05 janeiro 2018
Sobre a renúncia a si mesmo
Mas, o que é renunciar a si mesmo?
Certa vez alguém me disse: “Penso que renunciar a mim mesmo é algo mais difícil do que carregar a cruz. Renunciar a si mesmo é querer, de coração, deixar de fazer, ser,crer, o que queremos para nós, para nossa vida...e por amor a Deus, fazer o que Ele nos pede. Talvez com uma resignação mais intensa que a dos pais pelos filhos. É saber ser humilde, desprendido, é crer com o coração que Deus nos basta”. É uma boa reflexão.
"Fazer a vontade de Deus é, em primeiro lugar, fugir de todo pecado; é uma luta contra nós mesmos; por isso Jesus disse que “o Reino dos céus é arrebatado à força e são os violentos que o conquistam”. (Mt 11, 12). Os violentos consigo mesmos; não com os outros. E isso é possível, com a graça de Deus, basta olhar a vida dos santos. É difícil renunciar a si mesmo; mas se Jesus manda isso, então, não pode nos negar a graça necessária.
Santo Agostinho lembranos que “o que é impossível à natureza, é possível à graça de Deus”. Por nós mesmos não conseguimos nos renunciar; Jesus avisou: “Sem Mim nada podeis fazer” (Jo 15,5). Então, a primeira providência é pedir ao Senhor: “Tem compaixão de mim; não sou capaz de abandonar o que eu quero para fazer o que Tu queres! Socorreme com Tua graça”. É preciso ser mendigo de Deus para ser atendido por Ele. Só damos uma esmola a quem de fato não tem nada.
Jesus disse aos Apóstolos na Santa Ceia: “Se me amais guardareis os meus mandamentos” (Jo 14,15); isto é fazer o que Deus quer. Os 10 Mandamentos são a base da Moral católica; quem quiser “renunciar a si mesmo”, comece por obedece-los.
Podemos também examinar a nossa conduta à luz dos pecados originais que a Igreja nos ensina que são os piores (soberba, ganância, luxúria, gula, ira, inveja e preguiça).
Renunciar a si mesmo é também não gastar o tempo e a vida com futilidades. João Paulo II dizia que “o cristão não pode viver uma vida na mediocridade”. Não podemos perder tempo com programas fúteis, vazios, que não deixam um crescimento para nós e para os outros. Jesus manda “buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça” (Mt 6,33). Jesus diz que “quem sacrificar a sua vida por amor de mim, salvá-la-á”. É um “sacrifício” mesmo, de nossa vontade, para fazer a Dele. Perder a vida para ganhá-la."
"A ordem de Jesus de “renunciar a si mesmo” pode parecer a princípio um contrassenso, mas é exatamente o que precisamos, é uma grande sabedoria.
“Renunciar a si mesmo”, não quer dizer se desvalorizar ou jogar a vida fora, ao contrário, é deixar Deus ser o guia da sua vida, e não você. É desocupar o trono de onde partem as ordens para a sua vida, e deixar Deus sentar na cadeira de comando.
Ora, afinal, quem é mais capaz, você ou Deus, para dirigir a sua vida? Se é Ele, por que então resistir? Quando Jesus diz: “... e sigame”, Ele está mandando que você obedeça as suas leis, a Sua vontade, a doutrina que a Igreja ensina, e não, viver segundo a “sua” moral e a “sua” lei. Não queira você fazer as leis; obedeça as que Deus fez."
Prof Felipe Aquino
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CEFAS, oriundo do nome de São Pedro apóstolo, significa também um Acróstico: Comunhão para Evangelização, Formação e Anúncio do Senhor. É um humilde projeto de evangelização através da internet, buscando levar formação católica doutrinal e espiritual.
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