda atenção para bem separar o joio do trigo.

  • Eis a lista de Groothuis:

1. Monismo Evolutivo: O movimento Nova Era ensina que estamos equilibrados num “salto quântico” na consciência, enquanto avança a evolução. Enfrentamos um tempo notável de coexistência planetária e oportunidade.

2. Monismo: Tudo é a unidade. A unidade é tudo… Há na visão da Nova Era, um certo sentido, a proposta de uma volta à sopa rudimentar, descaracterizada e sem consistência, para ficar nisto. Ela precisa descartar como irreal a diversidade da criação - para, pressupõe-se, desempenhar tarefas filosóficas.

3. Panteísmo: A grande unidade de ser é Deus. Na raiz da metafísica, tudo que existe é Deus. . .A autodeificação é agora tão popular quanto antibíblico e irrealista. A Nova Era utiliza a verdade de que somos criados à imagem de Deus, manipulando-o para significar que somos todos deuses.

4. Transformação de consciência: Não basta meramente acreditar nos ensinamentos da Nova Era. É preciso experimenta-los. Os adeptos da Nova Era são freqüentemente encorajados a serem iniciados e não apenas interessados. Muitos meios místicos servem ao mesmo propósito exótico, quer sejam técnicas de meditação não-cristã, droga, ioga, artes marciais, uso de cristais ou experiências espontâneas tais como encontros para tratar de morte virtual. A finalidade é um sentimento de unicidade com tudo quanto existe e a realização da divindade pessoal, às vezes chamada de “Eu Superior”.

5. Crie sua própria realidade: A frase “crie sua própria realidade” é freqüentemente ouvida nos círculos da Nova Era como premissa básica. A idéia é que não estamos sob qualquer lei moral objetiva. Antes, temos modos diferentes de realizar nosso potencial divino. E já que “tudo é a unidade” (mecanismo), não podemos dividir a vida em categorias do tipo bem versus mal. Isto é dualístico demais; precisamos ir “além das fronteiras do bem e do mal” para realizar nosso inteiro potencial.

6. Potencial humano ilimitado: Se todos somos Deus, é de se supor que as prerrogativas da deidade pulsam dentro de nós. Somos dotados além da medida. Somos milagres por acontecer. Desatrelados de fábulas primitivas tais como finitude humana, depravações e pecado mortal, nós na Nova Era somos livres para explorar os horizontes luminosos da deidade. Ignorância é o nosso único problema.

7. Contato com espíritos: Há uma galáxia de mestres, espíritos, extraterrestres e outros tipos com capacidade de falar, os quais se comunicam (por psicografia ou vocalização) através de médiuns que mais recentemente têm sido chamados de channelers (titulo mais contextual com a era da televisão).

8. Mestres do além: Em grande parte do pensamento da Nova Era, a distinção entre o extraterrestre e o espiritual é obscurecida, quando a visão de OVNI ou mesmo encontros (”do terceiro grau”) tornam-se experiências místicas. Afirma-se que os OVNls (e seus passageiros) exibem, às vezes, fenômenos paranormais.

9. Sincretismo religioso: A espiritualidade da Nova Era é, antes de mais nada, uma visão eclética que combina misticismo oriental, ocultismo ocidental, neopaganismo e psicologia do potencial humano. Entretanto, os porta-vozes da Nova Era, estão propensos a ver a verdadeira essência de toda religião como sendo uma única… Se externamente as religiões se diferem - como panteísmo, hinduísmo e teísmo cristão - um apelo então é feito à essência supostamente mística que une todas as religiões: tudo é a unidade, tudo é Deus, nós somos Deus, temos potencial infinito, podemos julgar a Nova Era. “Este método místico não leva em consideração os ensinamentos expressos das religiões não panteístas, mas a Nova Era afirma que os elementos ditos “esotéricos” têm sido suprimidos nestas religiões”.

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Fonte: Revista Jesus Vive e é o Senhor

Exorcistas afirmam: Nova Era e talismãs abrem a porta para o Demônio

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Participar da corrente espiritual New Age ou usar talismãs, entre outras formas de entrar em contato com o ‘mundo das trevas’, pode fazer com que o demônio se apodere do corpo e da mente do pagão em questão, disse no México Francesco Bamonte, reconhecido exorcista católico italiano.

“A ação extraordinária do demônio tem três causas possíveis”, explicou Bamonte, autor do livro ‘Os danos do espiritismo’, durante o III Congresso Nacional de Exorcistas organizado a portas fechadas de 16 a 20 de julho pela Arquidiocese do México.

“A primeira tem a ver com a própria culpa, quando são tomadas atitudes supersticiosas ou se pratica o ocultismo, além de pertencer a seitas satânicas ou esotéricas, envolver-se na corrente New Age ou acreditar no poder dos talismãs, das pirâmides de energia, na cartomancia, no tarô”, alertou o exorcista, segundo informou a Arquidiocese do México.

