Nossa Senhora de Laghet é como se conhece a Virgem Maria, título associado ao nome de uma pequena aldeia da região de Nice, no centro dos Alpes Marítimos. A primeira menção que se tem sobre este povoado está no alvará datando do século XI. No século seguinte, o território de Laghet pertencia ao feudo de Eze, cuja história ficar-lhe-á associada. Desde então, faz-se menção a uma pequena capela dedicada a Nossa Senhora. No século XV, a capela era modesto local de peregrinação. Porém, o pequeno oratório, construído num recanto isolado e sujeito à intensas intempéries, era sempre afetado e danificado. Aos poucos, a capela de Laghet caiu em ruínas e a aldeia tornou-se deserta. Os pastores que apascentavam seus rebanhos, os camponeses e aldeões que lavravam o valezinho, ali guardavam seus animais.
No século XVII, Dom Jacques Fighiera, animado por sua ardente fé, dignou-se a intervir para reerguer o santuário. Em 1625, assombrado pelo abandono e deterioração da capela de Laghet, decidiu consagrar-se a ela. Em 1628, fez com que consertassem o telhado, pintassem as paredes, nivelassem o solo e colocassem uma porta, cuja chave ficava sob a sua guarda. Ele se ocupou, igualmente, do estreito caminho de Eze que levava a Laghet, tudo por sua conta “em honra de Deus e da Virgem Maria”. Depois, anunciou à população vizinha que a capela de Laghet fora restaurada e que ele se comprometia a garantir os serviços necessários ao seu bom êxito, o que fez, benevolamente, durante vinte e cinco anos. Os habitantes de Ville-Franche que frequentavam a capela antes do seu abandono, retornaram. E o Senhor, pela poderosa intercessão de Maria, respondeu à confiança e à oração dos fiéis, suscitadas pelo seu Pastor. Nossa Senhora manifestou a sua bondade por meio de múltiplos sinais. Pessoas do Piemonte, da longínqua Ligúria e de toda a Provença chegavam à capela para rezar.
Porém, a estátua de Nossa Senhora que era venerada pelos fiéis, estava deteriorada pelo tempo e pelas
intempéries. Dom Jacques Fighiera, entretanto, possuía uma bela estátua da Virgem, que se encontrava, até então, no altar da Igreja de Eze. Desejando perfazer sua obra e dar provas do seu reconhecimento a Nossa Senhora por todos os milagres concedidos, decidiu doar essa imagem à capela de Laghet. No dia 24 de junho de 1652, os Penitentes Brancos de Eze levaram a estátua em procissão até Laghet. Desde então, a cada ano, no dia 24 de junho, a paróquia de Eze renova seu piedoso gesto, chegando em peregrinação a Nossa Senhora de Laghet.
O Bispo de Nice, Monsenhor de Palletis, em conformidade com a decisão do Concílio de Trento, empreendeu séria investigação antes de autorizar a peregrinação. Enquanto se aguardava a decisão oficial, a estátua de Nossa Senhora permaneceu coberta e a capela, fechada. Ele reuniu diligente comissão de teólogos, assistidos por um advogado e um médico, para examinar os fatos ocorridos em Langhet, enquanto ele mesmo foi ao local para verificar as atividades e o comportamento dos peregrinos. No dia 20 de dezembro de 1653, esta comissão concluiu a autenticidade dos milagres e o Bispo, além de autorizar, também encorajou o culto a Nossa Senhora de Laghet. Em 25 de abril de 1654, Monsenhor de Palletis presidiu a primeira peregrinação oficial que aconteceu em Laghet.
fonte: Maria de Nazareth
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