31 janeiro 2022

Vacinação COVID e a Igreja Católica - parte 1


 

Ao analisar algumas questões sobre pronunciamentos oficiais da Igreja e a questão das vacinações antiCovid-19, trago as observações abaixo:

A primeira nota substancial vem da Congregação para Doutrina da Fé em 21 de dezembro de 2020 com o título: "Nota sobre a moralidade do uso de algumas vacinas anticovid-19".

Nela se aborda a moralidade do uso indireto ou direto de células oriundas de aborto. Não quero tratar desse assunto específico aqui, que a própria nota é clara o bastante, mas gostaria de retirar conclusões preciosas que tiramos da nota sobre como ela aborda direta e indiretamente outras questões que são muito pertinentes atualmente.

A primeira delas é que a Igreja nunca vai se pronunciar de forma científica, mas deixa isso à cargo da medicina. Na introdução da nota já se pode ler esse trecho: "Não se tenciona julgar a segurança nem a eficácia destas vacinas, embora sejam eticamente relevantes e necessárias, cuja avaliação é de competência dos investigadores biomédicos e das agências de medicamentos..."(1)

Está claro que a Igreja não é competente nesse assunto e nem quer se colocar como alguma autoridade a respeito. Qualquer declaração do Papa favorável às vacinações se trata de uma manifestação moral de incentivo ao cuidado da saúde. Não se pode usar as falas do papa para garantir a eficácia medicinal das vacinas. Isso deve ser analisado friamente de forma ceticamente científica.

No item 3 temos o seguinte trecho: "...podem ser utilizadas todas as vacinas reconhecidas como clinicamente seguras e eficazes, com a consciência certa de que o recurso a tais vacinas não significa uma cooperação formal para o aborto  do qual derivam as células com que as vacinas foram produzidas." Ou seja, antes de se colocar o critério com relação às células abortivas, a nota cita o critério principal de vacinas reconhecidas como clinicamente seguras e eficazes.

Entre vários dados oficiais da falta de segurança das vacinas, por elas serem experimentais e não sofrerem todos os testes de uma vacina comum, já a caracteriza como sendo uma vacina não totalmente segura/eficaz. Como um pequeno exemplo, cito um estudo que está no site do governo, site da Anvisa, que contém uma análise dos aspectos de segurança(2) onde diz claramente no slide 5 que se possui dados limitados de eventos adversos graves. No slide 6 diz que "dados de segurança da dose de reforço com as vacinas são limitados" e que há "identificação de reações ainda desconhecidas e temporalidade...".

Há vários trechos na nota da Congregação para a Doutrina da Fé, no item 5 que são bem relevantes: "... a vacinação não é uma obrigação moral e, por conseguinte, deve ser voluntária...". Ou seja, não se pode obrigar em hipótese alguma a vacinação. E sobre o significado de obrigação, se inclui as ameaças de perda de liberdade e direitos. Ele explica também que "do ponto de vista ético, a moralidade da vacinação depende não só do dever de tutela da própria saúde, mas também do dever da busca do bem comum". Ou seja, a vacinação não tem valor por si só. O seu valor vêm de dois fatores: o cuidado da própria saúde e o bem comum. Se alguém tiver dúvidas quanto a esses valores fundamentais, a vacina perde sua razão de ser. E pior ainda, se houver desconfiança de eles trazerem riscos à saúde e ao bem comum, aí a vacina se torna inimiga moral.

Interessante observar também que, sobre o assunto principal da nota, que é a liberação de uso das vacinas que possam vir a ser produzidas indiretamente de células de fetos abortados, ela diz que, mesmo estando permitido, podem haver pessoas que não queiram ainda as tomar por questões de consciência. A nota é claríssima quanto à liberdade de tais pessoas que escolheram não tomá-las e que elas devem procurar segurança na manutenção da saúde própria e das pessoas ao redor, principalmente daqueles que não podem vacinar-se por outros motivos: "quantos por motivos de consciência rejeitam as vacinas produzidas com linhas celulares derivadas de fetos abortados, devem esforçar-se para evitar, com outros meios profiláticos e comportamentos idóneos, de se tornar veículos de transmissão do agente contagioso. Em particular, devem evitar qualquer risco para a saúde daqueles que não podem ser vacinados por motivos clínicos, ou de outra natureza, e que são as pessoas mais vulneráveis."

Ou seja, os católicos e principalmente os religiosos devem promover a defesa dos que não podem ou não querem vacinar-se por qualquer motivo. Não é aceitável o nível de perseguição e discriminação que se está disseminando na cultura atual atacando os 'não vacinados' como se fossem animais de segunda espécie. Estamos entrando num seríssimo perigo de reviver os terríveis tempos do nazismo e comunismo que chagaram nossa história.

Não se cale. Converse sobre essas coisas. É preciso que este assunto seja debatido e confrontado. Que a verdade venha às claras. E que a mentira e a maldade seja desmascarada. Não tenha medo. Santo Tomás de Aquino dizia: "Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é negá-la."

E Santo Agostinho: "Os maus não são bons porque os bons não são melhores".


Essa análise continuará... 

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Deus te abençoe!

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1-  https://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20201221_nota-vaccini-anticovid_po.html

2-  https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2021/anvisa-autoriza-inclusao-de-dose-de-reforco-na-bula-da-pfizer/ApresentaoGGMONdosedereforo.pdf





"Despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da Luz" Rm 13,12
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