A segunda “pode ser causa de um malefício elaborado ou mandado realizar por uma terceira pessoa, e a terceira pode ser um chamado especial de Deus para que a pessoa ofereça seu sofrimento nas garras do demônio pela salvação de outras almas”, disse o mestre da Universidade Pontifícia Regina Apostolorum de Roma .

A “infestação”, definida pela Igreja católica como “a moléstia do demônio sobre coisas e objetos inanimados, como por exemplo passos de pessoas que não são vistas ou sons de campainhas que não existem” é outro dos “graus de ação do demônio”, segundo Bamonte.

Outro grau, afirmou Bamonte, é “a humilhação diabólica, que consiste em agressões físicas que o diabo exerce sobre uma pessoa e que se manifesta com arranhões, golpes, chagas, purulências, incisões na pele e demais danos corporais sem explicação natural”.

Uma “obsessão demoníaca” também pode se manifestar, segundo o católico italiano, atormentando “a imaginação e a memória do homem com idéias, imagens e sensações obsessivas com o objetivo de manipular a vontade da pessoa, levando-a a cometer atos irracionais e destrutivos, como o suicídio ou o assassinato”.

Mas, como muitos desses sinais podem ser confundidos com doenças mentais, Bamonte pediu aos sacerdotes exorcistas mexicanos que avaliem cada caso “com a maior prudência possível”, principal objetivo do encontro.

O motivo é que a cada 10 mil pessoas que dizem estar possuídas pelo demônio, apenas uma esteja talvez aprisionada pelo “maligno”. Além disso, o rito católico para exorcizar é muito diferente do que se vê nos filmes de Hollywood, argumentou o pároco mexicano Jesús Aguilar.

Os sinais “de uma real possessão diabólica são falar, compreender, escrever e ler idiomas desconhecidos pela pessoa; conhecer circunstâncias impossíveis de serem sabidas pelo possesso, como pecados do exorcista ou outra pessoa; possuir força desproporcional e sobretudo a aversão pelo sagrado: a Deus, à Igreja, etc”, explicou Bamonte.

Com uma população de 105,8 millones de habitantes, o México conta com mais de 80 milhões de católicos.

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Fonte: Segunda Vinda de Jesus

Bento XVI pede combate à bruxaria e aos sacrifícios humanos em Angola

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Luanda (Sábado, 21-03-2009) O Papa Bento XVI pediu à Igreja Católica de Angola, neste sábado, segundo dia de sua visita ao país, que combata a bruxaria e os rituais com sacrifícios humanos. O pedido papal foi feito durante missa presidida pelo Pontífice na Igreja de São Paulo, que contou com a presença de bispos, sacerdotes e religiosas e de movimentos eclesiais e catequistas de Angola e São Tomé.

“Muitos de vocês vivem com o medo dos espíritos, de poderes nefastos que os ameaçam, desorientados, e chegam a condenar crianças de rua e até idosos, porque, dizem, são bruxos”, afirmou o Sumo Pontífice em uma referência clara às várias seitas e religiões tradicionais africanas presentes em Angola, incluindo algumas que celebram rituais de sacrifício humanos.

“A eles é preciso anunciar que Cristo venceu a morte e todos estes poderes obscuros”, disse o papa durante a homilia na igreja construída nos anos 30 e reformada recentemente.

“Há quem objete que os deixemos em paz, que eles têm a verdade deles e nós a nossa. Que tentemos conviver pacificamente, deixando tudo como está”.

Segundo as estatísticas oficiais, 55% da população angolana é católica e 25% acredita nas religiões ancestrais. Algumas formas radicais de bruxaria estão relacionadas com os imigrantes do Congo, segundo a imprensa estatal, e incluem sacrifícios humanos infantis e rituais de magia negra.

Em 2008, na capital Luanda, 40 jovens, incluindo bebês, foram encontrados presos e maltratados na sede de uma igreja evangélica onde eram submetidos a curas.

Ainda durante a homilia, o papa citou como exemplo o rei banto I Mbemba-a-Hzinga, batizado aos quatro anos, que reinou no Congo de 1506 a 1543 e “garantiu o entendimento entre dois povos tão distintos como o banto e o lusitano graças à religião cristã”.

Ainda neste sábado, Bento XVI se encontrará pela primeira vez com uma multidão em Angola, em uma missa no estádio dos Coqueiros de Luanda, que tem capacidade para 30.000 pessoas, onde se dirigirá aos jovens, um ritual iniciado com as viagens de João Paulo II pelo mundo.

Veja, a seguir, a íntegra da homilia do papa na igreja São Paulo:

“Queridos irmãos e irmãs,

Amados trabalhadores da vinha do Senhor!

