Sexta-feira, dia 07 de Agosto de 2009
Sexta-feira da 18ª semana do Tempo Comum
S. Sisto II, papa, e companheiros mártires, +258, S. Caetano, presbítero, +1547
Comentário ao Evangelho do dia feito por
São João da Cruz : «Quem perder a sua vida por Minha causa, há-de encontrá-la»
Leituras
Deut. 4,32-40.
«Na verdade, interroga os tempos antigos que te precederam, desde o dia em
que Deus criou o homem sobre a terra. Pergunta se jamais houve, de uma
extremidade à outra do céu, coisa tão extraordinária como esta, ou se
jamais se ouviu coisa semelhante.
Sabes, porventura, de algum povo que tenha ouvido a voz de Deus falando do
meio do fogo, como tu ouviste, e tenha continuado a viver?
Algum experimentou Deus a escolher para si um povo dentre outros povos, por
meio de milagres, sinais e prodígios, combatendo com mão forte e braço
estendido, com terríveis portentos, conforme tudo o que fez por vós o
Senhor, vosso Deus, no Egipto, diante dos teus olhos?
Tu viste e ficaste a conhecer que Ele, o Senhor, é Deus e que não há outro
além dele.
Do céu, fez-te ouvir a sua voz para te instruir; sobre a terra, mostrou-te
a grandeza do seu fogo, e tu ouviste as palavras vindas do meio do fogo.
E, porque amou os teus antepassados e escolheu a sua descendência depois
deles, tirou-te do Egipto com a força do seu grande poder:
desalojou, à tua frente, povos mais numerosos e mais fortes do que tu para
te introduzir nas suas terras e dar-tas em herança, como acontece hoje.
Reconhece, agora, e medita no teu coração, que só o Senhor é Deus, tanto no
alto do céu como em baixo, sobre a terra, e que não há outro.
Cumprirás, pois, as suas leis e os seus mandamentos, que eu hoje te
prescrevo, para seres feliz, tu e os teus filhos depois de ti, e para que
se prolongue a tua existência sobre a terra que o Senhor, teu Deus, te dará
para sempre».
Salmos 77(76),12-13.14-15.16.21.
Tenho na memória os teus feitos, SENHOR, lembro me das tuas maravilhas de
outrora.
Penso em todas as tuas obras, medito nos teus prodígios.
Ó Deus, os teus caminhos são santos. Que Deus haverá tão grande como Tu?
Tu és o Deus que realiza maravilhas, manifestaste entre as nações o teu
poder.
Com a força do teu braço resgataste o teu povo, os descendentes de Jacob e
de José.
Conduziste o teu povo como um rebanho, pela mão de Moisés e de Aarão.
Mateus 16,24-28.
Jesus disse, então, aos discípulos: «Se alguém quiser vir comigo, renuncie
a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.
Quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perder a sua vida
por minha causa, há-de encontrá-la.
Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua vida? Ou que
poderá dar o homem em troca da sua vida?
Porque o Filho do Homem há-de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos,
e então retribuirá a cada um conforme o seu procedimento.
Em verdade vos digo: alguns dos que estão aqui presentes não hão-de
experimentar a morte, antes de terem visto chegar o Filho do Homem com o
seu Reino.»
Da Bíblia Sagrada
Comentário ao Evangelho do dia feito por
São João da Cruz (1542-1591), carmelita, Doutor da Igreja
Cântico Espiritual, 20 (a partir da trad. OC, Cerf 1990, p. 452 rev.)
«Quem perder a sua vida por Minha causa, há-de encontrá-la»
«Quis perder-me e assim fui ganha»
Aquele que está abrasado do amor de Deus não ambiciona outra coisa, não
procura ganho nem recompensa, não aspira senão a tudo perder e a perder-se
a si mesmo, no que se refere à vontade, por amor do seu Deus. A seus olhos,
está aí o verdadeiro ganho. De facto assim é, de acordo com a palavra de
São Paulo: «morrer é uma vantagem» (Fil 1, 21), isto é, a minha morte por
Cristo é o meu ganho; morrer espiritualmente para todas as coisas e para
mim mesmo é o meu ganho. É por esse motivo que, neste verso do poema, a
alma se serve daquela expressão: «Fui ganha». Com efeito, o que não sabe
perder-se não se ganha; perde-se, de acordo com esta palavra de nosso
Senhor no Evangelho: «Quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas,
quem perder a sua vida por minha causa, há-de encontrá-la».
Se quisermos compreender este verso de maneira mais espiritual [...],
diremos isto: quando uma alma chegou, no seu caminho espiritual, ao ponto
de perder todas as vias e todas as formas naturais de lidar com Deus;
quando já não O procura pelas reflexões ou pelas imagens, nem pelo
sentimento, nem por qualquer meio derivado dos sentidos e das coisas
criadas; mas, ultrapassando tudo isso, deixando toda a maneira pessoal e
toda a mediação, seja ela qual for, se relaciona com Deus e Dele goza pela
fé e pelo amor, pode dizer-se então que encontrou verdadeiramente a Deus,
porque na verdade perdeu tudo o que não é Deus e ela própria se perdeu
verdadeiramente.
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07 agosto 2009
Liturgia Diária!!!
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