Brasil: programa de direitos humanos é “cartilha de estilo
radical-socialista”
Pessoa é “engrenagem do estado e totalmente dependente de sua ideologia”,
diz bispo
PETRÓPOLIS, quinta-feira, 11 de março de 2010 (ZENIT.org).- O bispo de
Petrópolis (sudeste do Brasil), Dom Filippo Santoro, considera que o
PNDH-3 (Programa Nacional de Direitos Humanos) do governo brasileiro traz
“uma visão reduzida da pessoa humana”.
O programa, recentemente lançado pelo governo, “suscita graves
preocupações não apenas pela questão do aborto, do casamento de
homossexuais, das adoções de crianças por casais do mesmo sexo, pela
proibição de símbolos religiosos nos lugares públicos, pela transformação
do ensino religioso a história das religiões, pelo controle da imprensa, a
lei da anistia, etc, mas, sobretudo por uma visão reduzida da pessoa
humana”.
A questão em jogo – afirma o bispo em artigo divulgado nessa terça-feira
–, “é sobretudo antropológica: que tipo de pessoa e de sociedade são
propostos para o nosso País”.
“No programa se apresenta uma antropologia reduzida que sufoca o horizonte
da vida humana limitando-o ao puro campo social”, afirma.
Segundo Dom Filippo Santoro, dimensões “essenciais são negadas ou
ignoradas: como a dignidade transcendente da pessoa humana e a sua
liberdade; o valor da vida, da família e o significado pleno da educação e
da convivência”.
“A pessoa e os grupos sociais são vistos como uma engrenagem do estado e
totalmente dependentes de sua ideologia”, sublinha.
Dom Filippo considera que os aspectos positivos, “que também existem, e
que constituíram as grandes batalhas da CNBB ao longo destes anos, são
englobados dentro de um sistema ideológico habilmente plantado por uma
minoria que não respeita a visão da vida da grande maioria do povo
brasileiro”.
Na 3º edição do PNDH, “estamos diante de uma cartilha de estilo
radical-socialista, que está sendo implantada na Venezuela, Equador e
Bolívia e que tem em Cuba o seu ponto de referência. Trata-se de um
projeto reduzido de humanidade destinado a mudar profundamente a nossa
sociedade”.
“Vida, família, educação, liberdade de consciência, de religião e de culto
não podem ser definidos pelo poder do Estado ou de uma minoria. O Estado
reconhece e estrutura estes valores que dizem respeito à dignidade última
da pessoa humana que é relação com o infinito e que nunca pode ser usada
como meio, mas é um fim em si mesma. A fonte dos direitos humanos é a
pessoa e não o Estado e os poderes públicos”, explica o bispo.
O programa do Governo “é um claro ato de autoritarismo que enquadra os
direitos humanos num projeto ideológico, intolerante, que fez retroceder o
País aos tempos de ditadura”, considera.
Segundo o bispo de Petrópolis, “somos todos interpelados diante deste
projeto que tenta desmontar a estrutura da sociedade destruindo o valor da
pessoa, da vida, da família e das livres agregações sociais”.
Fonte: http://www.zenit.org/article-
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