Como ouvimos, os filhos de Israel diziam uns para os outros: «Procuremos conhecer o Senhor». Animavam-se com estas palavras, vendo-se submersos de tribulações. Estas caíram sobre eles - explica o profeta -, porque viviam na ignorância de Deus; o seu coração era pobre de amor. E o único médico capaz de o curar era o Senhor. Mais, foi Ele, como bom médico, que abriu a ferida, para a chaga sarar. E o povo decide-se: «Vinde, voltemos para o Senhor. Se Ele nos feriu, Ele nos curará» (Os 6, 1). Assim puderam encontrar-se a miséria humana com a Misericórdia divina, que nada mais deseja senão acolher os miseráveis.

Vemo-lo na página do Evangelho proclamada: «Dois homens subiram ao templo para orar»; de lá, um «desceu justificado para sua casa e o outro não» (Lc 18, 10.14). Este último expusera todos os seus méritos diante de Deus, quase fazendo d’Ele um seu devedor. No fundo, não sentia necessidade de Deus, embora Lhe dê graças porque lhe concedeu ser tão perfeito e «não como este publicado». Mas será precisamente o publicando a descer para casa justificado. Consciente dos seus pecados, que o fazem estar de cabeça baixa - na realidade, porém, todo voltado para o Céu -, tudo espera do Senhor: «Meu Deus, tende compaixão de mim, que sou pecador» (Lc 18, 13). Bate à porta da Misericórdia, que se abre e o justifica, «porque - conclui Jesus - todo aquele que se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado» (Lc 18, 14).

De Deus, rico em Misericórdia, fala-nos por experiência própria São Paulo, patrono da cidade de Luanda e desta magnífica igreja, construída há quase cinquenta anos. Quis assinalar o bimilenário do nascimento de São Paulo com o Jubileu Paulino em curso, para dele aprendermos a conhecer melhor Jesus Cristo. Eis o testemunho que o apóstolo nos deixou: «É digna de fé esta palavra e merecedora de toda a aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo salvar os pecadores, e eu sou o primeiro deles. Mas, se alcancei misericórdia, foi para que em mim, primeiramente, Jesus Cristo mostrasse toda a sua paciência. Eu era um exemplo para os que viriam a acreditar n’Ele, a fim de alcançarem a vida eterna» (1 Tim 1, 15-16). E, com o passar dos séculos, o número de agraciados não parou de aumentar. Tu e eu somos um deles.

Demos graças a Deus porque nos chamou a entrar nesta procissão dos tempos para fazer-nos avançar para o futuro. Seguindo aqueles que seguiram Jesus, com eles seguimos o próprio Cristo e assim entramos na Luz.
Amados irmãos e irmãs, é uma grande alegria poder encontrar-me hoje no meio de vós, meus companheiros de jornada na vinha do Senhor; dela cuidais diariamente, preparando o vinho da Misericórdia divina e derramando-o nas feridas do vosso povo tão atribulado. O Senhor Dom Gabriel Mbilingi fez-se intérprete das vossas esperanças e fadigas nas amáveis palavras de boas-vindas que me dirigiu. Com ânimo grato e cheio de esperança, saúdo a todos vós - mulheres e homens dedicados à causa de Jesus Cristo - que aqui vos encontrais e quantos representais: bispos, presbíteros, consagradas e consagrados, seminaristas, catequistas, líderes dos mais variados movimentos e associações desta amada Igreja de Deus.

Desejo aqui fazer menção das religiosas contemplativas, presença invisível, mas extremamente fecunda para os passos de todos nós. Seja-me permitida enfim uma palavra particular de saudação aos Salesianos e aos fiéis desta paróquia de São Paulo que nos acolhem na sua igreja, não tendo para isso hesitado em ceder-nos o lugar que habitualmente lhes cabe na assembleia litúrgica. Soube que se reuniram no campo adjacente e espero, no fim desta Eucaristia, vê-los e abençoá-los, mas desde já lhes digo: «Muito obrigado! Deus suscite entre vós e por vós muitos apóstolos que sigam as pegadas do vosso Padroeiro».

Fundamental na vida de Paulo foi o seu encontro com Jesus, quando ia a caminho de Damasco: Cristo aparece-lhe como luz deslumbrante, fala-lhe, conquista-o. O apóstolo viu Jesus ressuscitado, ou seja, o homem na sua estatura perfeita. Dá-se então nele uma inversão de perspectiva, passando a ver tudo a partir desta estatura final do homem em Jesus: o que antes lhe parecia essencial e fundamental, agora para ele não passa de «lixo»; já não é «lucro», mas perda, porque agora só conta a vida em Cristo (cf. Fil 3, 7-8). Não se trata simplesmente de uma maturação do «eu» de Paulo, mas de morte para si mesmo e de ressurreição em Cristo: morreu nele uma forma de existência; uma forma nova nasceu nele com Jesus ressuscitado.

