01 novembro 2017

1º Dia - NOVENA MEDITATIVA A SÃO LEÃO MAGNO



Breve história da vida de São Leão Magno


Texto extraído do livro "Sermões" de São Leão Magno da Editora Paulus:
1. Origem e ascensão

Criado e formado em Roma, aquele que foi cognominado o “Grande”, devido à sua intensa e efetiva atividade, nasceu, provavelmente na Toscana. Apesar de sua celebridade, a história nada nos informa sobre sua família, infância e juventude. Contudo, se levarmos em conta sua educação, devemos concluir que pertencia a uma família de alta condição social.

Por volta de 420-430, tornou-se diácono. Já, nesta época, era muito estimado, influente e se destacava como líder, ocupando lugar preponderante entre os clérigos de Roma. Assim exercia considerável influência nos negócios da Igreja. “Teve relações de amizade com são Próspero de Aquitânia e com Cassiano, fundador da célebre abadia de S. Vítor em Marselha; deste, que ele exortara a escrever o “De Incarnatione Domini” contra os nestorianos, recebeu Leão este elogio verdadeiramente singular para um simples diácono: “Honra da Igreja e do sacro ministério”.

Quando o papa Sixto III morreu, o diácono Leão se encontrava nas Gálias em missão política a fim de resolver um entrevero entre o patrício Aécio e o prefeito do pretório, Albino. Nas palavras de João XXIII, “foi, então, que a Igreja de Roma pensou que não se podia confiar o poder de Vigário de Cristo a homem melhor que o diácono Leão, que já se revelara tanto teólogo seguro como fino diplomata. Recebeu, pois, a sagração episcopal a 29 de setembro de 440, e o seu pontificado foi um dos mais longos da antigüidade cristã, e indubitavelmente um dos mais gloriosos”.2 Eram tempos difíceis tanto para a Igreja quanto para o império em decadência. Hordas de bárbaros atacavam e invadiam os territórios romanos. Internamente, reapareciam antigas heresias, surgia o monofisismo e a política de Bizâncio que visava a suplantar a velha Roma.

2. Homem de ação

Leão Magno era dotado daquilo que hoje se chama “senso da administração”. Empreendedor, empenhou-se, inteiramente, por salvaguardar a unidade da Igreja e proteger o povo romano da carnificina que os invasores costumavam executar. Neste sentido, moveu-se no plano político para salvar seus concidadãos das desgraças de cair nas mãos dos hunos e vândalos. Por esta razão, em 452 foi ao encontro de Átila, “o Flagelo de Deus”, em Mântua, negociando sua retirada da Itália, evitando que, na seqüência, Roma fosse tomada e ocupada. Três anos mais tarde, 455, suas negociações junto a outro invasor, Genserico, não alcançaram o mesmo sucesso: embora conseguisse que este general poupasse as vidas dos romanos, não evitou que Roma fosse, por quinze dias, pilhada.

No interior da Igreja, aplicou toda a sua solicitude através das pregações, nas intervenções anti-heréticas, na organização da liturgia e da vida monástica. Sua luta pela unidade e ortodoxia foi marcada por combate sem tréguas contra os hereges, perseguindo os maniqueus,3 os pelagianos4 e os priscilianistas.5 Para isso, apesar de sua diplomacia, não hesitou em apelar para a proteção das forças do império (Epist. 7; 11; 15). Assim, interveio para salvar a ordem na Igreja setentrional, na manutenção da disciplina eclesiástica. Com a mesma finalidade, suprimiu a liberdade das igrejas da Gália, aprovou os atos do concílio de Calcedônia (451), exceto o cânone que concedia à sede de Constantinopla prerrogativas de igualdade à sede romana. Em troca destes favores, concedeu aos imperadores o direito de convocar os concílios ecumênicos e de nomear presidentes sinodais (Epist. 29; 33; 34). Contudo, sempre reservou as questões de fé unicamente às autoridades eclesiásticas (Epist. 115).

Por tudo o que realizou passou para a história como o defensor da civilização ocidental e, ao lado de Gregório I, também cognominado Magno (590-604), é considerado o maior papa da antiguidade cristã. A partir de sua atividade papal, a autoridade temporal e política da Igreja cresceu enormemente. Leão Magno morreu aos 10 de março de 461, venerado como santo. Bento XIV, em 1754, acrescentou-lhe ainda o título de “Doutor da Igreja”.”


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