Sermões de São Leão Magno sobre a importância de combater e
denunciar os hereges e heresias.
Texto extraído do livro "Sermões" de São Leão Magno da Editora Paulus.
Texto extraído do livro "Sermões" de São Leão Magno da Editora Paulus.
(...) É
prova de grande compromisso desvelar os esconderijos dos ímpios e de combater
neles o diabo a quem servem. É preciso, na verdade, caríssimos, que toda a
terra e toda a Igreja espalhada em todos os lugares, empunhe contra eles as
armas da fé; mas vossa entrega a Deus deve transcender nesta missão...
(...) Não
permitamos que fiquem escondidos homens que não crêem na lei deixada por
Moisés, através da qual Deus se mostrou autor do universo; eles contradizem os
profetas e o Espírito Santo, ousam rejeitar com impiedade condenável os salmos
de Davi cantados fervorosamente pela Igreja inteira; negam o nascimento do
Cristo Senhor, segundo a carne; dizem que sua paixão e sua ressurreição foram
simuladas, não verdadeiras; o batismo, eles o despojam de toda a graça e eficácia,
o batismo de regeneração. Para eles, nada é santo, nada íntegro, nada
verdadeiro. É preciso evitá-los para que não façam mal a ninguém; é preciso
denunciá-los...
(...) Caríssimos,
o dever dos médicos competentes e experimentados é prevenir, com remédios, as
doenças às quais está exposta a fraqueza humana e indicar os meios de evitar o
que prejudica a saúde; do mesmo modo, o nosso ministério pastoral deve velar
para que a deturpação da heresia não prejudique o rebanho do Senhor e mostrar
como evitar a astúcia dos lobos e ladrões. Com efeito, a impiedade dos hereges
nunca pôde ocultar-se tão bem que não fosse descoberta por nossos santos Padres
e justamente condenada.
(...) Sobre
o espírito ou a intenção que anima a audácia deles não podemos ter nenhuma
hesitação: depois que eles se afastaram da verdade do Evangelho e seguiram as
mentiras do diabo, eles querem que outros sejam companheiros de sua perdição.
Em
nossa solicitude paterna e fraterna, exortamo-vos, pois, a rejeitar todo
assentimento e todo acordo de pensamento a esses adversários da fé católica, a
esses inimigos da Igreja, a esses negadores da encarnação do Senhor, a esses
homens que estão em oposição ao símbolo estabelecido pelos santos apóstolos.
Com efeito, diz o Apóstolo: “Quanto ao herege, depois de uma primeira e de uma
segunda admoestação, evita-o. Tal homem, tu o sabes, é um desviado e um pecador
que se condena a si mesmo”.
(...) Portanto,
caríssimos, desses, dos quais estamos falando, fugi como de veneno mortal,
execrai-os, desviai-vos deles e se, advertidos por vós, não quiserem
corrigir-se, evitar conversar com eles, porque, como está escrito, “a palavra
deles é como a gangrena, que corrói”. Àqueles que por um justo julgamento foram
rejeitados da unidade da igreja não se deve nenhuma comunhão, comunhão que eles
perderam não por ódio nosso, mas por seus crimes.
(...) Poderá
haver coisa mais iníqua do que alimentar idéias ímpias e não assentir ao
parecer dos mais sábios e doutos? Em tal insipiência caem os que, ao depararem
com alguma obscuridade na busca da verdade, não recorrer às palavras dos
profetas, nem às escrituras dos apóstolos, nem à autoridade dos Evangelhos, mas
a si mesmos. São mestres do erro, porque não quiseram ser discípulos da
verdade. Que instrução teve do Novo e do Antigo Testamento quem não compreendeu
sequer o início do Símbolo?
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