Meus irmãos e amigos, «procuremos conhecer o Senhor» ressuscitado! Como sabeis, Jesus, homem perfeito, é também o nosso Deus verdadeiro. N’Ele, Deus tornou-Se-nos visível, para nos fazer participantes da sua vida divina. E assim, com Ele, inaugurou-se uma nova dimensão do ser, da vida, na qual se integrou também a matéria, e através da qual surge um mundo novo. Mas, este salto de qualidade da história universal que Jesus fez por nós e para nós, concretamente como chega ao ser humano, permeando a sua vida e arrebatando-a para o Alto? Chega a cada um de nós através da fé e do batismo. De fato, este sacramento é morte e ressurreição, transformação numa vida nova, a ponto de a pessoa batizada poder afirmar com Paulo: «Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim» (Gal 2, 20). Vivo, mas já não sou eu. De certo modo, é-me tirado o meu eu, para ser integrado num Eu maior; tenho ainda o meu eu, mas transformado e aberto aos outros por meio da minha inserção no Outro: em Cristo adquiro o meu novo espaço de vida. E o que é feito de nós? Responde Paulo: Vós tornastes-vos um em Cristo Jesus (cf. Gal 3, 28).

E, mediante o nosso ser cristificado por obra e graça do Espírito de Deus, se vai completando a gestação do Corpo de Cristo na história. Neste momento, apraz-me recuar com o pensamento quinhentos anos atrás, ou seja, aos anos 1506 e sucessivos, quando nestas terras, então visitadas pelos portugueses, se levantou o primeiro reino cristão subsaariano, graças à fé e determinação do rei Dom Afonso I Mbemba-a-Nzinga, que reinou desde o referido ano de 1506 até 1543, ano em que faleceu; o reino permaneceu oficialmente católico nos séculos XVI a XVIII e com embaixador em Roma. Vedes como duas etnias muito diferentes - banta e lusíada - puderam encontrar na religião cristã uma plataforma de entendimento, esforçando-se por que esse entendimento perdurasse e as divergências - que as houve, e graves - não afastassem os dois reinos! De fato, o batismo faz com que todos os crentes sejam um só em Cristo.

Hoje cabe a vós, irmãos e irmãs, na senda destes heróicos e santos mensageiros de Deus, oferecer Cristo ressuscitado aos vossos compatriotas. Muitos deles vivem no temor dos espíritos, dos poderes nefastos de que se crêem ameaçados; desnorteados, chegam a condenar meninos da rua e até os mais velhos, porque - dizem - são feiticeiros. Quem pode ir ter com eles para lhes anunciar que Cristo venceu a morte e todos esses poderes obscuros (cf. Ef 1, 19-23; 6, 10-12)? Objetam alguns: «Por que motivo não os deixamos em paz? Eles têm a sua verdade; nós, a nossa. Convivamos pacificamente, deixando cada um como é, realizando do melhor modo a sua autenticidade».

Mas, se estamos convencidos e temos a experiência de que, sem Cristo, a vida é incompleta, falta uma realidade - e a realidade fundamental -, devemos também estar convencidos de que não fazemos injustiça a ninguém se lhe mostrarmos Cristo e lhe oferecermos a possibilidade de encontrar, deste modo, também a sua verdadeira autenticidade, a alegria de ter encontrado a vida. Antes, devemos fazê-lo, é obrigação nossa oferecer a todos esta possibilidade de alcançarem a vida eterna.

Venerados e amados irmãos e irmãs, digamos-lhes como o povo israelita: «Vinde, voltemos para o Senhor. Se Ele nos feriu, Ele nos curará». Ajudemos a encontrar-se a miséria humana com a Misericórdia divina. O Senhor faz-nos seus amigos, entrega-Se a nós, entrega-nos o seu Corpo na Eucaristia, entrega-nos a sua Igreja. E então devemos ser verdadeiramente seus amigos, ter com Ele um só sentir, querer aquilo que Ele quer e não querer aquilo que Ele não quer. O próprio Jesus disse: «Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando» (Jo 15, 14). Seja este o nosso propósito comum: fazermos, todos juntos, a sua santa vontade: «Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda a criatura» (Mc 16, 15). Abracemos a sua vontade, como fez São Paulo: «Anunciar o Evangelho (…) é uma obrigação que me foi imposta. Ai de mim se não evangelizar!» (1 Cor 9, 16)”.

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Fonte: Arautos do Evangelho


"Despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da Luz" Rm 13,12
CEFAS, oriundo do nome de São Pedro apóstolo, significa também um Acróstico: Comunhão para Evangelização, Formação e Anúncio do Senhor. É um humilde projeto de evangelização através da internet, buscando levar formação católica doutrinal e espiritual.