26 março 2022

05 Metanoiá e Arrependimento

 


Continuação do post 04


Jesus não promoveu uma reforma do judaísmo. Jesus promoveu um movimento totalmente novo (remendo novo em roupa velha...). O cristianismo, a boa nova, o evangelho pregado por Cristo (vinho ou remendo novo) deve ser assumido por um cristão que assume uma vida nova (odres novos, roupa nova). Não se deve adequar a vida velha ao evangelho de Cristo, mas deve haver uma verdadeira conversão, mudança, metanoiá de vida.


A lei do Antigo Testamento não pode nos salvar. Só Cristo nos salva. É preciso entender os princípios fundamentais da fé cristã. 


O anúncio de Jesus "arrependei-vos e crede no evangelho", é essa metanoiá, que somos chamados a vivenciar concretamente em nossa vida. Literalmente significa 'pensar depois', ou seja, uma mudança de pensamento. Uma mudança que ultrapassa o modo antigo de pensar, com novos 'paradigmas'. Um arrependimento da velha forma de pensar assumindo uma nova mentalidade. 


Sem esse arrependimento concreto não há conversão, não há vida nova, não há cristianismo. Na segunda carta de Coríntios 7,9 nos diz sobre uma tristeza gerada pelo arrependimento, uma tristeza que gera vida. É preciso haver essa tristeza pelos pecados em nós. Se não houver isso, não há um verdadeiro arrependimento. É diferente da tristeza do mundo que gera morte. A tristeza do mundo, do demônio, gera morte, gera desespero. A tristeza do Espírito Santo gera vida, gera arrependimento e esperança. 


Há uma moda atual de 'paparicar' o pecador. De forma a macular o evangelho para tentar satisfazer gostos pagãos. O início do cristianismo nos mostra um movimento totalmente inverso a isso. Hoje se procura apresentar um evangelho 'açucarado', com a desculpa de atrair almas para a conversão. Podemos dizer que realmente atrai, mas não gera uma verdadeira conversão, já que se deformou o evangelho que deveria ser apresentado intacto como é, para que esse remendo novo gerasse uma transformação no indivíduo. Sabemos que nem todos se deixam fazer-se 'roupa nova'. Isso faz parte do processo. Mas hoje se quer multidão, preocupam-se demasiadamente com números e não com qualidade. Isso é o inverso do que vemos no Novo Testamento. Um fato inegável.


O arrependimento profundo e sincero é essencial para uma verdadeira conversão. Veja o discurso memorável de São Pedro em Pentecostes (Atos 2). Esse método açucarado não exige arrependimento, mas tenta apresentar o evangelho como uma novidade mais vantajosa que o mundo, usando como critérios de comparação, os mesmos prazeres e misérias do mundo. Onde está a vida nova nisso tudo?


O sacramento do batismo é intrinsecamente ligado ao arrependimento. Não é apenas um ritual ou um símbolo. Ele é necessário para a salvação segundo as palavras do próprio Cristo.


O cristão é alguém que produz frutos de acordo com a nova mentalidade cristã assumida. Não é uma vida de conforto e segurança. Deve-se mudar de pensamento com foco na vida eterna, que busca juntar tesouros no céu. Minha prioridade agora é conhecer cada vez mais a Jesus, buscar vivê-lo, servir o próximo, testemunhar o evangelho. Quer-se dar a vida por Cristo, quer-se salvar almas por amor a Jesus. 


A metanoiá tem que se manifestar externamente. Deve gerar frutos. Temos que ter a coragem de confrontar a carne, o mundo e o demônio. Não podemos fugir do arrependimento, do confronto.


O nosso objetivo não é ser feliz nessa terra. Um dos slogans atuais da turminha do evangelho açucarado é: 'se te faz feliz não é pecado'. É um pensamento sem vergonha. É preciso arrependimento. Não basta 'amar' com o amor mundano. É preciso amar com o amor de Cristo que é dar a vida por Deus e sua Igreja.


O rito do batismo de João Batista era um rito de arrependimento somente, cujo símbolo era a lavagem nas águas do Jordão. O próprio João Batista diz que Jesus é quem nos batizaria no Espírito Santo e no fogo (juízo). Esse fogo significa o juízo. A Palavra de Deus nos diz que todos seremos salvos passando pelo fogo. O batismo de Jesus confere uma vida nova. Veja Romanos 6. O batismo é em Cristo, no Espírito Santo. A água utilizada é um meio, um instrumento visível para sinalizar as ações sobrenaturais que ali estão acontecendo.




Continua no post 06



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