09 janeiro 2018

Como Fazer a Vontade de Deus



Textos retirado do livro: "Como Fazer a Vontade de Deus" do Professor Felipe Aquino


"O cristão precisa aprender o que significa renúncia, não se revoltar contra as provações que, na sua sabedoria, Deus sabe serem necessárias para purificar a nossa alma. O Evangelho é uma escola de mortificação, ensina a “tomar a cruz a cada dia” e seguir Jesus.

“Em seguida, dirigiu­se a todos: Se alguém quer vir após mim, renegue­se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga­me. Porque, quem quiser salvar a sua vida, perdê­la­á; mas quem sacrificar a sua vida por amor de mim, salvá­la­á. Pois quem aproveitar ao homem ganhar o mundo inteiro, se vem perder­se a si mesmo e se causa a sua própria ruína?” (Lc 9,23­26)

Há cristãos que só querem as consolações de Deus e as doçuras espirituais. Deus muitas vezes nos dá as suas consolações, conforta e anima a nossa pobre alma; mas muitas vezes também permite as tribulações da vida, e é durante esse tempo que lhe mostramos a nossa fidelidade. Precisamos buscar mais o Deus das consolações do que as consolações de Deus, senão não seremos verdadeiros filhos fiéis.

Não nos esqueçamos jamais que o Filho amado de Deu veio a esse mundo como um menino pobre, numa manjedoura, tremendo de frio numa gruta pobre, para realizar o grande projeto redentor traçado pelo Pai; e depois abraçou livremente a cruz por amor a cada um de nós.

O Sim radical de Jesus ao Pai, à sua obra salvadora, deve ser a referência para todos os que desejam se salvar, agradar a Deus, fazendo a sua santa vontade. Infelizmente hoje o mundo quer o contrário; deseja que Deus se acomode aos caprichos humanos. Seja feita a “minha” vontade!

Amar a Deus e querer fazer a Sua Vontade é o caminho diário da santificação. “Seja feita a Vossa Vontade assim na terra como no Céu”, dizemos todos os dias.

(...)

É preciso nos convencermos, de uma vez por todas, sem a mínima desconfiança, que tudo que Ele permite que nos aconteça é para o nosso bem, principalmente para a nossa santificação. Jesus deixou isto muito claro quando disse que o Pai não nos dá pedra quando Lhe pedimos um pão, não nos dá uma cobra quando Lhe pedimos um peixe, e não nos dá um escorpião quando Lhe pedimos um ovo (cf Lc 11,9­13).

Frei Pascoal, um capuchinho que guia peregrinos na Terra Santa, costuma dizer­lhes: “Tudo o que nos acontece nos favorece, se a gente não se aborrece e ainda agradece”. Isso não é comodismo mórbido, não, é uma ação na fé. “Se vós, pois, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai do Céu dará coisas boas aos que Lhe pedirem.” (Mt 7,11)

Também as provações que nos atingem são “coisas boas” para a nossa santificação e é, também, por amor a Deus que devemos acolhê­las. Esta é a maior prova do nosso amor: acolher a Vontade de Deus, qualquer que ela seja.

Quando aprendemos, de fato, a aceitar, incondicionalmente, a Vontade de Deus, em todas as circunstâncias da vida, então – ensinam os santos – nada poderá perturbar a nossa vida.

Somente com esta “reta intenção”, de tudo fazer só por Deus, e nada mais, é que conseguiremos vencer todos os obstáculos do apostolado e todas as dificuldades da vida.

Há um versículo que aparece pelo menos quatro vezes na Sagrada Escritura: “O justo vive pela fé” (Hab 2,4; Rm 1,17; Gl 3,11; Hb 10,36).

A palavra fé na Bíblia é também traduzida como “fidelidade” a Deus. É a atitude daquele que crê e que obedece ao Senhor. Neste sentido, São Paulo fala aos romanos da “obediência da fé” (Rm 1,5).

A fé é um ato de adesão a Deus; isto é, submissão que implica obediência à Sua santa e perfeita vontade. A fraqueza da nossa natureza humana impede muitas vezes que a nossa fé seja coerente; quer dizer, às vezes os nossos atos não estão conforme as exigências da fé. Portanto, não basta crer, é preciso obedecer.

(...)

A obediência sempre foi e sempre será a prova e a garantia da fidelidade. Foi por ela que Jesus salvou a humanidade, porque fez exatamente o que o primeiro Adão recusara fazer. Na obediência radical a Deus o Cristo “desatou o nó da desobediência de Adão” e nos reconciliou com o Pai. Da mesma forma, ensinam os santos padres, pela obediência da Virgem, ela desatou o laço da desobediência de Eva que lançou a humanidade na danação.

A partir daí, a obediência a Deus passou a ser a marca principal daquele que crê. Ela é o melhor remédio para os males que o pecado original deixou em nossa natureza: orgulho, vaidade, presunção, autossuficiência, exibicionismo, etc.

O profeta afirma que: “A obediência é melhor do que o sacrifício” (1Sm 15,22).

(...)

Como agrada a Deus o filho fiel! O profeta diz: “Iahweh guarda os passo dos que lhe são fiéis” (2Sm 22,26) e o Senhor Jesus disse: “Muito bem servo bom e fiel! Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei. Vem alegrar­te com o teu Senhor” (Mt 25,21) tudo o que recebemos de Deus nesta vida, é este “pouco” sobre o qual é testada a nossa fidelidade a Deus.

Ser fiel a Deus é ser obediente às suas leis, à sua vontade e servir­lhe com toda a alma.

Santo Inácio de Loyola afirmava que viver bem é “amar e servir a Deus nesta vida”.

Jesus disse aos Apóstolos na última Ceia: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos” (Jo 14,15) portanto, amar a Deus, mais do que um sentimento, é uma “decisão”: guardar os seus mandamentos, cumprir a sua vontade.

(...)

A fidelidade está muito ligada à perseverança e a paciência. Santo Agostinho disse: “Os que perseveram em vossas companhias sejam vossos modelos. E os que vão ficando pelas calçadas, aumentem vossa vigilância.”

E o grande São João da Cruz ensinava que: “A constância de ânimo, com paz e tranquilidade, não só enriquece a pessoa, como a ajuda muito a julgar melhor as adversidades, dando­lhes a solução conveniente.”

Mas, para que haja serviço a Deus, perseverante e alegre, e para que possamos amar e cumprir os seus mandamentos é preciso uma vida de piedade, vigilância e oração, sem o quê, a alma esfria. Sabemos que “mosca não assenta em prato quente”; quando a alma esfria, os demônios se aproximam dela para vencê­la pela tentação.

Não seremos julgados pela nossa capacidade intelectual e nem pela grandeza das nossas obras, mas, como disseram os santos, pela pureza do nosso amor a Deus e pela perseverança nesta vivência. Jesus garantiu que diante de todas as adversidades que virão, “quem perseverar até o fim será salvo” (Mt 24,13).




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